sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Eletrobras vai injetar R$ 2,4 bilhões na extensão de vida útil de Angra 1; e nada mais em Angra 3, além dos R$ 6,1 bi comprometidos via BNDES e CEF

 


A Eletrobras, como acionista da Eletronuclear, apoiará o projeto de extensão da vida útil da usina de Angra 1, por mais 20 anos. Para isso, a Eletronuclear emitirá R$ 2,4 bilhões em debêntures conversíveis, com prazo de 10 anos e custo equivalente à NTN-B, que serão adquiridas pela Eletrobras, de acordo com o andamento do projeto. No caso de Angra 3, a Eletrobras deixa de ter a obrigação de aportar recursos para a construção da Usina de Angra 3, caso o governo federal decida por avançar no projeto. As garantias de R$ 6,1 bilhões atualmente prestadas pela Eletrobras nos financiamentos já concedidos pelo BNDES e Caixa ao projeto de Angra 3 permanecem inalteradas. 

Junto à Câmara de Conciliação da AGU, a Eletrobras discutirá com governo a realização de “um novo estudo pelo BNDES mantendo o princípio de que o projeto de Angra 3 deve ter seu equilíbrio econômico-financeiro garantido, com financiamento em condições de mercado, respeitado o princípio da modicidade tarifária, como já previsto por lei quando da privatização da Eletrobras, de 2021”. 


As informações constam em comunicado divulgado na manhã desta sexta-feira (28/2). “A Eletrobras e a União concluíram ontem o acordo que viabiliza o fim da ação judicial em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que questionava a vedação aos acionistas da companhia de exercerem seus votos em número superior a 10% da quantidade de ações do capital votante da empresa”. 

Com o encerramento das negociações, segundo a Eletrobras, que ainda precisam ser validadas em assembleia de acionistas e homologadas pelo STF, o limite estabelecido na Lei 14.812 de junho de 2021 que fixou as condições de desestatização da Eletrobras e as regras previstas em seu estatuto permanecem válidas. 

“A União poderá indicar 3 dos 10 integrantes do Conselho de Administração e 1 dos 5 representantes do Conselho Fiscal da empresa, respeitados os critérios de elegibilidade do estatuto da Eletrobras”. No que se refere a Angra 3, o acordo de investimentos que a Eletrobras assinou com a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A (ENBPar), em abril de 2022, perderá seus efeitos no momento da assinatura do Termo de Conciliação. Segundo a negociação, a União envidará esforços para apoiar a Eletrobras em um processo de desinvestimento de sua participação na Eletronuclear. 

No comunicado, a Eletrobras informa que o uso destes recursos é exclusivo para o projeto de Angra 1 e as debêntures poderão ser convertidos em ações da Eletronuclear considerando itens como a trajetória de melhoria da gestão da companhia, entre outros, porém sem ampliar a participação relativa da Eletrobras naquela empresa. 

Com o fim da ação no STF e mesmo sem a obrigação de investir na construção de Angra 3, os estudos de viabilidade da usina continuarão sendo feitos. O acordo concluído ontem prevê a abertura de um novo processo de conciliação que tratará exclusivamente deste tema. Esta decisão não afeta de nenhuma forma o encerramento da ação hoje em tramitação no STF e nem os demais termos do acordo firmado.

LEIA NO BLOG DE ONTEM: ANGRA 1: REFÉM DOS EUA AOS 40 ANOS; MAIS DÍVIDAS POR EQUIPAMENTOS CHEGANDO DE MIAMI A CABO FRIO. 

(FOTO: Equipamentos chegam dos EUA para Angra 1 - E ANGRA 3 - ELETRONUCLEAR )-

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Angra 1: refém dos EUA aos 40 anos, mais dívidas por equipamentos chegando de Miami a Cabo Frio

 


O Brasil continuará refém dos Estados Unidos na área nuclear, caso não desenvolva sua própria tecnologia, alertavam alguns cientistas na década de 50. Para se ter ideia, pelo transporte aéreo de 90 toneladas de equipamentos para Angra 1, produzidos pela indústria norte-americana, mais precisamente a Westinghouse, a Eletronuclear pagou R$ 8 milhões, visando prorrogar por mais 20 anos a vida útil da usina nuclear inaugurada em 1985. Quanto custaram os equipamentos, que esta semana chegaram no Aeroporto de Cabo Frio (RJ), procedentes de Miami? 

Por caminhões, seguirão de Cabo Frio à Central Nuclear de Angra dos Reis (RJ) para onde serão transportados 3.900 itens, distribuídos em 34 volumes, incluindo dez contêineres de 20 pés. 


As peças chegaram dos EUA em dois voos fretados, em três aviões Boeing 747, um dos maiores aviões de carga do mundo. A parada de manutenção de Angra 1, provavelmente em abril, será utilizada para “cumprir algumas das condicionantes estabelecidas na renovação da licença por mais 20 anos”, concedida em novembro pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN, que até hoje mantém as funções de legislar, executar e fiscalizar o setor nuclear. No transporte de Miami a Cabo Frio foram envolvidos funcionários da área técnica e da equipe de Logística Internacional e Comércio Exterior, segundo a Eletronuclear. Desde a década de 90, técnicos, inclusive da CNEN previam que Angra 1 poderia operar até mais 24 anos, ou seja, até 2018, enquanto outros, apostavam em 2008.

 A usina norte-americana batizada de brasileira continuou operando com as suas diversas paralisações, que envolvem cifras nunca reveladas como esta agora, de Miami para o Aeroporto de Cabo Frio. 


BREVE HISTÓRIA - 



Angra 1 tem capacidade para produzir 640 Megawatts, quando funciona com 100% de sua potência, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. A história do nascimento da usina começou no final da década de 60, em plena ditadura militar. Mas foi em 1970 que a Westinghous se juntou a Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e venceu a concorrência pública internacional realizada por Furnas (então gestora do projeto) para construir Angra 1. 

