Em meio a uma das maiores crises de sua história, a Eletronuclear, gestora de Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção, anunciou nesta terça-feira (11/02) que, em prazo de seis meses, funcionários serão realocados para trabalhar próximos às usinas nucleares, em Angra dos Reis; e que algumas unidades serão fechadas. Empresa e funcionários ainda não entraram em acordo sobre o dissidio coletivo, aumentando a tensão entre as partes. Em assembleia hoje, no pátio da companhia, no Rio, funcionários lamentaram a falta de entendimento na atual gestão, sob o comando do advogado Raul Lycurgo Leite.
O clima tenso produz insegurança nas áreas de segurança das usinas. Lycurgo convocou reunião para esta quarta-feira (12/2). Na semana passada, ele anunciou um plano de austeridade com a demissão de empregados e a cobrança de taxas mensais aos que moram nas vilas residenciais da companhia, em Angra dos Reis. As medidas deixaram os trabalhadores revoltados, pois algumas taxas chegam a R$ 2.900,00, mensais, para vilas em Mambucaba, por exemplo, e entre R$ 2.900,00 a R$ 1,200,00 para Praia Brava. Trabalhadores contaram que muitos moradores estão há anos nas casas das vilas com as suas famílias e gastaram seus salários promovendo reformas nas residências. “As taxas representam mais uma injustiça contra eles”, disseram ao BLOG.
"READEQUAÇÃO DO ESPAÇO" -
O comunicado com o título “Readequação do espaço organizacional da empresa”, divulgado nesta tarde, informa que o diretor presidente, em “atendimento às determinações dos órgãos superiores de controle, e conforme orientações dos acionistas”, por exemplo, seguindo o “Plano de Ação de Medidas de Gestão Empresarial”, resolveu tomar uma série de medidas.
As resoluções, atendem às diretrizes da ENBPar, empresa a qual a Eletronuclear está subordinada, considerando: “A necessidade de que as atividades técnicas e operacionais estejam mais próximas do ambiente produtivo e da atividade-fim da empresa, ou seja, das Usinas de Angra 1 e Angra 2, propõe-se a readequação dos espaços organizacionais para otimizar a alocação de recursos e aprimorar a eficiência operacional; -que a reorganização proposta permitirá a redução de custos operacionais com infraestrutura, deslocamentos e logística, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos”.
Segundo a companhia, a “reestruturação, com a readequação do espaço organizacional e o fechamento de algumas unidades, permitirá a redução de despesas, a otimização de recursos e o fortalecimento da sustentabilidade financeira da empresa”. Além disso, ficou definido que “a sede atuará como escritório de representação com base em critérios estratégicos, operacionais e financeiros, visando otimizar os recursos da empresa e assegurar a sua perenidade”. No documento, a companhia informa que “as unidades organizacionais técnicas, operacionais e de apoio serão transferidas para Angra dos Reis” e que a a empresa irá adequar as instalações já existentes em Angra dos Reis para permitir que a medida seja implementada no prazo de seis meses”.
A companhia não informou quantos trabalhadores irão para Angra dos Reis, e quais as unidades que serão fechadas. “A intranquilidade afeta o trabalho de todos os servidores. Difícil conviver com a falta de perspectiva numa área tão importante para o país”, comentaram.
(FOTO: Assembleia) –
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