sexta-feira, 26 de maio de 2023

Sirenes de emergência das centrais nucleares de Angra passam por novos testes

 


A Eletronuclear inicia mais uma etapa de testes das novas sirenes de emergência instaladas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Itaorna, e em Praia Brava, uma das vilas residenciais da empresa, em Angra dos Reis, na segunda e terça-feira (29 e 30/5). Ambas as localidades, por estarem em “áreas de propriedade da empresa”, fazem parte do Plano de Emergência Local (PEL), que é administrado pela Eletronuclear.

Segundo a companhia as simulações de emergência ocorrerão com técnicos da Eletronuclear e representantes da empresa fornecedora dos aparelhos. “Os acionamentos das sirenes não possuem um período programado, mas acontecerão em horário comercia”, assegurou. A companhia não informou o nome da empresa que vendeu os equipamentos, o valor, nem se a aquisição passou ou não por processo de licitação. 

Segundo a companhia. os primeiros testes foram realizados no início deste mês e visavam simular possíveis alertas. Com os novos aparelhos, Itaorna apresenta quatro sirenes no local, enquanto Praia Brava recebeu a substituição do antigo sistema de comunicação via carros de som. 

SIRENES - 

“Os novos aparelhos são equipados com a tecnologia mais avançada disponível no mercado, garantindo maior confiabilidade, disponibilidade e facilidade para atuação da equipe do PEL”, informou a Eletronuclear. E acrescentou: “É importante esclarecer que não se trata do sistema de sirenes do Plano de Emergência Externo da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), que é coordenado pela Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e prevê ações de proteção à população em áreas de raios com limites de 3 a 15 km de distância da CNAAA”.

FOTO: ABDAN - 

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Governo debate segurança de usinas nucleares; obras de Angra 3 continuam embargadas

 


O governo quer mostrar para a população que as usinas nucleares de Angra dos Reis são seguras. Com este objetivo realizará o Encontro PEE 2023 – Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro para “esclarecer dúvidas e desmistificar o tema” junto à população da Costa Verde, destacando a garantia de que usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, não representam perigo. O evento será realizado na terça-feira (30/5), às 18h30, no Clube Náutico de Praia Brava. 

O encontro faz parte de uma série de ações anuais promovidas pelas entidades que integram o PEE, como Eletronuclear, gestora das usinas, que está enfrentando problemas com a paralisação das obras de Angra 3, desde 19 de abril, embargadaspela Prefeitura de Angra dos Reis. 

Nesta edição, a programação conta com as seguintes apresentações:  Eletronuclear – A importância da empresa para a região da Costa Verde; Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – Regulação e fiscalização; Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro – A participação da população em caso de emergência externa; Defesa Civil do Município de Angra dos Reis – A estrutura de proteção à população em caso de emergência externa. 

Vão participar também representantes das entidades ligadas ao setor nuclear e das instituições integrantes do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), que tem o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) como órgão central. O evento é gratuito e está com as inscrições abertas na página da Eletronuclear. 

FOTO: ELETRONUCLEAR – 

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terça-feira, 23 de maio de 2023

Angra 3: aumenta o impasse sobre embargo das obras: prefeitura contesta Eletronuclear e "queda de braço" faz mais de um mês

 


Aumenta o impasse entre a Prefeitura de Angra dos Reis e a Eletronuclear, sobre a paralisação das obras da usina nuclear Angra 3, que está completando um mês. Em nota divulgada nesta terça-feira (23/5), a Prefeitura desmente informações da Eletronuclear. “A Prefeitura de Angra dos Reis esclarece que a empresa nunca informou ao município sobre a disponibilidade de R$ 35 milhões a título de compensações socioambientais pela construção da usina nuclear Angra 3”. 

Destaca ainda que recentemente, em pelo menos duas ocasiões, o Diretor- Presidente da Eletronuclear, Eduardo Grivot Grand Court, deixou claro que a estatal não dispõe de recursos para honrar seus compromissos com a prefeitura angrense”. Enquanto isso, na Associação Comercial do Rio, hoje (23/5), representantes do Governo do Estado prometem interceder para acabar com a queda de braço entre a Prefeitura e a companhia. E a confirmação relevante de que Angra 3 depende de R$ 20 bilhões para ser concluída. 

JOGO DE EMPURRA - 

A Prefeitura de Angra informa ainda que apresentou 16 projetos à Eletronuclear, totalizando R$ 40 milhões, mas que até hoje não recebeu recursos para dar sequência às obras. Há mais de uma década, “a estatal faz um jogo de empurra-empurra para não cumprir com compromissos firmados com a prefeitura angrense”. 

