O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na Avenida Salvador Allende, 3773, Barra da Tijuca (RJ), comemora seu cinquentenário, com uma trajetória internacional, mas pouco conhecida dos brasileiros. Participou de estudos de impacto ambiental das explosões atômicas ocorridas no Hemisfério Norte na década de 60; de pesquisas para detectar a presença de radionuclídeos provenientes de explosões nucleares francesas, no Atol de Mururoa, no Sul do Oceano Pacífico, em 1968; e de trabalhados envolvendo o acidente com uma cápsula de césio-137, em Goiânia (GO), em setembro de 1987, por exemplo. É de pouco conhecimento também que o IRD está sob a direção da niteroiense Maria Angélica Vergara Wasserman, gradua em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1982), com mestrado em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (1985) e doutorado em Geoquímica pela Universite de Bordeaux I (1991). Pesquisadora da CNEN desde 1995, Maria Angélica foi contratada em concurso e hoje comanda 179 funcionários. Em entrevista exclusiva ao BLOG, ela fala sobre a história do IRD, e de sua própria. Preconceito em ambiente predominantemente masculino, ela garante que não enfrentou. Eis a entrevista:
BLOG: De acordo com as informações oficiais, o IRD teve sua origem na década de 60, em um pequeno laboratório de dosimetria do Departamento de Pesquisas Científicas e Tecnológicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), situado nas dependências da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Como foi o início?
MARIA ANGÉLICA: O começo teve a participação de Edgard Meyer e Anna Maria Campos de Araújo, os primeiros diretores do Laboratório de Dosimetria. Inicialmente com apenas quatro servidores, tinha como atribuição básica efetuar calibração de monitores de radioproteção utilizando fontes de referência e monitoração ambiental do impacto das explosões atômicas ocorridas no Hemisfério Norte.
BLOG: O IRD continua realizando esses trabalhos?
MARIA ANGÉLICA: Não resta dúvida de que as atividades realizadas hoje no IRD/CNEN foram nucleadas nas ações do Laboratório de Dosimetria. Os desafios técnicos e relevância dos temas propiciaram seu crescimento e a criação de um novo espaço, em 1972, que já refletia a complexidade e a extensão da Radioproteção e Dosimetria, em um cenário que permitiu o crescimento - eu diria que quase em paralelo - das áreas de pesquisa e diversas atividades relacionadas à metrologia, à física médica, à biofísica, à emergência, à radioecologia e demais ciências correlatas, além do apoio à elaboração de normas.
BLOG: O que pode relembrar sobre as pesquisas do Laboratório de Dosimetria da PUC- Rio?
MARIA ANGÉLICA: Podemos citar o trabalho do próprio Edgar Meyer, com o artigo “Espectrometria da radioprecipitação causada por bombas francesas, em 1968”, de 1971, que versa sobre o uso de espectrometria gama para detectar a presença de radionuclídeos provenientes de explosões nucleares francesas, no Atol de Mururoa, no sul do Oceano Pacífico, em 1968. As amostras analisadas foram coletadas da atmosfera. Há artigos anteriores, como o de Gross, B., Meyer, E., Aron, A., (1958), Trends of Long Range Fallout Activities in Rio de Janeiro 1956-1958.
BLOG: E agora, como está o IRD?
MARIA ANGÉLICA: Hoje mantemos uma estação de monitoramento global que detecta e identifica partículas radioativas e gases nobres também radioativos liberados na atmosfera provenientes de explosões nucleares. A estação integra rede de dados ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) mantida pela Comissão Preparatória para a Organização do Tratado para a Proibição Total de Testes Nucleares, assinado em 1996, e envia regularmente dados via satélite para um centro internacional de dados, em Viena, Áustria. O IRD também realiza importantes pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico sobre dispersão de radionuclídeos em diferentes compartimentos ambientais, modelagem de transporte de contaminantes, modelos ambientais integrados, além de desenvolvimento de ferramentas para análise de radioproteção, com banco de dados e projeção de riscos.