A Westinghouse vendeu ao Brasil um reator PWR (Pressurized Water Reactor). O Eximbank concedeu à Furnas um crédito de US$ 138 milhões. No dia 7 de abril de 1972, o governo brasileiro assinou um dos seus contratos  no valor de U$S 102 milhões para o pagamento de equipamentos e a fabricação do combustível nuclear (urânio enriquecido) para Angra 1. O combustível seria assim obtido o yelloucake viria da África do Sul, a Inglaterra transformaria o produto em hexafluoreto (urânio em forma de gás) e aos EUA caberia realizar o enriquecimento. 

Na avaliação de muitos especialistas, naquela época, o governo brasileiro consolidou a sua dependência perante os EUA, ao escolhe este país como único fornecedor de combustível para Angra 1. Não tardou para acontecer o esperado pela comunidade cientifica independente: por conta da crise do petróleo em 1973, os norte-americanos deram os primeiros sinais de que suspenderiam a garantia do fornecimento de combustível, que acabou sendo importado da África do Sul. Muita coisa aconteceu até a inauguração da usina em 1981, adiada depois para 1985. 


RENASCEM POLÊMICAS: DA NUCLEP À FORMAÇÃO DE PESSOAL -



Com as transações brasileiras com os EUA envolvendo mais 20 anos de vida útil para Angra 1 renascem polêmicas sobre o abatimento da indústria nacional e da falta de investimento em recursos humanos para a área nuclear, por exemplo. O BLOG consultou experientes técnicos e um deles questionou a não utilização da NUCLEP, em Itaguaí (RJ), criada pelo acordo nuclear Brasil-Alemanha, em 1975, para suprir com equipamentos os projetos das centrais nucleares de Angra dos Reis. 

A Nuclep chegou a produzir equipamentos para Angra 3 (obras paradas), por exemplo, mas pouco avançou na tecnologia para manter o setor como se queria no passado. O País continuou refém da indústria norte-americana, no caso de Angra 1; e da Framatome francesa, sucessora da Siemens, alemã, no caso de Angra 2. Até mesmo na fase de troca de combustível dessas usinas nucleares, o Brasil precisa contratar centenas de técnicos estrangeiros, pelo fato de não dominar totalmente todas as tarefas e por ser “mais barato trazer esse pessoal de fora”, argumentam alguns. Se continuar assim, quais os avanços que o país terá mais adiante? Engenheiros nuclear formados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão sendo contratados pela Westinghouse e outras empresas internacionais e dificilmente voltarão ao Brasil. 


O país, aliás, sequer oferece concursos público no setor nuclear. E os que acontecem oferecem reduzidos número de vagas, como ocorre agora com a CNEN, que tem déficit de mais de mil servidores e anuncia concurso para apenas 150 vagas, via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em São Paulo, responsável pela produção de radioisótopos (medicamentos para diagnóstico e tratamento contra o câncer), já teve mais de 1600 funcionários e hoje são menos que 600 por falta de reposição das vagas. “Laboratórios estão encerrando atividades e a manutenção e transferência do conhecimento estão comprometidas”, comentaram especialistas. Caso continue nesse ritmo, nos próximos anos, até para desmontar Angra 1 o preço será infinitamente alto, comentaram técnicos do BLOG. 


(FOTOS: Equipamentos/Cabo Frio/ Eletronuclear; Angra 1 – começo – acervo Furnas; e Angra 1 – Eletronuclear - acervo CNEN/IPEN) - 


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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Luciana Santos inicia obras de infraestrutura do reator para a medicina nuclear, idealizado em 2009

 


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) iniciou, nesta segunda-feira (24), as obras de infraestrutura do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), na cidade de Iperó, interior de São Paulo, que contou com a presença da ministra Luciana Santos. Com o RMB o Brasil poderá produzir matéria-prima para a produção de radioisótopos utilizados no diagnóstico e tratamento contra o câncer, que são importados, evitando o desabastecimento, como ocorreu em 2021. Esta é a primeira vez que projetos na área de ciência e tecnologia entram nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Em 2024, foram contratados mais de R$300 milhões para o RMB. E, até 2026, a previsão é de que o aporte total do MCTI seja de R$ 926 milhões. 


A construção do RMB foi orçada em US$ 500 milhões, quando idealizada em 2009. Até 2021, foram aplicados apenas R$ 230 milhões. Para a sua entrada em funcionamento teriam que ser aplicados, em média, cerca de US$ 100 milhões por cinco anos, conforme dados oficiais, já publicados pelo BLOG. O projeto inicial (veja a maquete) está numa área de dois milhões de metros quadrados em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo. 

Na área de saúde, especificamente em medicina nuclear, o RMB garantirá a autossuficiência na produção do radioisótopo Molibdênio-99, essencial para a obtenção do Tecnécio-99m, utilizado em diagnósticos médicos, assegurando um fornecimento para atender a demanda da população brasileira. Também possibilitará a nacionalização de outros radioisótopos usados em diagnóstico e terapia. 

Na área de reatores e ciclo do combustível nuclear, o RMB será uma infraestrutura essencial para o desenvolvimento de combustíveis nucleares e materiais utilizados em reatores, viabilizando a qualificação de combustíveis para propulsão nuclear, reatores das centrais nucleares brasileiras e novas tecnologias, como os pequenos reatores modulares (SMR). 

Na pesquisa científica e inovação, o RMB ampliará a capacidade nacional com a utilização de feixes de nêutrons, possibilitando análises avançadas por ativação com nêutrons, desenvolvimento de novos materiais e aplicações em nanotecnologia, biologia estrutural e outras áreas científicas, tornando-se um laboratório de referência na América Latina. 

A cerimônia ontem em Iperó também contou com a presença do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Junior, nomeado por Luciana Santos; dos coordenadores técnicos do projeto, José Augusto Perrotta e Patricia Pagetti, da coordenadora de Gestão do RMB, Gabriela Borsatto, entre outras.


COLABORAÇÕES - 

O RMB é um projeto do MCTI coordenado pela CNEN, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), e conta com a colaboração de diversas instituições, incluindo a Fundação PATRIA, AMAZUL, INVAP (Argentina), Intertechne (Brasil), WALM, TRACTEBEL e, mais recentemente, a SCHUNCK (Brasil). 