No último ofício encaminhado pela Eletronuclear à Prefeitura de Angra foi em 9 de fevereiro e reitera que a estatal não dispõe de recursos para honrar a dívida com Angra. "Lamentamos informar que, nesse momento, a Eletronuclear não possui recursos orçamentários para assumir novos compromissos relacionados ao empreendimento Angra 3", escreveu Eduardo Grivot. 

No dia 16 de maio, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos deputados, o presidente da estatal admitiu publicamente a falta de recursos para arcar com os compromissos assumidos com a prefeitura de Angra.  “Eu assino o compromisso de R$ 264 milhões, que é apresentado pela prefeitura, mas eu não vou ter dinheiro para pagar tudo. Há um problema de orçamento, que é público", admitiu o presidente da estatal. 

“A prefeitura de Angra permanece na luta para receber os recursos da Eletronuclear. É inconcebível que a estatal não cumpra o acordo firmado com a Prefeitura, em outubro de 2009, e fique sem repassar as verbas necessárias para projetos na cidade, como contrapartida à cessão do terreno para a construção de Angra 3. Em valores atualizados, essa contrapartida em compensações socioambientais atinge R$ 264 milhões”, reitera a prefeitura. 

SOCORRO DO ESTADO - 

Durante a reunião nesta terça-feira (23/5) do Conselho de Energia realizada na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACERJ), o superintendente de Energias Limpas da Secretaria de Energia e Economia do Mar no Governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Coelho, anunciou a disponibilidade do órgão de intermediar o impasse entre a Eletronuclear e o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão. 

O presidente da Eletronuclear, Eduardo Grand Court, enfatizou a importância da indústria nuclear para o Rio de Janeiro, uma vez que impulsiona a economia em toda a cadeia produtiva do setor. Segundo Grand Court, considerando toda a cadeia produtiva, o setor nuclear atualmente gera mais de 100.000 postos de trabalho. Além disso, ele ressaltou que a construção de Angra 3 será responsável pela criação de 7.000 empregos diretos e 20.000 indiretos. A finalização dessa obra de grande porte exigirá investimentos diretos da ordem de 20 milhões de reais. Em uma área de apenas 1,1 km², Angra 3 terá um potencial energético de 3,5 gigawatts, proporcionando uma fonte de energia firme e disponível. A dívida da Eletronuclear com o BNDES era de R$ 6,4 bilhões, conforme o blog já divulgou. 

EMBARGO - 

A prefeitura de Angra dos Reis embargou a obra de construção da usina nuclear de Angra 3, no dia 19 de abril. Os motivos alegados pela Prefeitura foram uma mudança de projeto urbanístico e o atraso no repasse financeiro pela cessão do terreno. “Autorizei esse embargo porque a Eletronuclear está executando um projeto que está em desacordo com o que o município aprovou”, disse o prefeito Fernando Jordão. 

Segundo ele, a Eletronuclear fez um acréscimo da área de circulação em uma das unidades, alterando o projeto. “Com isso, a obra tem que permanecer paralisada até que a gente aprove as modificações. O processo está sendo analisado e um novo alvará será emitido quando as modificações forem aprovadas as modificações", explicou o presidente do Instituto Municipal do Ambiente (Imaar), Mário Reis. 

A prefeitura irá conceder um novo alvará de construção para Angra 3 quando as modificações no projeto forem aprovadas e a Eletronuclear acertar as compensações socioambientais. "A Eletronuclear assinou com o município termo de compromisso no valor de R$ 264 milhões, que não vem sendo cumpridos. Temos que resolver essa questão para que a gente possa dar o alvará de construção de Angra 3. A Eletronuclear deve à população de Angra dos Reis por compromissos assinados e que terão que ser cumpridos", cobrou o prefeito. Em nota, a Eletronuclear disse que "recebeu com surpresa a notificação de embargo" e que "até o momento, a empresa não teve acesso à fundamentação do processo que originou a decisão da prefeitura e, portanto, não pode se manifestar sobre o assunto".

 QUEBRAR O GELO - 

Para tenta quebrar o gelo colocado em seu caminho critico, “devido à repercussão nas redes sociais e na imprensa do embargo às obras de Angra 3”, a Eletronuclear esclarece em suas ferramentais digitais que está empenhada em revertê-lo, “buscando um diálogo construtivo com o município de Angra dos Reis para esclarecer as questões apresentadas e encontrar uma solução que permita a retomada das atividades no canteiro”. 

A Eletronuclear deseja retomar a construção da unidade o quanto antes. Para isso, não descarta medidas judiciais, informou a companhia. “Sobre as condicionantes socioambientais ligadas à construção da usina, a Eletronuclear reforça que, na próxima semana, terá mais uma oportunidade de apresentar à sociedade, à imprensa e aos gestores municipais todas as entregas realizadas pela empresa, além esclarecer as dúvidas da população local sobre o tema”. 