BLOG: O que há sobre radioatividade ambiental no Brasil?
MARIA ANGÉLICA: O IRD disponibiliza a pesquisadores e interessados em geral um banco de dados ambiental. E um outro projeto que produz dados sobre radioatividade em amostras originarias de uma malha nacional de amostras de solo, sendo que alguns dos radionuclídeos mensurados são oriundos de fallout. Assim, ambos contribuem para o conhecimento da magnitude do que foi o fallout no Brasil.
BLOG: O que se apresenta no Espaço Memória da Radioproteção?
MARIA ANGÉLICA: O Espaço Memória da Radioproteção quer mostrar por meio de objetos, materiais audiovisuais, conteúdos diversos o que significa trabalhar em prol da proteção radiológica do público, dos trabalhadores e do meio ambiente. Temos muitas formas de trazer isso para as pessoas, seja por painéis, por objetos como detectores de radiação, sistemas de rastreamento que mapeiam o perfil de um local do ponto de vista de leitura de níveis de radiação, seja uma construção coletiva de reunir palavras associadas à radioproteção, seja constando fatos da nossa história no IRD/CNEN.
BLOG: Desafio?
MARIA ANGÉLICA: Nosso maior desafio é promover uma sólida cultura de segurança, treinar, capacitar pessoas e demonstrar o espírito pela ciência nuclear de qualidade que nos une. Nossas entregas à sociedade nos motivam e têm orientado nosso planejamento, as demandas que são apresentadas e como podemos fazer mais e melhor unindo nossas competências. O IRD tem essa tradição de trabalhar em conjunto, de forma sistêmica. A pesquisa de excelência nos move.
BLOG: Conte sobre a experiência em relação ao acidente de Goiânia?
MARIA ANGÉLICA: A nossa atuação ocorreu junto com os demais institutos da CNEN. Todos estiveram envolvidos. Foi um aprendizado técnico e humano gigantesco para quem respondeu a esse evento. Saímos mais fortes, melhores como profissionais e como seres humanos, acredito. Damos ainda mais valor ao que fazemos, ao vivenciarmos na prática o significado desse serviço para a sociedade! Essa motivação nos faz avançar. Os profissionais diretamente ligados ao atendimento à emergência contam como foi extenuante, mas reconfortante poder fazer algo para entregar às pessoas uma situação em que elas pudessem retomar suas histórias de vida.
BLOG: O acidente serviu de escola?
MARIA ANGÉLICA: Sim. Muitos trabalhos técnicos foram publicados, projetos foram desenvolvidos com organismos internacionais e muito se aprendeu também com esse acidente, em termos de trabalho conjunto. Creio que o legado foi de amplo espectro, desde o aperfeiçoamento de estruturas, como o desenvolvimento de laboratório móvel de bioanálises, com o detector de corpo inteiro e análises in vivo e in vitro, assim como de ações de pronta resposta a acidentes nucleares e radiológicos, até a integração de toda a força de trabalho do Instituto, seus domínios de atuação, ferramentas computacionais e laboratoriais, permanentemente revistos em exercícios internos e externos.
BLOG: Destaques?
MARIA ANGÉLICA: Creio que também mereçam destaques a popularização do símbolo da radioatividade. Indivíduos do público passaram a entender que o material com o símbolo exige manuseio adequado, como se deve buscar informação, caso se deparem com material sinalizado em local inesperado.
BLOG: Em sua gestão, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), aumentou em 50% o número de bolsas de doutorado do Programa de Pós-Graduação, indicativo de excelente avaliação do Programa.
MARIA ANGÉLICA: Sim. Houve um aumento de 50% do número de bolsas de doutorado concedidas pela Capes. Com esse incremento da Capes, passaram a ser 15 bolsas de doutorado. Para o mestrado Capes, existem oito bolsas. Há outras bolsas concedidas por agências de fomento e pela própria CNEN. Temos no total 30 bolsas, sendo 17 de doutorado e 13 de mestrado. A maior procura pela nossa pós-graduação é de alunos do Rio de Janeiro, bolsistas ou não, mas temos alunos na Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria que são de outras regiões além da Sudeste, quais sejam Norte, Nordeste, Sul e alunos oriundos de países da América Latina.