O projeto de concepção foi elaborado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade da CNEN em São Paulo, sob a coordenação de José Augusto Perrotta e sua equipe, com apoio das demais unidades da CNEN: Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), no Rio de Janeiro; Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte; e Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), em Recife. 

SAINDO DO PAPEL - 

Poucos projetos nacionais são tão mencionados em discursos dentro e fora do Brasil, como o RMB. Quem sentiu na o problema na pele foi a população doente que no ano de 2022 esteve na iminência de parar o tratamento por falta de radiofármacos (medicamentos) produzidos a partir dos radioisótopos. Os radioisótopos possibilitam que os médicos vejam o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias. 

O IPEN produz uma parte dos radioisótopos, mas gastava cerca de R$ 60 milhões (de acordo com a alta do dólar) importando o produto da África do Sul, Rússia, Holanda e Argentina. O Brasil importava 4% da produção mundial do radioisótopo molibdênio-99. O decaimento radioativo do molibdênio-99 produz o radioisótopo tecnécio-99m utilizado nos radiofármacos mais empregado na medicina nuclear.

 Até 2021, o IPEN gastava US$ 15 milhões por ano com essa importação, que gerava um faturamento de R$ 120 milhões, ano, recursos que seguiram direto para o caixa do governo. Para se ter ideia da importância do RMB, basta verificar a demanda dos radioisótopos para a população. Cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados, por ano, utilizando radioisótopos, em 440 clinicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente. Cerca de 440 mil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante pela rede privada. 

PRIVATIZAÇÃO -

Por não ter o RMB, o Brasil precisa importar os insumos fabricados no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Enquanto isso, no ano de 2021, crescia o lobby para a privatização da produção, que cairia nas mãos da iniciativa privada nacional e internacional, elevando os preços do tratamento. 

Em dezembro de 2021, avançou a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC- 517), na Câmara dos Deputados, propondo a flexibilização do monopólio da União na fabricação de radiofármacos. A PEC do senador Álvaro Dias (Podemos-PR) deu muita dor de cabeça, foi adiante, mas parece que caiu no esquecimento. Segundo fontes do setor, o setor privado não conseguiu se preparar para acabar com a iniciativa pública. 

Em agosto de 2022, por falta de verbas para a importação dos radioisótopos, o tratamento de milhares de pacientes foi interrompido gerando uma crise sem precedentes. Com a liberação dos recursos, o abastecimento se normalizou. Mas veio à tona com força o lobby para a quebra do monopólio da produção dos medicamentos. Foram relevantes as críticas à privatização da produção dos radioisótopos.  

Em artigo para o blog, publicado em 16/12/21, o deputado Alexandre Padilha (PT/SP), anunciado hoje (25/02/2025) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, futuro ministro da Saúde, escreveu: “Além da área da saúde, a proposta dá uma facada no projeto do reator multipropósito, que garante soberania de produção do insumo para que o Brasil não precise mais importar”. 

NOVA ONDA - 

As notícias sobre as obras de construção do RMB divulgadas esta semana pelo MCTI dão gás ao setor e podem representar um estimulo à ciência, à soberania do país na autossuficiência da matéria prima vital para a saúde dos brasileiros. Mas a nova onda de otimismo precisa estar respaldada com a liberação de recursos para a realização do projeto. 

O BLOG JÁ PUBLICOU DIVERSAS MATÉRIAS SOBRE O RMB. EIS ALGUMAS: 

03/03/2020 – Reator nuclear para salvar vidas não saiu do papel;] 24/08/2021: Bento Albuquerque reafirma prioridades; usinas atômicas e construção de reator para medicina, emperrada há anos por fata de verbas; 16/09/2021: Governo adia construção de reator capaz de produzir insumos para a medicina nuclear. Desabastecimento em clínicas de tratamento contra o câncer pode ocorrer nos próximos dias; 20/09/2021: Falta de verba na medicina nuclear começa a paralisar o diagnóstico e tratamento contra o câncer. Ricos só terão atendimento e outros países; 22/09/2021: Governo libera R$ 19 milhões para a compra de insumos destinados à medicina nuclear. Valor é considerado insuficiente para o tratamento de pacientes com câncer até o final do ano; 15/10/2021; Medicina Nuclear: pacientes com câncer podem ficar novamente sem tratamento semana que vem. Recursos para a produção e radiofármacos ainda não foram liberados para o IPEN/CNEN; 01/12/2021 – Câmara aprova quebra do monopólio da produção de medicamentos contra o câncer. SBPC alerta sobre irremediáveis prejuízos para a população e ciência; 16/12/2021 – PEC-517/2010: proposta macabra. Facada no projeto do reator multipropósito. Por Alexandre Padilha. Exclusivo para o BLOG; 31/01/2022 – Medicina Nuclear; reator para salvar vidas, verbas ficam nas promessas. 

(FOTOS: lançamento das obras /MCTI - maquete do RMB) – 

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Angra 2: Eletronuclear garante que vazamento de água não afetou funcionamento da usina

 


A Eletronuclear informou há pouco que o vazamento de água não afetou o funcionamento de Angra 2 e que a usina está operando normalmente, com 100% de sua potência sincronizada à rede. Segundo a Eletronuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mantém inspetores residentes dentro da usina. “Não há risco de acidente nuclear”, garante a companhia. 

