Central Nuclear de Angra: greve suspensa; PF faz exercício para capacitar forças de segurança

 

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Elétrica de Parati e Angra dos Reis (STIEAR), informou há pouco (02/8) que a greve na Central Nuclear de Angra foi suspensa por quinze dias, prazo dado pela Justiça para que se chegue a um acordo com a Eletronuclear. Enquanto funcionários da Eletronuclear iniciavam greve por melhores salários, a Polícia Federal (PF) realizava um exercício simulado nas instalações, estradas e por mar, entre os dias 30/7 e 1/8 - conforme foi divulgado hoje (02/8) – “com o objetivo de garantir a plena capacitação das forças de segurança em eventuais cenários de crise e ameaça à estrutura física do local”. A greve que seria por tempo indeterminado, será retomada caso não haja consenso em relação às reivindicações por melhores salários, entre outras coisas.

 As informações sobre o simulado são da Eletronuclear. O impasse entre as duas partes tornava a situação tensa, porque no meio do cenário funcionam as usinas nucleares: Angra 1 e Angra 2; além do Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), onde estão depositados os combustíveis usados (urânio enriquecido) nas duas unidades atômicas, que podem servir como plutônio no futuro. Sindicalistas estavam divulgando vídeos com imagens do movimento desde anteontem. 

POLICIA FEDERAL -

Segundo a Eletronuclear, o treinamento faz parte de agenda estratégica do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), por meio do Comitê de Planejamento e Resposta a Eventos de Segurança Física de Angra dos Reis (COPRESF/AR). É importante “a defesa eficaz” da Central Nuclear, informou a companhia. A parceria, acrescentou, facilita o compartilhamento de informações e a implementação de protocolos unificados. Durante os dois primeiros dias foram realizadas palestras e atividades teóricas. No último dia de treinamento, os agentes fizeram exercícios de campo na Central Nuclear, com foco nas simulações práticas de resposta às emergências e contenção de ameaças à segurança da central nuclear. 

O encerramento da agenda contou com equipes táticas especializadas da Polícia Federal - Grupo de Pronta Intervenção (GPI), Comando de Operações Táticas (COT) e NEPOM (Núcleo de Polícia Marítima), além de agentes da Delegacia de Polícia Federal de Angra dos Reis. “Todas as agências envolvidas - Polícia Federal, GSI e a Eletronuclear - puderam compartilhar bons aprendizados. Isso cria um sentimento de sinergia no enfrentamento às ameaças nas instalações nucleares”, observou o delegado de Polícia Federal e chefe da cadeira de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, Carlos Faria. 

GREVE - 

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores, dos cerca de 2000 empregados, pelo menos 70% aderiram à greve, suspensa hoje. Nesta tarde houve audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro. Segundo a direção do Sindicato, a suspensão do movimento está condicionada ao atendimento às reivindicações, que a companhia não cumpriu no último acordo coletivo de Trabalho (ACT), vencido anteontem. “Com a falta de consenso entre os sindicatos representantes dos empregados e a companhia em relação ao fechamento do ACT 2024-2026, agora são aplicadas as normas da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), enquanto o Tribunal Regional do Trabalho analisa a questão”, informou a Eletronuclear. A paralisação não atingiu a operação de Angra 1 e Angra 2, e a UAS.  

(FOTO SIMULAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL - ELETRONUCLEAR) – 

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