Na quinta-feira (25/5), a companhia fará uma apresentação sobre a questão no Seminário de Devolução das Ações Socioambientais da Central Nuclear de Angra, em parceria com o Ibama, no Cineteatro de Praia Brava, em Angra dos Reis. Apresentará – assim como em audiências públicas realizadas nas câmaras Municipal de Angra dos Reis e dos Deputados, em Brasília – o contexto envolvendo os convênios com as três prefeituras da Costa Verde. É um grande esforço para tirar do caminho as condicionantes da Prefeitura.

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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Unidade que operou com material radioativo vira sucata: há casos de operários doentes e ameaça de falta de água na região

 


Casos de funcionários doentes com AVC, depressão e falecimentos, ameaça de falta de água, agravada por cerca de três quilômetros de tubulação perdidos, a falta de informações sobre o destino de equipamentos fora de uso, são alguns dos problemas envolvendo a desativação de uma unidade que operava com material radioativo (UDB), da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Buena, 2º distrito do município de São Francisco de Itabapoana (RJ). A INB não retornou os contatos sobre a matéria publicada no dia 15/5. A Prefeitura, fez o mesmo, mas postou em sua página, no dia 19, a informação sobre a tubulação, que “não poderá ser aproveitada, sendo necessária a troca dos equipamentos”.


Durante décadas, toneladas de areias monazitas, (ricas em urânio e tório), foram subtraídas das  praias do Espirito Santo, Bahia e Buena e transportadas pera serem processadas na Orquima, no Brooklin paulista, sucedida pela Nuclemon; depois, INB, nas quais centenas de operários se contaminaram, adoeceram e morreram vítimas de radiação. Em 2006, os sobreviventes se uniram a formaram a Associação dos Trabalhadores da Produção Nuclear (ANTPEN) para lutar por seus direitos, até hoje não reconhecidos pela Justiça.

INTERRUPÇÃO DE ÁGUA - CENÁRIO DE ABANDONO/SUCATA - 

Depois de a notícia sobre a falta de água aqui divulgada, a Prefeitura informou que está atuando junto a Águas do Rio para “resguardar os direitos da população e impedir a interrupção dos serviços’, que segundo o próprio órgão, há 35 anos de responsabilidade da INB. A Prefeitura também confirmou que a interrupção do fornecimento de água está prevista para julho, conforme consta na reportagem do último dia 15.  O cenário de abandono na unidade da INB em Buena pode ser visto em fotos exclusivas que publicamos. 


A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) informou que possui “regulamentos específicos para nortear o descomissionamento de instalações nucleares, radioativas e minero-industriais”. A atuação da CNEN, conforme informou a Comissão, abrange requisitos tais como “descontaminação de área gerenciamento de resíduos e rejeitos radioativos e monitoramento ambiental, bem como procedimentos para garantir a proteção radiológica dos trabalhadores e da população circunvizinha”. 

Mas para onde irão os equipamentos e demais as sucatas de Buena? “A destinação dos materiais radioativos presentes na instalação deve ser indicada pelo operador (INB), cabendo à CNEN avaliar a conformidade com as normas aplicáveis e, caso necessário, estabelecer exigências relacionadas ao armazenamento seguro do transporte dos mesmos”, afirmou a CNEN.  Portanto, acrescentou a Comissão, o operador – INB-, “deve submeter relatórios específicos detalhando as etapas envolvidas e procedimentos a serem executados, para garantir que todas as medidas de segurança estejam sendo tomadas e que os materiais radioativos estejam sendo manuseados e transportados de acordo com as normais aplicáveis”. Afinal, está ou não?

SINDIMINA-RJ CONTESTA INB - 

Se a INB opera no local há décadas, por quais razões o encerramento das atividades acarreta tantos transtornos, como a ameaça de falta de água, a falta de informação sobre o desmonte e destino de equipamentos e aos graves problemas de saúde aos funcionários, que durante anos dedicaram  a sua força de trabalho à instalação? Há exames de rotina? A saúde dos trabalhadores teve acompanhamento durante tantos anos? A INB não respondeu. 

Contatado pela reportagem, a direção do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Prospecção, Pesquisa e Extração de Minérios Estado do Rio de Janeiro (Sindimina-RJ),  declarou que “não compactua com as atitudes impostas pelos atuais gestores da INB, principalmente no que se refere a transferência de empregados sem que eles tenham algum benefício”, em contrapartida, por exemplo. A direção do Sindimina admitiu que, mesmo sem relacionar os casos de doenças e mortes ao problema, pesou a forma de pressão feita pelos gestores, problemas relatados em reuniões. Sem chance de escolha, empregados de Buena foram transferidos para Caetité, na Bahia, a 1.200 Km de distância, enquanto há outras unidades da empresa em Rezende (RJ), Caldas (MG) e na sede, no Rio. Dos 320 funcionários do passado, hoje restam apenas 39. 