Eis informações da nota da Eletronuclear: 

“Em relação ao sistema de vedação da tampa do reator, cabe explicar que esta possui dois anéis (selos) concêntricos responsáveis por sua estanqueidade. Entre estes, existe um canal de coleta (com sensores ligados à sala de controle) que conduz a um tanque de coleta. Vale ressaltar que, como em todos os sistemas da usina, estes selos atuam de forma redundante. Isto é, apenas um é necessário para garantir uma perfeita vedação. Recentemente, foi identificada uma pequena passagem de água pelo primeiro selo, inferior a 1 litro por dia. Esta água é coletada pelo próprio sistema do reator para um tanque de coleta, constante do projeto original da usina. O segundo selo permanece 100% íntegro, operante, e garantindo a vedação completa do sistema. Trata-se de condição de operação dentro das especificações do projeto original da usina, tanto é que inexiste, quanto a isso, uma CLO - Condição Limite de Operação em aberto. Além disso, reforçamos que, em qualquer cenário de necessidade, o chefe da usina (ou em sua ausência, o responsável pela sala de controle) tem autonomia para proceder com o desligamento. Além disso, os inspetores residentes da CNEN na usina também podem solicitar o pronto desligamento a qualquer momento que julgarem necessário. Por fim, destacamos que a Eletronuclear vem enfrentando uma forte campanha de desinformação junto à mídia, especialmente em matérias que buscam associar as medidas de austeridade necessárias ao equilíbrio econômico da companhia a supostos riscos operacionais". 

(FOTO – ELETRONUCLEAR) - 

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Angra 2 registra vazamento de água no selo da tampa do reator

 


Técnicos confirmaram há pouco que a usina nuclear Angra 2 registrou vazamento de água pressurizada no selo da tampa do reator. A água desmineralizada, sem contaminação radioativa, vazou para dentro do selo, sem afetar o exterior. “Mas existe risco que demande desligamento da unidade no atual estágio de dano ao equipamento. “Nossa situação é grave, mas não a ponto de tal alarme que se faz transparecer” comentou um técnico. 

Segundo informações, ainda não é necessário desligar a usina. A Eletronuclear não divulgou o fato, nem a Comissão Nacional de Energia Nuclear. O que teria provocado o problema? 

(FOTO: SALA DE CONTROLE - ELETRONUCLEAR)

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

CNEN adia por uma semana concurso para 150 vagas; déficit é de pelo menos 1000 servidores

 


A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES) informaram que o edital para o preenchimento de 150 vagas para cargos de pesquisadores, analistas em ciência e tecnologia, por exemplo, previsto para ser publicado ontem (18/2), foi adiado para a próxima terça-feira (25/2), com o início das inscrições. Não foi informado o motivo do adiamento do edital tão esperado e muito aquém das necessidades da Comissão, que até março de 2024 convivia com um déficit de 1000 servidores, segundo a própria direção da instituição. 

Na ocasião, com as reiteradas informações prestadas ao BLOG sobre a falta de servidores, incluindo fiscais, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), comandado pela Ministra Luciana Santos, nos informou que já havia encaminhado ao Ministério da Gestão e da inovação em Serviços Públicos (MGI) pedido para a realização de concurso para o preenchimento das vagas existentes na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Mas que não havia previsão de data para o concurso. 

O próprio presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, falou sobre o déficit de mais de 1000 servidores durante um evento realizado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear (CDTN), no dia 4 de dezembro de 2023. 

O fato de o MCTI não ter uma definição sobre o concurso para a CNEN era uma espécie de “balde de água fria” em muitas áreas da Comissão, responsável por um dos mais relevantes trabalhos, que é o de fiscalização do setor nuclear. Segundo fontes do setor, “a situação da fiscalização da utilização da energia nuclear no país é dramática, em função da extrema escassez de recursos humanos”. 

Sem concurso há dez anos, do total de 3.254 (ocupadas e vagas) 1447 formam a força de trabalho, sendo que 1.370 são servidores ativos dos quais 675 do total estão aptos à aposentadoria. A situação hoje pode ter piorado, caso servidores tenham se afastado da instituição.  A área responsável pelas tarefas de licenciamento e fiscalização de cerca de 3500 instalações – nucleares, radiativas, depósitos de rejeitos e atividades de segurança física e transporte de materiais radioativos contava no ano passado com pouco mais de 150 servidores, 30 % dos quais já podiam se aposentar.

A grande maioria dos servidores contava com mais de 55 anos e, sem a reposição necessária para a transmissão dos conhecimentos acumulados ao longo de anos de experiência, a área de fiscalização. “Mesmo que realizemos um concurso neste ano, tememos que o tempo decorrido entre a aprovação de novos servidores e a sua entrada em exercício já seja insuficiente para que exista tempo hábil de convivência, entre a nova geração e os mais experientes”, diz outra fonte. 

A direção da CNEN não tem mais se posicionado sobre a questão. Mas o Brasil não esquece dos problemas agravados pela falta de profissionais em 1987, quando uma cápsula de césio -137 provocou o maior acidente radiológico do mundo, em Goiânia. 

(FOTO: GOVERNO DE GOIÂNIA) -

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INB paga dívida milionária de impostos antigos à Agência Nacional de Mineração (ANM)

 


Impostos não pagos no passado pela exportação de materiais estratégicos como monazita, zirconita e ilmenita chegaram agora ao valor milionário de cerca de R$ 2,5 milhões, que saíram da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para os cofres da Agência Nacional de Mineração (ANM). Os minerais foram extraídos da unidade de Buena, no 2º distrito do município de São Francisco de Itabapoana, no Estado do Rio, onde a empresa Orquima, sucedida pela Nuclemon e depois, INB manteve a instalação desde a década de 40.

A conta é resultado de dívidas antigas de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) não quitadas no período de 1991 a 2007, abrangendo uma parte de 2013, que se agigantaram com o passar do tempo. Segundo fontes, a INB deve abrir sindicância para tentar descobrir porque os valores bem menores no passado não foram pagos, e os motivos. O caso está na Justiça e a INB, em reunião há cerca de um mês, aprovou o pagamento dos processos de cobrança da ANM no valor total de RS 2.520.474,89. 

Segundo documentos, a Procuradoria Federal ANM informou em juízo que a INB havia recolhido CFEM a menos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 2007 gerando uma dívida de R$ 1.482.506,01. Esta dívida informada em juízo foi levantada por meio de fiscalização de CFEM, constituída de cobrança para as substâncias Ilmenita, monazita, zirconita e rutilo, que não estaria licenciado para a exploração. 