BLOG: O IRD está participando de um consórcio internacional para a elaboração de programa de mestrado em Descomissionamento e Remediação Ambiental? O projeto conta com a participação de instituições de Portugal, Bélgica, Noruega, e EUA, e foi apresentado para financiamento, pelo programa Erasmus da Comunidade Europeia?
MARIA ANGÉLICA: Assim que soubemos que uma proposta de um programa de mestrado em consórcio internacional estava sendo submetida para o Erasmus, manifestamos o interesse em participar. Só teremos esse convênio com o Erasmus caso essa proposta consorciada seja aprovada e todos os desafios posteriores a essa aprovação sejam vencidos. Ainda estamos aguardando o resultado, mas nos sentimos orgulhosos em poder oferecer essa expertise à comunidade científica e trabalharmos em conjunto em tema tão relevante para a radioproteção. Vamos torcer e nos empenhar para tudo dar certo.
BLOG: Como tem sido o reconhecimento do IRD como centro nacional e mundial em proteção radiológica.
MARIA ANGÉLICA: Nossos profissionais são convidados a ministrarem cursos e treinamentos como especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), trabalhamos em parceria com outros centros nacionais importantes para a radioproteção no país. Temos representantes em comitês técnicos de importância como a Unscear (Comitê Cientifico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica) e a ICRP (Comissão Internacional de Proteção Radiológica). Lembro ainda que sediamos o Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, assim designado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
BLOG: Outros exemplos?
MARIA ANGÉLICA: Sim. As atividades deste laboratório contribuem para a confiabilidade das medições no país nas áreas médica, ambiental, industrial e nas pesquisas. Além disso, desde 1996, o IRD é o Instituto de Ligação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no contexto da Rede de Preparação e Assistência Médica a Radioacidentados. Esses são alguns exemplos de reconhecimento que reforçam nossa atuação em radioproteção. O trabalho com instituições científicas nacionais como o Instituto Nacional de Câncer (INCA), universidades e centros de excelência nacionais e muitos outros parceiros, o que só nos motiva a seguir firmes em prol da proteção do público, trabalhadores e do meio ambiente.
BLOG: Qual a participação do IRD na atuação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)?
MARIA ANGÉLICA: Recebemos especialistas do organismo, enviamos alguns dos nossos profissionais para atuar como especialistas da AIEA, por solicitação da Agência, além da participação em projetos coordenados pela AIEA... enfim, há um intercâmbio bastante profícuo. O IRD fornece suporte de proteção radiológica, dosimetria e monitoração individual interna no tratamento médico a radioacidentados, como ocorreu na resposta ao acidente de Goiânia. Nos acidentes radiológicos ocorridos na Bolívia (2001), Chile (2005), Equador (2009) e Peru (2014), o médico brasileiro de renome internacional, Nelson de Lima Valverde, integrou um grupo de peritos internacionais que, convidados pela AIEA, realizam avaliações dos indivíduos radioacidentados naqueles países. No caso específico do acidente radiológico de Ventanilla, Peru, o IRD, como Instituto de Ligação com a OMS, coordenou uma série de reuniões com especialistas do País que culminou com a decisão de prestar assistência internacional ao Peru no tratamento médico de um profissional acidentado. O tratamento foi realizado no Hospital Naval Marcílio Dias, com o apoio de médicos do INCA e do Centro de Medicina das Radiações Ionizantes.
BLOG: Outras parcerias e cursos?
MARIA ANGÉLICA: Em parceria com a AIEA, possuímos o curso de Especialização Lato Sensu em Proteção Radiológica e Segurança de Fontes Radioativas, no qual recebemos com frequência alunos de outros países de língua portuguesa. Além disso, formamos mestres e doutores em nosso Programa de Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria. Ministramos regularmente cursos para órgãos de saúde, do país e do exterior, órgãos de segurança e defesa e demais públicos que aderem ao tema oferecido. O perfil multidisciplinar do nosso instituto nos capacita para atuações diversas no quesito treinamento e formação de recursos humanos.