HERANÇA MALDITA - 

A herança da Nuclemon, fechada em 1992, ficou sob a responsabilidade da INB.  Uma parte do material procedente de Buena também foi levado, principalmente nas décadas de 50 e 60, clandestinamente para outra unidade da INB em Caldas, Minas Gerais. Atualmente, está em discussão se o restante, mais o que ficou em depósitos na Nuclemon em São Paulo (Usina de Interlagos e sitio em Botuxim) deve ser transferido também para Caldas. Ambientalistas, parlamentares e demais representantes da população de Caldas já avisaram que não vão aceitar.  

Oficialmente, em documento obtido pela reportagem, a INB avisa que está em “processo de finalização de suas atividades de produção em Buena. De acordo com o cronograma, a previsão é que o encerramento aconteça em dezembro de 2023, inclusive com a redução do quadro de empregados atuando na localidade”, informa a nota, sem mencionar o número de trabalhadores que será dispensado. E acrescenta: “Dessa forma, a INB somente terá condições de continuar fornecendo água para os moradores do entorno da UDB, até o mês de julho de 2023”. 

FOTO: UNIDADE DA INB EM BUENA – 

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terça-feira, 16 de maio de 2023

Eletronuclear não paga divida de R$ 264 milhões à Prefeitura de Angra; obras de Angra 3 continuam paradas


O diretor-presidente da Eletronuclear, Eduardo Grivot, admitiu em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta terça-feira (16/5), que a estatal não tem dinheiro para pagar os R$ 264 milhões que deve à Prefeitura de Angra dos Reis a título de compensações ambientais pela construção da usina nuclear Angra 3.

Grivot argumentou que, com a interrupção das obras de Angra 3, durante a Lava Jato, não há recursos orçamentários para quitar a dívida. “Eu assino o compromisso de R$ 264 milhões, que é apresentado pela prefeitura, mas eu não vou ter dinheiro para pagar tudo. Há um problema de orçamento, que é público. Mas não tenho R$ 264 milhões”, disse. Fernando Jordão, prefeito de Angra dos Reis, reagiu. “Não querem pagar. Tem que trabalhar para arranjar dinheiro. Se tem dinheiro para obra, por que não tem dinheiro para o município?”, enfatizou durante a sessão, que discutiu o vazamento de material radioativo da usina, em setembro de 2022. O governo federal já anunciou a pretensão de construir a quarta usina nuclear na cidade. 

MENTIRA - 

Durante a audiência pública, Jordão também rechaçou o argumento usado pela Eletronuclear que, em sessão na Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, no dia 12 de abril, alegou falta de projetos para não fazer o repasse de recursos. "[Então] não adianta vir [dizer] que não tem projeto porque é mentira. Vocês estão contingenciando [o pagamento da dívida por] falta de dinheiro. Vocês precisam ter uma equação financeira para priorizar a cidade de Angra, de Paraty e Rio Claro. Não os prefeitos, mas a nossa população".

 De acordo com a deputada estadual Célia Jordão (PL-RJ), presente à sessão da Comissão de Minas e Energia, argumentou que, “por mais que a Eletronuclear tenha passado por momentos difíceis com a Lava Jato, o povo não pode sofrer as consequências. É preciso estabelecer um cronograma orçamentário”, defendeu. 

DÍVIDA ANTIGA - 

A dívida da Eletronuclear com a prefeitura de Angra dos Reis é antiga.   Em outubro de 2009, a estatal e a Prefeitura assinaram um termo de compromisso para o repasse de recursos a serem usados em projetos socioambientais na cidade. Foi a contrapartida à cessão do terreno pela prefeitura para a construção de Angra 3. 

Em valores atualizados, essa contrapartida em compensações socioambientais atinge R$ 264 milhões. “Estamos em 2023 e ainda debatendo regras que foram estabelecidas lá atrás. A União e a Eletronuclear precisam ter responsabilidade com os municípios e construir um cronograma orçamentário para honrar seus compromissos”, disse a deputada estadual Célia Jordão (PL-RJ). Na audiência pública, o prefeito Fernando Jordão ressaltou que defende a matriz energética nuclear brasileira. Mas argumentou que, enquanto a Eletronuclear não pagar o que deve ao município, as obras de Angra 3 permanecerão paralisadas.

 A Prefeitura embargou a obra no último dia 19 de abril, após mudanças no projeto urbanístico inicialmente aprovado pela gestão municipal. A audiência pública na Comissão de Minas e Energia foi solicitada pelo deputado federal Max Lemos (PDT-RJ) após a Eletronuclear, que administra o complexo nuclear de Angra, omitir das autoridades o vazamento de material radioativo ocorrido na usina Angra 1 em setembro do ano passado, fato que posteriormente foi confirmado pela própria estatal. A pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal determinou que a Eletronuclear realize uma avaliação completa dos danos causados. Além disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a empresa. 