Em 2013, o processo de cobrança 991.499/2008 foi desmembrado em mais dois, sendo que o valor da dívida foi assim distribuído; processo de cobrança substancia ilmenita valor e R$558.695,76; de zirconita, dívida de R$ 1.061.297,68; e de monazita, dívida de R$ 38.720,45. Não   foi aberto o processo para o rutilo, porque não chegou a ser aditado no manifesto da mina. Segundo fontes, a INB teria decidido quitar a dívida, que só tende a se elevar, gerando mais prejuízo à empresa. 

SOB NOVA DIREÇÃO - 

O BLOG já produziu diversas reportagens sobre a instalação de Buena, desde a sua trajetória no passado, quando pertencia a Orquima, localizada no bairro paulista do Brooklin, passando depois para a identidade de Usina de Santo Amaro (Usam) da Nuclemon, e em seguida, INB. Em 2023, a INB divulgou em seu site que estava disposta a promover um Acordo de Confiabilidade com uma empresa que estivesse interessada na instalação, que havia sido descomissionada e estava pronta para ser vendida. 

Desde o ano passado as instalações em Buena estão nas mãos da mineradora coreana ADL. A empresa assinou o contrato de cessão de direito de uso com a INB. O contrato tem 30 anos de duração. 

(FOTO – PARTE DAS ANTIGAS INSTALAÇÕES EM BUENA) - 

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Angra 3: CNPE adia a decisão sobre a retomada das obras da usina nuclear iniciadas em 1984

 


O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em reunião extraordinária nesta terça-feira (18/2) adiou mais uma vez a decisão sobre a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, em construção desde 1984, conforme o BLOG antecipou ontem, depois de ouvir especialistas do setor sobre o imbróglio. A maioria acreditava que a decisão seria novamente adiada. Também seria levado em conta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estaria disposto a ter problemas com a ministra Marina Silva, nada simpática à energia nuclear. Segundo fontes, o assunto foi retirado da pauta. Contudo, especula-se que a provável nova data ocorra após a reunião da COP 30, no final do ano.

O ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, sempre se posicionou favorável à retomada das obras, visitando, inclusive a central nuclear no ano passado. Na reunião do CNPE, Silveira apresentou voto pela aprovação da resolução que liberava o empreendimento, mas não venceu a resistência da área econômica por conta dos altos custos que envolvem a usina. 

Angra 3 faz parte do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em plena ditadura militar, que já consumiu pelo menos R$ 8 bilhões; e dependente de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Abandonar Angra 3 pode representar prejuízos de cerca de R$ 21 bilhões. 

Não basta aprovar a continuidade das obras, comentou uma fonte. “É preciso saber claramente e com planejamento assumido com responsabilidade de onde virão as cifras bilionárias”, comentaram fontes ao BLOG. Angra 3, se for concluída até 2031, segundo novas projeções, terá capacidade para gerar 1.350 Megawatts (MW), o equivalente a cerca de 20% da energia consumida na cidade do Rio de Janeiro, uma vez operando com 100% de sua capacidade, como Angra 2. Já Angra 1, gera a metade, nas mesmas condições, operado a 100%. O total representa 3% da energia consumida no Brasil. 


Vale lembrar que a energia não fica na cidade do Rio, pois faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN). Conforme o BLOG vem divulgando há pelo menos quatro anos, a dívida da Eletronuclear com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF), era de R$ 6,4 bilhões, por conta de Angra 3. O BNDES já divulgou que não quer mais participar de Angra 3. A usina tem sido um poço de problemas, com obras paralisadas por ações judiciais, editais cancelados, denúncias de corrupção, entre outras. O adiamento da decisão é um balde de água fria no setor nuclear, inclusive em algumas empresas nacionais como a Nuclep, em Itaguaí, que produziu e esperava produzir relevantes equipamento para o funcionamento da usina.    

(FONTE: GOVERNO - FOTOS - ELETRONUCLEAR/ABDAN - CONDENSADOR - NUCLEP 

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Presidente Lula recebe carta de trabalhadores da Eletronuclear ameaçados de demissão

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (17/02) carta aberta dos trabalhadores da Eletronuclear questionando as medidas de austeridade e a falta de diálogo da direção da Eletronuclear. A carta foi entregue a Lula pelo presidente do STIEPAR, Cássio Martins, com a participação de lideranças de sindicatos da categoria como o SINTERGIA/RJ, ASEN, SENFER/RJ e SINAERJ. O presidente Lula prometeu ler a carta com atenção e pedirá a Secretaria Geral da Presidência, com o Ministério de Gestão a atenção e análise da situação.

Na semana passada o presidente da Eletronuclear, o advogado Raul Lycurgo Leite, divulgou documento anunciando a demissão de trabalhadores, o corte de gastos, como o fechamento de unidades, sem informar quais; cobranças de taxas que chegam a R$ 2.900, aos trabalhadores que moram nas vilas em Mambucaba e Praia Brava, além de um Plano de demissão voluntária. O plano foi rejeitado pelos trabalhadores que alertam para os riscos na segurança das usinas nucleares. 

PRIMEIRO DE ABRIL: DIA NACIONAL DA MENTIRA - 

Os funcionários têm realizado assembleias denunciando a precariedade de atual gestão da Eletronuclear, que divulgou na sexta-feira (07/02) “medidas de austeridade” para viabilizar construção de Angra 3. Na ocasião, os funcionários divulgaram carta com alertas sobre os perigos envolvendo a falta de segurança nas instalações atômicas, a sobrecarga de trabalho, e as paradas por problemas nas unidades. Mas segunda a Eletronuclear, as medidas que serão adotadas resolverão parte dos problemas. Aprovada pelo Conselho de Administração, no dia 27 de janeiro, a nova estrutura organizacional da Eletronuclear entra em vigor a partir de 1º de abril de 2025 (Dia nacional da mentira), “trazendo uma economia estimada de R$ 3 milhões anuais”. 

