quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

INB tem que informar sobre contaminação de urânio em Caetité (BA); refletores sem funcionar levam vigilantes a usarem lanternas em rondas noturnas

 


A planta de produção da Unidade de Concentração de Urânio (URA), em Caetité, na Bahia, da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) continua paralisada desde o vendaval, que destelhou galpões e telhas caídas sobre tanques, conforme o blog noticiou com exclusividade no dia 13/1. Por determinação técnica da Comissão Nacional de Energia Nuclear, a estatal tem que prestar uma série de informações em 30 dias, como as condições de uma manta para verificação da “extensão da contaminação” de urânio no local. A iluminação noturna da URA está com problemas; diversos refletores não estão funcionando. Assim, à noite, vigilantes fazem rodas utilizando lanternas.

Desde setembro do ano passado a INB é presidida pelo engenheiro eletricista Adauto Seixas, funcionário da empresa há cerca de 40 anos, em Caldas, MG, onde a unidade apresenta uma série de problemas há décadas, alguns, confirmados por fiscais em vistorias realizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM). No site da INB, consta que Adauto esteve em Caetité nos dias 16 e 17 deste mês, em reuniões com chefias e assessores, mas nada foi informado, na página digital, sobre os problemas decorrentes do vendaval.

Durante a visita que reuniu empregados, Adauto Seixas ressaltou: “Todos devem dar sua colaboração para o crescimento da INB. Se nós estivermos juntos, ninguém segura a gente”, afirmou. Solicitou que “cada empregado se empenhasse um pouco mais, apresentasse alternativas para vencer cada um dos obstáculos”, como consta no site da empresa.

EXIGÊNCIAS - 

Segundo os técnicos, a INB terá que apresentar importantes informações para o retorno da URA, em Caetité. Foi observado que alguns elementos do Sistema de Proteção Física estão operando de maneira parcial. O controle de acesso da área protegida (AA-170) feito por meio de torniquete, está inoperante desde 15 de novembro do ano passado. 

A INB informou no documento CENU 035-2023-RO2, inicialmente, que uma parte do telhado da AA-170 que cobre a área de estocagem de tambores, foi danificada, sendo que fragmentos de telhas e blocos caíram dentro da próprio AA-170, causando danos e exposição de um dos tambores. Fragmentos de telhas perfuraram duas mantas, a superior e inferior, na bacia de processo TQ 140, causando infiltração de efluentes contendo urânio para o selo de argila da própria bacia. A CNEN quer saber a extensão do problema, entre outros. 

FOTO: INB – URA- CAETITÉ 

COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX: 21 996015849 – CONTATO: malheiros.tania@gmail.com  

sábado, 20 de janeiro de 2024

Angra 1 volta a operar sincronizada ao Sistema Integrado Nacional (SIN)

 


A pós reparo na turbina, a usina nuclear Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), às 18h49 desta quarta-feira (17/1). Segundo a Eletronuclear, a usina atingiu 100% de potência, após elevação gradual, na quinta-feira (18), às 19h20. 

A companhia reiterou que a redução de carga da unidade teve início na terça-feira (16), “após profissionais detectarem problemas técnicos em uma das válvulas de bloqueio de vapor do circuito secundário”.  As causas do problema estão sendo apuradas. 

Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Leia as matérias anteriores sobre a usina comprada dos Estados Unidos na década de 70. 

FOTO: ANGRA 1 – ELETRONUCLEAR – 

COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX 21 996015849 – Contato: malheiros.tania@gmail.com

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Angra 1 começa 2024 com defeitos e mais um desligamento

 


Depois de alguns desligamentos no segundo semestre do ano passado, 2024 mal começou e a usina nuclear Angra 1 precisou ser novamente paralisada desde a manhã desta terça-feira (16/1) para a realização de um reparo na turbina da unidade.  Profissionais da Eletronuclear detectaram problemas técnicos em uma das válvulas de bloqueio de vapor do circuito secundário. As causas estão sendo apuradas. Não há previsão para o retorno da usina ao Sistema Integrado Nacional (SIN). Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Leia abaixo alguns episódios sobre a primeira usina nuclear que o Brasil comprou dos Estados Unidos na década de 70. 