NORMAS INTERNACIONAIS - 

Sobre o caso, Fernando Jordão cobrou o diretor-presidente da Eletronuclear para que a estatal cumpra com as normas internacionais de comunicação de acidentes com material radioativo, independentemente da quantidade ou do potencial de danos às pessoas ou ao meio ambiente. "Não são vocês [Eletronuclear] que vão decidir que a partir de agora vão comunicar. São normas internacionais. [Vocês] sabem disso, [mas] omitiram a comunicação do evento. Isso foi muito grave", afirmou o prefeito. 

FONTE:COMUNICAÇÃO PREFEITURA DE ANGRA. FOTO: ABDAN – 

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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Unidade que processava material radioativo será fechada; haverá demissão e corte de água, em Buena (RJ)

 


Funcionários demitidos e moradores sem a água até então fornecida pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Este é, por enquanto, o saldo do encerramento das atividades de extração de areias monazíticas - que contém material radioativo, como urânio e tório, entre outros – na Unidade de Descomissionamento em Buena (UDB), no município de São Francisco de Itabapoana, região turística da Costa Doce, do Estado do Rio. Em comunicado à Prefeitura, que o blog obteve nesta segunda-feira (15/5), a gerência da UDB fez o aviso. 

 Durante décadas toneladas de areias monazitas de Buena, das praias do Espírito Santo e Bahia, foram transportadas clandestinamente para a Orquima, sucedida pela Nuclemon, no Brooklin paulista, nas quais centenas de operários se contaminaram, adoeceram e morreram vítimas da radiação.  Os sobreviventes e familiares fundaram a Associação Nacional de Trabalhadores na Produção da Energia Nuclear (ANTPEN), com apoiadores, e lutam até hoje por indenização e a manutenção de plano de saúde. A herança da Nuclemon, fechada em 1992, ficou sob a responsabilidade da INB.  Uma parte do material procedente de Buena também foi levado clandestinamente para outra unidade da INB em Caldas, Minas Gerais. Atualmente, está em discussão se o restante, mais o que ficou em depósitos na Nuclemon em São Paulo (Usina de Interlagos e sitio em Botuxim) deve ser transferido também para Caldas. Ambientalistas, parlamentares e demais representantes da população de Caldas já avisaram que não vão aceitar. 

MORADORES SEM ÁGUA? 

A INB está em “processo de finalização de suas atividades de produção da UDB. De acordo com o cronograma, a previsão é que o encerramento aconteça em dezembro de 2023, inclusive com a redução do quadro de empregados atuando na localidade”, informa a nota, sem mencionar o número de trabalhadores que será dispensado. E acrescenta: “Dessa forma, a INB somente terá condições de continuar fornecendo água para os moradores do entorno da UDB, até o mês de julho de 2023”. 

Sobre o corte da água, a gerência foi taxativa: “Informamos que tal fato já foi comunicado à Prefeitura para que possam ser tomadas as providências necessárias de modo que a população, que é atendida atualmente por esse fornecimento, não fique sem acesso à água”.  A INB não informou o contingente da população que deixará de receber a água da empresa. O Blog está tendo contato com a Prefeitura. 

ACÚMULO NO PÁTIO - 

Segundo informações oficiais, a UDB atua no processo de separação e na comercialização dos minerais pesados conhecidos como ilmenita, zirconita, rutilo e monazita, extraídos de reservas minerais formadas pela regressão do mar – paleopraia. 

“Como as reservas estão esgotadas, a produção da Unidade se restringe atualmente à recuperação e comercialização do minério que ficou acumulado no pátio, junto à usina de beneficiamento primário e também às várias frações de minerais que foram estocados durante os últimos anos”, admite a estatal. 

O QUE SÃO - 

A ilmenita (titanato de ferro), a zirconita (silicato de zircônio) e o rutilo (dióxido de titânio) são importantes insumos para várias indústrias: a ilmenita é usada em indústria de pigmentos, ligas metálicas e proteção do revestimento de autoforno; a zirconita é usada em indústria cerâmica; e o rutilo é usado na fabricação de tintas e na indústria de eletrodos para solda. 

A monazita é basicamente um fosfato de terras raras, urânio e tório. Esse fosfato é matéria prima importante na produção de terras raras, que são insumos para a fabricação de produtos como baterias recarregáveis, televisores, catalisadores automotivos e equipamentos de craqueamento de petróleo.