Com a reformulação, haverá a “redução de níveis hierárquicos para otimizar a tomada de decisão; eliminação de sobreposição de atividades, melhorando a produtividade; e redução de quatro superintendências e 36 gerências/assessorias. Trata-se de uma redução significativa. Fontes do setor questionaram porque não ocorreu antes? E destacaram a preocupação de alterações nas áreas de operação e engenharia. Se for de Angra 1 e Agra 2, alertaram para a redução da segurança. 

ATENÇÃO: O BLOG NÃO PUBLICA COMENTÁRIOS DE ANÔNIMOS – SEJAM BEM VINDOS TODOS OS LEITORES. O ESPAÇO É DEMOCRÁTICO. TODAS AS OPINIÕES SÃO RESPEITADAS E PUBLICADAS, DESDE QUE NÃO CONTENHAM OFENSAS.  

(FOTO: SINDICATO) – 

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Eletrobras e Angra 3 na agenda do Governo

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com ministros na tarde desta segunda-feira (17/2) para tratar da conclusão do acordo com a Eletrobras, visando aumentar a participação do governo no Conselho de Administração da companhia. As negociações envolvem a saída da Eletrobras da Eletronuclear, gestora das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3.  O destino de Angra 3, em construção desde 1984, poderá ser decidido nesta terça-feira (18/2), em reunião do Conselho Nacional de política Energética (CNPE). 

Representantes do setor nuclear enviaram documento ao presidente Lula na semana passada pedindo o término das obras. Já entidades antinucleares divulgaram carta com mais de 5 mil assinaturas pedindo o cancelamento da central nuclear. O BLOG ouviu técnicos do setor o imbróglio. A maioria acredita que a decisão será novamente adiada. 

Na balança das decisões pesam o alto custo para a retomada das obras e o tempo já tomado pelo empreendimento. Além disso, comenta-se no Planalto que Lula não estaria disposto a ter problemas com a ministra Marina Silva, nada simpática à energia nuclear, por exemplo. 

Angra 3 faz parte do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em plena ditadura militar, que já consumiu pelo menos R$ 8 bilhões; e dependente de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Não basta aprovar a continuidade das obras, comentou uma fonte. “É preciso saber claramente e com planejamento assumido com responsabilidade de onde virão as cifras bilionárias”, comentaram. 

Angra 3, se for concluída até 2031, segundo novas projeções, terá capacidade para gerar 1.350 Megawatts (MW), o equivalente a cerca de 20% da energia consumida na cidade do Rio de Janeiro, uma vez operando com 100% de sua capacidade, como Angra 2. Já Angra 1, gera a metade, nas mesmas condições, operado a 100%. O total representa 3% da energia consumida no Brasil. Vale lembrar que a energia não fica na cidade do Rio, pois faz parte do SIN (Sistema Interligado Nacional). 

Conforme o BLOG vem divulgando há pelo menos quatro anos, a dívida da Eletronuclear com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF), era de R$ 6,4 bilhões. O BNDES já divulgou quer não quer mais participar de Angra 3. A usina tem sido um poço de problemas, com obras paralisadas por ações judiciais, editais cancelados, denúncias de corrupção, entre outras. Amanhã, o governo poderá bater o martelo sobre o empreendimento. Ou não.  

Na foto, registrada pelo BLOG, no metrô de Copacabana, Angra 3 é usada como FAKENEWS. 

(FONTE: GOVERNO FEDERAL – AGÊNCIA INFRA) – 

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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Diretor de Sindicato contesta informações do comando da Eletronuclear

 


O diretor do Sindicato dos Administradores do Rio de Janeiro (SINAERJ), Sérgio Lyra, divulgou documento contestando informações veiculadas pela direção da Eletronuclear, esta semana, sobre a necessidade de demissões de funcionários e o corte de despesas. Eis a nota: 

“A declaração do presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, na entrevista na Talk Show Costa Azul, parece, no mínimo, contraditória. Se a ANEEL, de fato, calcula a tarifa de Angra 1 e 2 com base na real necessidade da Eletronuclear por meio do mecanismo de Pass-Through (Pass True), então a redução de 14% na tarifa para 2025 – equivalente a R$ 600 milhões a menos no faturamento – deveria refletir uma redução proporcional nos custos da empresa. 

No entanto, ao mesmo tempo, o presidente alega dificuldades financeiras e a necessidade de cortar R$ 500 milhões em despesas. Essa inconsistência expõe uma evidente manipulação narrativa. Se a empresa realmente estivesse em crise financeira, a ANEEL não teria aprovado um corte tarifário tão significativo, já que isso comprometeria a operação das usinas nucleares. O ajuste tarifário é baseado em custos operacionais projetados e devidamente auditados, o que indica que a situação financeira da Eletronuclear é mais sólida do que o presidente sugere em sua entrevista. 

Portanto, a afirmação de dificuldades financeiras aparenta ser uma tentativa de criar um cenário artificialmente alarmante, possivelmente para justificar cortes internos ou influenciar decisões estratégicas. O fato é que, se a empresa pode operar com uma redução de receita de R$ 600 milhões, então os supostos R$ 500 milhões que “precisam” ser cortados não são um reflexo de crise, mas sim de uma adequação orçamentária dentro de uma realidade financeira saudável”. 

A ELETRONUCLEAR NÃO COMENTOU. 

Sérgio Lyra é funcionário da Eletronuclear e diretor do SINAERJ – 

(FOTO – ELETRONUCLEAR) – 

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Clima tenso nas usinas nucleares; Eletronuclear avisa sobre transferência de trabalhadores e fechamento de unidades

 


Em meio a uma das maiores crises de sua história, a Eletronuclear, gestora de Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção, anunciou nesta terça-feira (11/02) que, em prazo de seis meses, funcionários serão realocados para trabalhar próximos às usinas nucleares, em Angra dos Reis; e que algumas unidades serão fechadas. Empresa e funcionários ainda não entraram em acordo sobre o dissidio coletivo, aumentando a tensão entre as partes. Em assembleia hoje, no pátio da companhia, no Rio, funcionários lamentaram a falta de entendimento na atual gestão, sob o comando do advogado Raul Lycurgo Leite.

