terça-feira, 18 de setembro de 2018

INB decide manter plano de saúde para ex-funcionários doentes


A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) decidiu manter o Plano de Saúde contratado para atender 52 ex-funcionários da extinta Nuclemon, em São Paulo, que ficaram doentes por conta das atividades exercidas na empresa, que operava com radiação. Um grupo de 17 trabalhadores contraiu câncer. A decisão da INB foi encaminhada ontem pelo advogado da empresa, Ardson Soares Junior, à procuradora do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, Virginia Leite.

O processo pela manutenção do plano de saúde foi movido pela Associação Nacional dos Trabalhadores da Produção de Energia Nuclear (ANTPEN) e tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), até o julgamento do processo pelo Tribunal Superior do Trabalho, segundo a empresa informou em nota. O caso dos ex-funcionários doentes tem sido divulgado no BLOG há meses. 
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

TCU autoriza retomada das obras de Angra III


O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, está autorizada a retomar as obras da usina nuclear Angra III, em Angra dos Reis, paralisadas desde 2015, por conta de denúncias da Lava Jato, a maior operação contra corrupção realizada no Brasil, conforme divulgado. Segundo o ministro Bruno Dantas, relator o processo no TCU, as estatais rescindiram todos os contratos com a construtora Engevix, que foram investigados pela Polícia Federal. "Foram sanados os indícios de irregularidades graves que recomendaram a paralisação", declarou o ministro em seu parecer.

Termina nesta segunda-feira (17/09) o prazo de 60 dias para que o Grupo de Trabalho (GT) do Ministério de Minas e Energia proponha um pacote de soluções para Angra III. O primeiro passo a ser dado pelo Ministério deverá ser a fixação do novo preço da tarifa da usina nuclear, segundo informações do setor, com proposta a ser encaminhada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A partir da correção do preço, considerada a questão mais urgente para viabilizar o projeto, os próximos passos serão dados.


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Recarga de urânio para usina nuclear demanda R$ 268 milhões

A Eletronuclear, empresa do sistema Eletrobras, estatal do governo brasileiro, vai gastar R$ 268 milhões com a troca de combustível de Angra I, no município de Angra dos Reis (RJ). A previsão é de que a usina nuclear seja desligada no dia 27 de outubro - véspera do segundo turno das eleições- para o início dos trabalhos em torno da nova recarga de urânio enriquecido.  O retorno da central atômica ao sistema elétrico nacional deverá ocorrer no dia 2 de dezembro. 

As paradas para a troca de combustível ocorrem uma vez por ano em todas as usinas nucleares, informou a empresa, gestora das centrais atômicas, além de Angra I; Angra II, em funcionamento, e Angra III, com obras paradas desde 2015.  O combustível será pago com a receita de venda de energia, informou a empresa. O custo total da parada, incluindo mão de obra, ficará em torno de R$ 80 milhões; enquanto o custo de uma recarga é de aproximadamente R$ 188 milhões. 

O descarregamento do núcleo do reator (troca de combustível) começa efetivamente às 22h do dia 3 de novembro. O recarregamento será iniciado às 14h do feriado da Proclamação da República, dia 15 de novembro.   

O tempo da operação total para descarregar 121 elementos combustíveis é de 48 horas. A fabricação dos elementos combustíveis é composta das seguintes etapas: mineração do urânio, quando é produzido o yellowcake;  por conta da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ); além da conversão para o gás hexafluoreto de urânio; enriquecimento; e a reconversão do gás em pó. Finalmente, a produção das pastilhas e a fabricação dos elementos combustíveis, também pela INB. 

Nem tudo é realizado no Brasil. A conversão do urânio é feita atualmente na OREO (ex-Areva) e o enriquecimento, na Urenco, consórcio de empresas na Inglaterra, Holanda e Alemanha. 

Ao mesmo tempo, o governo trabalha para que a vida útil de Angra I seja prorrogada por mais 20 anos. A empresa norte-americana Westinghouse, que vendeu a usina para o Brasil na década de 70, foi contratada para participar do trabalho de avaliação, que deve durar até 2019. Há cerca de duas décadas, a projeção era de que a unidade atômica funcionaria até 2018.  Nos últimos cinco anos foram investidos US$ 27 milhões na modernização do empreendimento.

Angra I produz o equivalente a 10% da energia consumida na cidade do Rio de Janeiro, quando funciona gerando 100% de sua potência, 640 Megawatts. No passado recente, Angra I era conhecida como “vagalume” por ter sido desligada cerca de 30 vezes para a troca de combustível, por problemas técnicos e defeitos em equipamentos, mas desde a década de 90 tem registrado "excelente desempenho", segundo gestores do sistema elétrico.    

"Nós fomos capazes de recuperar Angra I, a antiga usina vagalume, transformando-a numa eficiente unidade", enfatizou o então presidente da Eletrobras, José Luiz Alguéres, em 2016, nos cadernos "Energia Nuclear", publicados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). 



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