sexta-feira, 5 de maio de 2023

Quase 100% do material radioativo da extinta Nuclemon já foram transferidos para Caldas; cresce o risco de contaminação

 


Quase 100% das toneladas de Torta II (material radioativo), procedentes da extinta Nuclemon,  no Brooklin, depositadas na Usina de Interlagos (USIN) e no sitio Botuxin, em São Paulo, já foram transferidos secretamente e armazenados na unidade mineira de Caldas (UDC), da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Em relação à transferência de material de São Paulo para a UDC, em estudo, “visa tão somente demonstrar a conveniência técnica e logística de se concentrar o material armazenado em São Paulo, cerca de 3.5% de todo material de mesma caracterização existente na empresa (os outros 95% já estão na UDC, controlados e regularmente armazenados), em local mais adequado, longe da população urbana que ocupa hoje a vizinhança da UDSP e com melhor capacidade de controle e armazenagem”. 

As informações estão em documento interno da empresa em resposta às denúncias registradas pelo INTERSINDICAL, entidade que reúne diversos sindicatos da categoria no Rio, Bahia, Minas, entre outros.  Sobre a transferência do restante do material radioativo, que tem sido contestada e repudiada por ambientalistas, políticos e demais representantes da população, parece não importar à INB. “As avaliações em curso, não respondem apenas as demandas naturais do processo empresarial (redução de custo e otimização dos processos), mas atendem também, e principalmente, as demandas regulatórias e de caráter jurídico, das diversas promotorias federais envolvidas.”, acrescentou a empresa. 

Fotos obtidas pelo blog mostram o perigo de contaminação devido à proximidade do local do armazenamento das toneladas de Torta II com a estação de tratamento de Águas, a região de Ribeirão das Antas, Plataforma a Usina e o depósito. Desde 2018, o Blog vem registrando a preocupação que reina no local, inclusive com contaminação de barragens, de águas contaminadas, problemas também debatidos em audiências públicas, transmitidas nas redes sociais.  “A Intersindical vê estas ações com muita preocupação e espera que o governo federal, o Ministério de Minas e Energia (MME) e demais instâncias de controle, tomem as medidas necessárias”, afirma a direção do Intersindical. 

FOTO: CALDAS - 

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