Voltemos aos fatos recentes. Angra 1 vinha apresentando outros problemas desde sábado (13/1): “houve uma falha mecânica em uma das bombas de água de alimentação principal para os geradores de vapor de Angra 1”, informou a companhia. Segundo a empresa, o problema nada tem a ver com o defeito apresentado nesta terça-feira. E, portanto, mais um defeito. “É importante destacar que o evento do final de semana - que não provocou desligamento da usina - não tem relação com o episódio mais recente desta terça-feira (16/01/2024)”. E acrescentou: “No dia 13/01/2024, apenas a bomba de água precisou ser desligada e, seguindo procedimentos operacionais, a carga do reator da usina foi reduzida para 48% até o domingo (14), conforme programação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Este episódio também ocorreu no circuito secundário, ou seja, sem nenhum perigo radiológico envolvido”. 

DESLIGAMENTOS E OUTROS FATOS - 

​No dia 19 de julho de 2023, Angra 1 foi desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN), às 14h32. Segundo a Eletronuclear, “o episódio é resultado do desarme do reator ocorrido durante teste de operabilidade das barras de controle”. 

MAIS 20 ANOS - 

Angra 1 foi comprada em 1970 da norte-americana Westinghouse. Depois de uma série de adiamentos, a central nuclear foi inaugurada em 1981. Outros entraves fizeram com que a usina entrasse em operação comercial em 1985. Em 1994, preia-se que Angra 1 poderia durar 24 anos, ou seja, até o ano de 2018. Hoje, a usina está sendo preparada para durar mais 20 anos. 

Em março do ano passado de 2023, o prefeito Fernando Jordão cobrou explicações do então presidente da estatal, Eduardo Grand Court, sobre vazamento de água radioativa ocorrido na usina em setembro do 2022, noticiado pelo jornal O Globo. “Em nenhum momento fui informado sobre o caso, nem a Defesa Civil ou o Centro Integrado de Informações Estratégicas em Saúde. As responsabilidades precisam ser apuradas. Em situações como esta, a notificação é compulsória e imediata, mas a estatal demorou 21 dias para comunicar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), consta na nota divulgada pela Prefeitura. “Além disso, a Eletronuclear primeiro negou o vazamento, mas depois admitiu que cerca de 90 litros de água contaminada escorreram para o mar. 

OUTRA PARADA -

 ​Angra 1 entrou em estado de Evento Não Usual, o primeiro da escala de emergência da Central Nuclear, às 8h50, de 22 de novembro do ano passado, quando os operadores da sala de controle perceberam uma falha na alimentação de um barramento elétrico de 4.16 Kv, que alimenta equipamentos auxiliares da usina. Angra 1 estava desligada e, segundo a Eletronuclear, de imediato foram tomadas providências para recuperar a condição operacional do barramento, o que ocorreu às 11h52. “A usina se encontra em situação segura e os trabalhos da parada de reabastecimento prosseguem normalmente. O incidente não representou nenhum risco radiológico para os trabalhadores e o meio ambiente’, informou a nota da companhia. 

VAGA- LUME - 

Angra 1 foi um dos empreendimentos mais criticados do governo militar. Dados oficiais do governo naquela época estimavam que Angra 1 tenha custado US$ 2 bilhões. Isso, sem levar em conta os gastos com a manutenção e os reparos de equipamentos. Ao longo dos anos a central atômica já foi desligada umas 35 vezes por problemas técnicos, defeitos em equipamentos e ações judiciais. Por causa desse acede e apaga, a usina ganhou o apelido de “vaga-lume”.

A Eletronuclear garante que a instalação é uma das mais seguras do mundo e destaca a sua performance: em 2016, produziu 5,1 milhões de MWh, “a melhor geração da sua história”. Depois, gerou 4,2 milhões de MWh, “uma de suas melhores marcas, a despeito de ter ficado parada por quase 60 dias, entre agosto e outubro de 2017, por conta da troca dos seus transformadores principais, durante a parada para reabastecimento”.

 FOTO: Angra 1 – Eletronuclear -  

Leia no Blog: Em 18/04/2018, “Angra 1 deve ter mais 20 anos de vida útil”; em 08/08/2019, “Angra 1: mais 20 ano de vida útil”; em 06/08/ 2020, “Angra 1: problemas técnicos desligam a usina duas vezes em menos de 30 dias”, entre outras. 

COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX: 21 99601-5849 – CONTATO: malheiros.tania@gmail.com

sábado, 13 de janeiro de 2024

Vendaval paralisa planta de produção de urânio de Caetité

 


A planta para a produção de urânio em Caetité, na Bahia, está paralisada desde os últimos dias quando a ventania, destelhou galpões e telhas caíram sobre tanques. O empreendimento pertence a Indústrias Nucleares do Brasil (NB).