BLOG: Em que momento a metrologia das radiações ionizantes, no Brasil, teve um grande impulso?
MARIA ANGELICA: A partir da doação a este laboratório, pelo INCA, do primeiro irradiador de cobalto para a calibração de dosímetros clínicos, em 1969. Os pesquisadores Günter Drexler, do GSF/Alemanha, e Martin Oberhofer, do Joint Research Centre (JRC/Itália), foram seus principais colaboradores no início da criação do instituto.
BLOG: Qual o balanço na trajetória do IRD?
MARIA ANGÉLICA: A designação do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), a participação de pesquisadores em comitês, me parecem alguns exemplos significativos de um balanço positivo.
BLOG: desafios?
MARIA ANGÉLICA: A área da metrologia das radiações ionizantes sofre uma pressão muito forte e permanente para manter instalações, equipamentos e materiais totalmente adequados para atendimento às exigências das normas do nosso sistema de qualidade e para atender aos nossos compromissos nacionais e internacionais. Também em relação às necessidades de mantermos nossos recursos humanos alinhados com o estado da arte. Não tem sido fácil, mas com a visão sistêmica da alta direção CNEN, incentivando o trabalho em rede, o diálogo entre os diferentes agentes, temos conseguido superar desafios e também aproveitar oportunidades. Com a dinâmica evolutiva da ciência e tecnologia, a modernização sempre urge, mas trabalhamos para otimizar nossos recursos e focar em soluções para demandas da sociedade. Em metrologia, por exemplo, estamos modificando nossos sistemas de analógicos para digitais.
PERFIL: Maria Angélica Vergara Wasserman.
A Diretora do IRD possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1982), mestrado em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (1985) e doutorado em Geoquimica pela Universite de Bordeaux I (1991). Desde 1995 é pesquisadora da CNEN. Tem experiência na área de Química Ambiental, com ênfase em Análise de Traços e Química Ambiental, e na área de Radioecologia, atuando principalmente nos seguintes temas: radioecologia de ecossistemas tropicais, transferência solo-planta de radionuclídeos, mecanismos de sorção de poluentes radioativos e estáveis em solos e sedimentos, extração sequencial, proteção radiológica ambiental e avaliação de risco.
BLOG: Em termos práticos, qual a sua maior experiência?
MARIA ANGÉLICA: Em radioecologia tropical. Imagino que adquiri uma visão sistêmica pelo fato de realizar vários experimentos com radionuclídeos em sistemas aquáticos e terrestres, além de interpretar e conectar dados que integram relações complexas, do micro ao macro.
BLOG: liderança?
MARIA ANGÉLICA: Trabalho com um grupo de pesquisa na área de radioecologia que tem por objetivo gerar subsídios técnicos e científicos para a tomada de decisão, nas áreas contaminadas por atividades industriais ou em decorrência de acidentes nucleares ou radiológicos. Essa liderança foi construída com a evolução de algumas atividades, como a orientação de alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica, coordenação de projetos de pesquisa com a IAEA, por mais de 10 anos.
BLOG: Seu maior desafio?
MARIA ANGÉLICA: Desenvolver e manter um perfil acadêmico em um universo de poucos recursos, limitações de natureza diversas e trabalhar com experimentos que podem levar anos para gerar informações consistentes, validadas e significativas é um grande desafio. Nem todas as áreas conseguem gerar dados e publicações, na métrica e timings exigidos para obter recursos por editais, por exemplo. Manter o perfil acadêmico tem sido desafiador. Trabalhar como diretora do IRD/CNEN tem sido também um desafio, algo único, e extremamente compensador.
BLOG: Balanço da trajetória.