O município possui uma área de 1 122,438 quilômetros quadrados, desses 60 quilômetros são de litoral com falésias de até dez metros de altura, é o quinto maior município em extensão territorial do Rio de Janeiro e o município mais oriental do estado. E segundo as estimativas do censo demográfico pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2019 a sua população era de aproximadamente 42 205 habitantes. Possui o segundo pior índice de desenvolvimento humano entre os municípios do estado, atrás somente de Sumidouro. O município é constituído de três distritos, São Francisco de Itabapoana (sede)Itabapoana e Maniva

FOTO: BUENA – 

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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Angra 3: obras produziram cerca de 200 toneladas de resíduos industriais

 


A usina nuclear Angra 3, em obras de 1984, produziu cerca de 200 toneladas de resíduos industriais que foram recolhidos, armazenados e destinados pela Eletronuclear no ano passado, entregues às empresas especializadas em descartes. O material é resultado das obras de construção da usina Angra 3 na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). A unidade voltou ao ritmo das obras há cerca de dois anos, mas no mês passado, por decisão da Prefeitura de Angra dos Reis, a construção foi novamente interrompida. No momento, há um forte movimento no setor pela retomada das obras. 

As informações sobre a produção e o descarte das 200 toneladas de resíduos industriais fazem parte do episódio da série “Angra 3 tá ON”, lançado nesta quarta-feira (10) pela Eletronuclear. A iniciativa teve início em agosto de 2022, chega ao seu terceiro vídeo da segunda temporada, trazendo novidades e curiosidades sobre a construção de uma usina nuclear. “O objetivo é tornar o assunto cada vez mais acessível a toda população”, informa a companhia.  O próximo episódio será lançado ainda este mês e contará um pouco mais sobre o processo da obra, incluindo a fase atual de paralisação dos trabalhos, “em respeito ao embargo da prefeitura de Angra dos Reis”, informou a companhia. 

Angra 3 é a segunda usina que faz parte do pacote do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, assinado pelo presidente da República, general Ernesto Geisel, em 1975, que previa a construção de oito unidades no território nacional. 

Angra 3 tem 67% de suas obras civis concluídas, já consumiu cerca de R$ 8 bilhões e, segundo o governo, precisa de outros R$ 18 bilhões para ser inaugurada, em 2028. A usina terá capacidade para produzir 1.350 megawatts, o mesmo que Angra 2 produz, quando opera 100% sincronizada ao Sistema Integrado Nacional. (SIN). Angra 3 poderá produzir o equivalente a 20% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. 

FOTO: ELETRONUCLEAR – 

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terça-feira, 9 de maio de 2023

Sirenes de emergência serão testadas na central nuclear de Angra

 


Desde janeiro de 1989, quando sirenes da usina Angra 1 foram acionadas por um raio, provocando pânico na população, as empresas responsáveis pela central nuclear de Angra dos Reis, buscam saídas para evitar que o problema se repita. Testes com sirenes estavam sendo feitos com alguma periodicidade, até antes da pandemia. E acabam de retornar. Mas nesta quarta-feira (10/5), a Eletronuclear informou que o "incidente com o raio ocorreu nas sirenes do Plano de Emergência Externo do estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ). A companhia não negou o ocorrido, apenas se eximiu da responsabilidade no caso.
A Eletronuclear também garantiu que os testes das sirenes "nunca" foram interrompidos; "Todo dia 10, às 10h, é executado o teste sonoro. E diariamente, o teste silencioso", informou. Provavelmente, por ser silencioso, a população não ouviu e acredita que tenham parado durante a pandemia, comentaram moradores. A companhia também informou que os testes do PEL "ocorreram dentro da área de propriedade da empresa, no modo silencioso, e semanalmente, toda segunda-feira, às 11h, com todo sonoro". No release divulgado à imprensa ontem, a Eletronuclear não prestou essas informações, que foram solicitadas pelo blog no mesmo dia. 
LICITAÇÃO - O blog também solicitou informações sobre o processo de aquisição das sirenes, em teste desde a segunda-feira (8/5): se houve licitação, quanto custaram, empresa fornecedora, entre outras, não divulgadas. Segundo a companhia, são informações estratégicas, que envolvem segurança.    
NOVAS SIRENES -  
Desde segunda-feira (8/5), portanto, estão em teste essas “novas sirenes de emergência instaladas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Itaorna, e em Praia Brava, uma das vilas residenciais da Eletronuclear. Ambas as localidades, por estarem em áreas de propriedade da companhia, fazem parte do Plano de Emergência Local (PEL), que é administrado pela empresa”. As simulações de emergência ocorrerão ao longo desta semana com técnicos da Eletronuclear e representantes da empresa fornecedora dos aparelhos. 
O acionamento das sirenes não tem uma hora programada, mas acontecerá em horário comercial. “Os novos aparelhos são equipados com a tecnologia mais avançada disponível no mercado, garantindo maior confiabilidade, disponibilidade e facilidade para atuação da equipe do PEL. A modernização do sistema em Itaorna inclui a adição de uma nova sirene, totalizando quatro no local, enquanto em Praia Brava serão implantados dois novos equipamentos que substituirão a antiga comunicação via carros de som’, informou a companhia. 