Desde 2018, o blog vem noticiando aos empregados da empresa em Caetité (BA), que uma etapa importante para a retomada da produção de urânio seria iniciada no dia 12 de dezembro daquele ano.

“A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) concedeu autorização para a realização dos testes operacionais dessa planta química já beneficiando as rochas de urânio que estão no pátio”, disse um diretor da INB.

Os trabalhados em Caetité estavam parados há mais de três anos, aguardando a licença da CNEN. O presidente na época, hoje diretor, Reinaldo Gonzaga destacou que, com os ajustes operacionais realizados em 2017, a INB reduziu a dependência de recurso do Tesouro Nacional.

Com a retomada da produção, a dependência tende a diminuir ainda mais, além dos ganhos com a geração de empregos, aumento de recolhimento de impostos e, ainda, a redução de compras de urânio no exterior”, afirmou o então presidente. “Até meados do próximo ano, esperamos estar com a produção de urânio a todo vapor e também atuando para a duplicação de nossa capacidade de beneficiamento do urânio”, finalizou. Vamos aguardar as medidas que serão tomadas agora, com a paralisação da planta. FOTO: INB - PLANTA DE URÂNIO  - COLABORE COM O BLOG - CINCO ANOS DE JORNALISMO INPEDENDENTE - -CONTRIBUA VIA PIX 21 9601-5849. CONTATO: malheiros.tania@gmail.com   

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Área de segurança nacional da Fábrica de Combustível Nuclear da INB foi invadida por grupo jovem de olho em equipamentos eletrônicos


 Em área da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), no município de Resende (RJ), da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que enriquece urânio para as usinas nucleares, ocorreu nesta segunda-feira (1º/1) uma tentativa de furto praticada por um grupo formado por um rapaz de 20 anos, e seis adolescentes: três de 17 anos, dois de 15 anos e um de 16 anos. O grupo estaria de olho em equipamentos eletrônicos. Todos foram capturados por policiais do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM) no final da tarde do mesmo dia. A área de segurança nacional, fica no distrito de Engenheiro Passos, localizada a cerca de 30 quilômetros do Centro da cidade. 

Em nota oficia, a Gerência de Comunicação Institucional da INB, informou que as câmeras de segurança do circuito fechado de TV da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) detectaram ­a invasão, na tarde de segunda-feira (1º/01), por volta das 15 horas, em uma área de propriedade da empresa onde se localiza o prédio do Centro de Treinamento. 

“A equipe de segurança interna imediatamente dirigiu-se ao local, e paralelamente acionou a força de apoio externo, Polícia Militar, que prontamente em conjunto com a equipe de segurança da INB realizou buscas e cerco aos sete invasores, capturando os mesmos. Por ser uma área de Governo Federal, eles foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal sendo redirecionados à Delegacia de Polícia Civil”, segundo a INB. 

No documento, a Assessoria informou também que a INB forneceu as imagens gravadas pelo sistema de segurança para os órgãos de segurança pública. O local invadido está localizado fora da área fabril da empresa. 

CASO NA POLÍCIA - 

Sete bicicletas foram encontradas no chão. Durante as buscas pela localidade, os policiais e os seguranças encontraram dois jovens próximos a estrada, enquanto outros cinco foram encontrados na mata. De acordo com a Polícia Militar, os vigilantes informaram que observaram a cerca violada, uma câmera de monitoramento subtraída e outra danificada. O grupo foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Volta Redonda, conforme orientação da 89ª Delegacia de Polícia. Após prestarem informações na Polícia Federal, os policias foram orientados a registrarem ocorrência na Delegacia de Polícia, em Resende. 

Segundo a polícia, os adolescentes foram autuados por fato análogo a tentativa de furto; prestaram depoimentos e foram liberados aguardando convocação da Justiça. O rapaz de 20 nos também foi autuado por tentativa de furto. 

FOTO – FCN – INB - FONTES: ASCOM INB - POLÍCIA FEDERAL - JORNAL A VOZ DA CIDADE 

COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX 21 99601-5849 – CONTATO: malheiros.tania@gmail.com

Em destaque

Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear - Editora Lacre

O livro “Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear”, da jornalista Tania Malheiros, em lançamento pela Editora Lacre, avança e apr...