O clima tenso produz insegurança nas áreas de segurança das usinas. Lycurgo convocou reunião para esta quarta-feira (12/2). Na semana passada, ele anunciou um plano de austeridade com a demissão de empregados e a cobrança de taxas mensais aos que moram nas vilas residenciais da companhia, em Angra dos Reis. As medidas deixaram os trabalhadores revoltados, pois algumas taxas chegam a R$ 2.900,00, mensais, para vilas em Mambucaba, por exemplo, e entre R$ 2.900,00 a R$ 1,200,00 para Praia Brava. Trabalhadores contaram que muitos moradores estão há anos nas casas das vilas com as suas famílias e gastaram seus salários promovendo reformas nas residências. “As taxas representam mais uma injustiça contra eles”, disseram ao BLOG. 

"READEQUAÇÃO DO ESPAÇO" - 

O comunicado com o título “Readequação do espaço organizacional da empresa”, divulgado nesta tarde, informa que o diretor presidente, em “atendimento às determinações dos órgãos superiores de controle, e conforme orientações dos acionistas”, por exemplo, seguindo o “Plano de Ação de Medidas de Gestão Empresarial”, resolveu tomar uma série de medidas. 

As resoluções, atendem às diretrizes da ENBPar, empresa a qual a Eletronuclear está subordinada, considerando:  “A necessidade de que as atividades técnicas e operacionais estejam mais próximas do ambiente produtivo e da atividade-fim da empresa, ou seja, das Usinas de Angra 1 e Angra 2, propõe-se a readequação dos espaços organizacionais para otimizar a alocação de recursos e aprimorar a eficiência operacional; -que a reorganização proposta permitirá a redução de custos operacionais com infraestrutura, deslocamentos e logística, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos”. 

Segundo a companhia, a “reestruturação, com a readequação do espaço organizacional e o fechamento de algumas unidades, permitirá a redução de despesas, a otimização de recursos e o fortalecimento da sustentabilidade financeira da empresa”. Além disso, ficou definido que “a sede atuará como escritório de representação com base em critérios estratégicos, operacionais e financeiros, visando otimizar os recursos da empresa e assegurar a sua perenidade”. No documento, a companhia informa que “as unidades organizacionais técnicas, operacionais e de apoio serão transferidas para Angra dos Reis” e que a a empresa irá adequar as instalações já existentes em Angra dos Reis para permitir que a medida seja implementada no prazo de seis meses”. 

A companhia não informou quantos trabalhadores irão para Angra dos Reis, e quais as unidades que serão fechadas. “A intranquilidade afeta o trabalho de todos os servidores. Difícil conviver com a falta de perspectiva numa área tão importante para o país”, comentaram. 

(FOTO: Assembleia) – 

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domingo, 9 de fevereiro de 2025

Intersindical dos Sindicatos da INB divulga nota em solidariedade aos empregados da Eletronuclear

A partir das notícias sobre as demissões de funcionários da Eletronuclear na semana passada, a Intersindical dos Sindicatos da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), divulgou nota de solidariedade aos servidores da companhia, com apelo ao governo do presidente Lula para que “salve a empresa” e conclua as obras de Angra 3. Eis a nota: 

“Nós abaixo assinados, sindicatos que representam os Empregados da INB, nos manifestamos através desta nota sobre a atual situação da Eletronuclear e sobre a irresponsável gestão da empresa que coloca em risco toda a história da empresa além de pôr em risco a segurança dos processos das usinas de Angra dos Reis. 

Já vem de muito tempo a crise pela qual atravessa a Eletronuclear, o quadro se agravou com a privatização da Eletrobras e a entrada da Eletrobras privatizada no capital acionário da ETN. 

Os históricos problemas e atrasos da construção de Angra 3, a lava jato e seus métodos de investigação que levaram várias empresas nacionais a quebrarem e que também resultou na parada das obras da nova usina, as desastradas gestões das últimas diretorias da empresa também tiveram um peso no agravamento da crise que levou a Eletronuclear a deixar de honrar muitos dos seus compromissos financeiros.

Para complicar ainda mais esta situação, o atual presidente Sr. Raul Lycurgo e seu diretor de Administração, Sr Sidnei Bispo, nomes sem experiencia na área nuclear, que parecem não entender que uma empresa da área nuclear não é um quiosque de venda de cachorro quente, que parecem desconhecer toda a história de eficiência e de contribuições da Eletronuclear e seus empregados ao longo de suas trajetórias, com o discurso de recuperar financeiramente a ETN estão muito próximos de acabar com a empresa, suas história e seus empregados. 

Considerando a relação da INB com a ETN de fornecedor de elemento combustível esta crise pode tragar a INB e, ainda pior, comprometer toda a área nuclear, gerando perdas irreversíveis a todo o sistema e a tudo que significa a produção de energia para o Estado do Rio de Janeiro e para o Brasil. 

Nos solidarizamos com os empregados da Eletronuclear e com os Sindicatos e os sindicalistas que lá estão combatendo um presidente sem compromissos com a área nuclear e que na verdade luta para privatizar a empresa entregando um patrimônio do país para a iniciativa privada.

 Fazemos um apelo ao governo do Presidente Lula para que não permita tal covardia com os empregados da Eletronuclear, precisamos salvar a empresa, precisamos terminar Angra 3. A Eletronuclear é maior do que os interesses escusos por trás da crise”. 

Rio de Janeiro, 07 de fevereiro de 2025. 

Intersindical dos Sindicatos da INB : Sindicato dos Químicos de Resende – QUIMSULF,Sindicato dos Mineradores de Brumado – SINDIMINE, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos – METABASE, Sindicato dos Trabalhadores em Mineração do Rio de Janeiro – SINDIMINA-RJ, Sindicato dos Administradores no Estado do Rio de Janeiro – SINAERJ, e Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro – SENGE-RJ.