A Central Nuclear abriga as usinas Angra 1, Angra 2, em funcionamento, e Angra 3, em construção, cujas obras estão paradas por determinação da Prefeitura de Angra, que exige uma série de providências à companhia. 

FOTO: ABDAN -  

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Rússia assina contrato com o Brasil para fornecimento de urânio natural

 


A Rússia e o Brasil assinaram um novo contrato para o fornecimento de urânio natural, acaba de informar a empresa estatal russa Rosatom, que também quer vender usinas nucleares flutuantes ao governo. "Continuamos desenvolvendo a cooperação com a empresa brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no fornecimento de produtos de urânio", disse Kirill Komarov, vice-diretor-geral da Unidade de Desenvolvimento e Negócios Internacionais da Rosatom, durante a assinatura do contrato. Segundo ele, no ano passado, a Rosatom venceu uma licitação internacional que levou ao atual contrato.

Rosatom participou da Conferência internacional Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E), que aconteceu na primeira semana deste mês, no Rio. Para vender os seus produtos, durante a palestra que insere energia nuclear como energia limpa, ele comentou: “A energia nuclear é uma fonte sustentável de energia que é minimamente afetada por condições externas. Mesmo que os preços do urânio aumentem, isso não terá um forte impacto no custo final da eletricidade, uma vez que a participação do urânio no preço total não ultrapassa três por cento”. 

E acrescentou: “Hoje estamos vendo o interesse dos investidores pelo setor nuclear. Um exemplo é o projeto que a Rosatom está implementando na Rússia – a construção de 4 usinas nucleares flutuantes. O contrato do projeto foi concluído por um período de 40 anos – o cliente recebe um preço fixo pelas próximas 4 décadas e nós, como fabricantes, temos a oportunidade de planejamento econômico estratégico por meio século”, observou Komarov. 

Além disso, enfatizou a importância do apoio estatal na implementação de projetos nucleares: “No mundo, há vários líderes na construção de usinas nucleares, tais como a China, a Índia, a Rússia e alguns países árabes. Todos esses países estão implementando projetos com alto nível de apoio e participação direta do Estado. Podemos dizer com confiança que o desenvolvimento da energia nuclear é impossível sem o apoio do governo”. 

RÚSSIA E BRASIL - 

A Rosatom está presente no mercado latino-americano há muitos anos. O primeiro acordo entre a Rússia e o Brasil no setor nuclear foi assinado em 1993 e, por mais de 30 anos, a cooperação bilateral se desenvolveu. A Rosatom é há vários anos um dos maiores fornecedores de produtos isotópicos para as necessidades da medicina nuclear do Brasil. Além disso, nos últimos anos, a cooperação na área do ciclo do combustível nuclear tem se desenvolvido ativamente. Como resultado das negociações à margem de NT2E, novos acordos foram alcançados. 

A NT2E é o maior evento de negócios e tecnologia do setor nuclear na Amêrica Latina. Com realização bianual, a NT2E reúne os principais players do mercado de todo o mundo para apresentar as novidades do setor e discutir os desafios e oportunidades do mercado nuclear. Esse ano, dentre as companhias do setor, estiveram presentes a Eletronuclear, Holtec, Amazul, Andrade Gutierrez, Nuclep, Rosatom, BNDES, Sebrae e Framatome. A NT2E é organizada pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN). 

Em entrevista exclusiva ao BLOg, em 6 de janeiro de 2022, o diretor do centro regional da Rosatom na América Latina, Ivan Dybov, que ocupa o cargo de vice-presidente dessa organização para a medicina nuclear, falou sobre a cooperação nuclear do Brasil com a Rússia, em várias áreas:  projetos de construção de usinas nucleares de grande escala e pequenos reatores modulares de concepção terrestre e até flutuante e ciclo do combustível, por exemplo. Na matéria, Dybov, contou sobre o início das parcerias entre os dois países em 1994, e a cooperação com a INB para o fornecimento de cerca de 800 toneladas de urânio natural, através de várias licitações da estatal brasileira. Disse também que a corporação estava no páreo para os projetos de novas usinas atômicas no Brasil. “A Rosatom possui a única frota mundial de quebra-gelos movida a energia nuclear, única usina nuclear flutuante do mundo e únicos blocos energéticos do mundo com reatores rápidos de nêutrons de nível industrial de potência”. 