MARIA ANGÉLICA: Conhecer o IRD/CNEN foi um verdadeiro presente, pois ali consegui integrar toda minha formação e dar um significado maior para tudo. Nossa contribuição para a sociedade é tão visível e tão apaixonante que foi a minha virada de chave para optar pelo IRD e desistir da universidade. No mesmo dia do concurso para a CNEN, teve o concurso para professor na UFF. Eu tinha um domínio maior em geoquímica do que em radioproteção, mas já estava apaixonada pela área e pelo ambiente de trabalho, então aceitei o desafio. Aliás vivo saindo da minha zona de conforto. Os desafios sempre fizeram parte da minha vida.
BLOG: Como analisa o mercado de trabalho na sua área? Mulheres têm oportunidades iguais?
MARIA ANGÉLÌCA: Acho fabuloso. Acredito que a demanda será crescente e cada vez mais oportunidades irão surgir para bons e qualificados profissionais. Minha experiência tem sido restrita ao IRD, CNEN, AIEA e nesses espaços não tenho identificado barreiras de gênero, ao contrário. A AIEA mantém oportunidades interessantes para mulheres, que as encoraja a se candidatarem. A história do IRD/CNEN sempre foi marcada pelo respeito ao protagonismo das mulheres.
BLOG: Uma das únicas mulheres a ocupar cargo de chefia, como se define? Já sofreu preconceito?
MARIA ANGÉLICA: Na verdade, no IRD/CNEN, dos 12 diretores que passaram pela casa, cinco são mulheres, minha substituta é mulher, dos seis chefes de divisão, três são mulheres, o que reflete equilíbrio nos valores. Desde o início temos uma história muito bonita, com muitas mulheres que se destacaram. Não tenho nenhum registro significativo de preconceito na vida profissional.
BLOG: Como analisa o futuro da Radioproteção e Dosimetria no Brasil?
MARIA ANGÉLICA: Precisamos fortalecer a radioproteção no país, popularizar o tema, carregar de significado a palavra, trazer a cultura de segurança cada vez mais para o nosso cotidiano, pois as aplicações da radiação estão muito presentes, quando fazemos um exame médico utilizando radiação ou quando conseguimos obter produtos melhores por conta do uso da radiação em processos de controle de qualidade ou mesmo na produção. Alimentos e até bens de patrimônio histórico e cultural podem ser preservados graças à radiação. Tudo isso só é possível porque muita gente trabalha para promover segurança no uso da tecnologia das radiações. Além, é claro, da tecnologia nuclear que gera energia e envolve todo um sistema de radioproteção, profissionais, equipamentos, enfim, ambientes que integram as mais diversas áreas de conhecimento, fundamentais para que a sociedade usufrua, com segurança, de todos os benefícios da área nuclear.
BLOG: O que representou a sua nomeação, a partir de processo de Comitê de Busca para seleção de diretores das seguintes unidades técnico-científicas da CNEN: IEN - CDTN - CRCN/NE - IRD, referente ao Edital nº 004?
MARIA ANGELICA: Uma grande alegria. Colocar minha experiência, minha vontade, contribuir um pouco mais para uma área que aprendi a valorizar, respeitar, admirar. Trabalho com pessoas incríveis, competentes e dedicadas. Esse ambiente me motiva demais para buscar todas as condições necessárias, para materializar projetos de impacto e relevância para a sociedade brasileira e também garantir o desenvolvimento das nossas atividades no cotidiano.
BLOG: Planos para o futuro?
MARIA ANGELICA: Continuar servindo à sociedade da melhor maneira possível.
BLOG: Qual a sua mensagem às mulheres?
MARIA ANGÉLICA: A mesma que ouvi da minha mãe: o conhecimento que adquirimos é nosso maior patrimônio, nossa maior arma e herança ... Em um mundo em que o direito à educação é negado em muitos países, aproveitem toda a oportunidade de aprendizagem, pois é o conhecimento que nos ajuda a modificar nosso futuro, superar desafios, ultrapassar barreiras e adquirir respeito, visibilidade e parcerias em tudo na vida.
FOTOS: Crédito para Bianca Wendhausen/IRD. –
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