O BLOG TENTOU CONTATO COM A ELETRONUCLEAR - 

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Eletronuclear anuncia cortes como demissões, com foco em Angra 3; empregados denunciam riscos na segurança das usinas nucleares

 


Depois de uma série de denúncias sobre a precariedade de atual gestão, que poderá colocar em risco a segurança das usinas Angra 1 e Angra 2, a Eletronuclear divulgou nesta sexta-feira (07/02) “medidas de austeridade” para viabilizar construção de Angra 3. Estre as medias, constam o desligamento de funcionários, cobrança de custos de manutenção das residências nas vilas, e a adoção do plano de demissão voluntária (PDV/PDI). Funcionários também divulgaram carta com alertas sobre os perigos envolvendo a falta de segurança nas instalações atômicas, a sobrecarga de trabalho, e as paradas por problemas nas unidades.  

Mas segunda a Eletronuclear, as medidas que serão adotadas resolverão parte dos problemas. Aprovada pelo Conselho de Administração, no dia 27 de janeiro, a nova estrutura organizacional da Eletronuclear entra em vigor a partir de 1º de abril de 2025, “trazendo uma economia estimada de R$ 3 milhões anuais”. Com a reformulação, haverá a “redução de níveis hierárquicos para otimizar a tomada de decisão; eliminação de sobreposição de atividades, melhorando a produtividade; e redução de quatro superintendências e 36 gerências/assessorias. 

Trata-se de uma redução significativa. Fontes do setor questionaram porque não ocorreu antes? E destacaram a preocupação de alterações nas áreas de operação e engenharia. Se for de Angra 1 e Agra 2, alertaram para a redução da segurança. 

PÁ DE CAL -

Os atrasos nas obras de Angra 3 são constantes. A usina, fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha durante a ditadura militar, começou a ser construída em 1984. As obras estão mais uma vez paradas, e caberá ao governo federal, através do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidir colocar uma pá de cal sobre o empreendimento ou criar mais uma expectativa de finalização, desta vez, adiando de 2028 para 2031. 

Mesmo todos os números apresentados pelo presidente da Eletronuclear, o advogado Raul Lycurgo Leite, no cargo desde 20/12/2023, não seriam suficientes para alavancar Angra 3, comentaram técnicos do setor. A usina já consumiu cerca de R$ 8 bilhões e precisaria de pelo menos outros R$ 23 bilhões para entrar em operação. Com a postergação da data para 2031, segundo ele, “desta maneira, o novo formato permite uma melhor utilização de mão-de-obra-realocando funcionários que estavam voltados aos serviços de operação e engenharia de Angra 3 para Angra 1 e Angra 2, em funcionamento. 

Técnicos questionaram este ponto, com preocupação. Realocar como assim? Se há déficit de pessoal apacitado nas duas centrais atômicas: E se Angra 3 ainda está com as obras civis paradas? 

FARTURA EM CARGOS DE CHEFIA - 

Enquanto a companhia contrata cerca de mil profissionais brasileiros e estrangeiros para as atividades de reabastecimento das usinas nucleares, enquanto não se fala em concurso público para áreas fundamentais de operação e segurança, a mesma carência não abarca todos os setores: “O organograma revogado, que estava em vigor desde 2022, tinha mais de 116 cargos de chefia e com a nova estrutura passa a ter 73 cargos. Ou seja, 43 cargos de chefes serão extintos ou incorporados por outras áreas para otimização dos recursos”. 

“Desde 2021, os custos da Eletronuclear com Pessoal, material, serviços de terceiros e outros, (PMSO) estavam mais de 50% acima do valor concedido em tarifa pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 2022, o PMSO concedido pela Aneel era de R$1,1 bilhão, mas a empresa gastou R$1,6 bilhão. Ou seja, em 2022, R$500 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária. No ano seguinte, 2023, o PMSO concedido pela Aneel foi novamente de R$1,1 bilhão, mas a empresa gastou R$1,78 bilhão. Isto é, em 2023, aproximadamente R$700 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária”. 

Ainda em 2023, informou, “o orçamento para 2024 apontava para gastos na companhia com PMSO de R$2,4 bilhões, enquanto que o PMSO da Aneel era de R$1,4 bilhões. Se isso se concretizasse, seria um déficit de R$1 bilhão. Com medidas de racionalização já implementadas pela atual gestão da Eletronuclear, a empresa reduziu os gastos com PMSO em 2024 de R$2,4 bilhões para R$1,9 bilhão, ainda além do PMSO da Aneel de R$1,4 bilhão, mas invertendo a tendência. A meta é atingir o equilíbrio até o final de 2026, alinhando os custos ao PMSO regulatório da Aneel com os custos de PMSO da empresa”.  

"A redução do PMSO é essencial para garantir a viabilidade econômica da Eletronuclear e a continuidade de projetos estratégicos, como Angra 3. Desse modo, a referida mudança no organograma se faz necessária", afirma Lycurgo. Além disso, segundo ele, a empresa implementará a cobrança de uma taxa para custear serviços de manutenção das vilas residenciais destinadas aos funcionários em Angra dos Reis. A medida, que não se trata de um aluguel, visa cobrir despesas como limpeza, água, luz, telefone e IPTU. 

Os planos da Eletronuclear costumam divulgar para a sociedade que a salvação energética do país depende das usinas nucleares, com ênfase na necessidade de Angra 3.  Há cerca de dois anos, por exemplo, não se sabe quanto a companhia gastou para produzir outdoor instalados nas estações do metrô carioca, com a mensagem da salvação nuclear para o país. Vamos aos números que comprovam o contrário: a usina Angra 1 tem capacidade para produzir 640 MW; o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro, quando opera com 100% de sua potência. Já Angra 2, tem capacidade para produzir 1.350 MW, o equivalente a 20% da energia consumida no Rio. Angra 3, se entrar em operação, terá a mesma capacidade de Angra 2. As três usinas operando com 100% de potência poderão gerar o equivalente a 3% do consumo de energia elétrica do País. Sim, três por centro. "Angra 3 vai acender o futuro", mais uma promessa ou fakenews. 

(FOTO – DESTE BLOG – CREDITAR A AUTORIA EM CASO DE REPRODUÇÃO) – 

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