FOTO: USINA FLUTUANTE – ROSATOM – 

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sexta-feira, 5 de maio de 2023

Quase 100% do material radioativo da extinta Nuclemon já foram transferidos para Caldas; cresce o risco de contaminação

 


Quase 100% das toneladas de Torta II (material radioativo), procedentes da extinta Nuclemon,  no Brooklin, depositadas na Usina de Interlagos (USIN) e no sitio Botuxin, em São Paulo, já foram transferidos secretamente e armazenados na unidade mineira de Caldas (UDC), da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Em relação à transferência de material de São Paulo para a UDC, em estudo, “visa tão somente demonstrar a conveniência técnica e logística de se concentrar o material armazenado em São Paulo, cerca de 3.5% de todo material de mesma caracterização existente na empresa (os outros 95% já estão na UDC, controlados e regularmente armazenados), em local mais adequado, longe da população urbana que ocupa hoje a vizinhança da UDSP e com melhor capacidade de controle e armazenagem”. 

As informações estão em documento interno da empresa em resposta às denúncias registradas pelo INTERSINDICAL, entidade que reúne diversos sindicatos da categoria no Rio, Bahia, Minas, entre outros.  Sobre a transferência do restante do material radioativo, que tem sido contestada e repudiada por ambientalistas, políticos e demais representantes da população, parece não importar à INB. “As avaliações em curso, não respondem apenas as demandas naturais do processo empresarial (redução de custo e otimização dos processos), mas atendem também, e principalmente, as demandas regulatórias e de caráter jurídico, das diversas promotorias federais envolvidas.”, acrescentou a empresa. 

Fotos obtidas pelo blog mostram o perigo de contaminação devido à proximidade do local do armazenamento das toneladas de Torta II com a estação de tratamento de Águas, a região de Ribeirão das Antas, Plataforma a Usina e o depósito. Desde 2018, o Blog vem registrando a preocupação que reina no local, inclusive com contaminação de barragens, de águas contaminadas, problemas também debatidos em audiências públicas, transmitidas nas redes sociais.  “A Intersindical vê estas ações com muita preocupação e espera que o governo federal, o Ministério de Minas e Energia (MME) e demais instâncias de controle, tomem as medidas necessárias”, afirma a direção do Intersindical. 

FOTO: CALDAS - 

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quarta-feira, 3 de maio de 2023

Marina Silva recebe "Cobaias da Radiação" e ofício com reivindicações sobre rejeitos radioativos

 


A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebeu nesta quarta-feira (3/5) o livro “Cobaias da Radiação: a história da marca nuclear brasileira e de quem ela deixou para trás”, de minha autoria, entregue em Brasília, pela auditora fiscal Fernanda Giannasi, que tem fundamental importância no caso. “Tivemos há pouco reunião com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a quem entreguei o livro “COBAIAS DA RADIAÇÃO” de autoria de Tania Malheiros, que está sendo lançado, sobre as vítimas da antiga NUCLEMON (atual INB – Indústrias Nucleares do Brasil), organizadas na ANTPEN (Associação Nacional dos Trabalhadores na Produção da Energia Nuclear)”, comentou Giannasi. 

A ministra recebeu também ofício da Frente Parlamentar do Meio Ambiente sobre os problemas do descomissionamento das unidades da empresa, INB em especial Caldas (MG) e Interlagos/SP, e a destinação final dos rejeitos radioativos  armazenados em Itu e Interlagos em São Paulo, Caldas /MG e Buena/São Francisco do Itabapoana/RJ; “rejeitos que têm o mesmo DNA”, que é o da produção das terras raras extraídas das áreas monazíticas, exploradas no nosso litoral (sul da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro). São informações de Giannasi tratadas em Cobaias da Radiação. 

VEXAME DO PORTA-AVIÕES

“Relatei à ministra o vexame do afundamento do porta-aviões São Paulo com quase 10 toneladas de amianto e supostas fontes radioativas. E por fim, falei da recente decisão do STF, que ratificou o banimento do amianto de 2017, e o apoio do MMA contra a lei Caiado de Goiás que ainda permite a exploração do minério para fins de exportação, especialmente para a Ásia”, comentou Giannasi. E completou: “Mencionei a próxima COP em Genebra, que discutirá a inclusão do amianto crisotila no Anexo III para fins de Consentimento Prévio Informando (PIC, em inglês)”. 

Segundo Giannasi, “nos foi informado pelo Secretário executivo adjunto do Ministério, o Brasil apoiará finalmente a inclusão da crisotila no Anexo III, que disciplina o comércio exterior e a informação do país exportador para o país importador sobre os riscos dos produtos e materiais que contenham amianto, diferentemente da posição da administração Bolsonaro. É tudo por agora”. 

FOTO: Do grupo com Marina Silva – 

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