A Prefeitura do município de Angra dos Reis confirmou ao blog que nos próximos dias deverá assinar um aditivo com a Eletronuclear de cerca de R$ 150 milhões, por conta do termo de compromisso relacionado ao projeto da usina nuclear Angra 3, destinados a obras na cidade.
Segundo o secretário de Planejamento de Angra, André Pimenta, o termo de compromisso vem sendo cumprido gradualmente, “inclusive está prestes a sofrer o seu terceiro aditivo desde 2009, quando os valores serão ajustados de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e os projetos a serem executados devem passar também por modificações”.
Até o momento, informou, a Eletronuclear investiu em obras no Hospital Geral da Japuíba, na saúde no Frade e no Parque Mambucaba e está em andamento a aplicação de recursos no projeto Parque Manguezal, da Praia da Chácara e na Defesa Civil.
Recentemente, a Eletronuclear informou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a renovação da licença ambiental de instalação da usina. Para obter a licença, com validade de seis anos, a companhia estabeleceu, junto ao Ibama, alguns critérios como “investimentos em projetos sociais, como programas de saúde, educação, saneamento básico e segurança para a região”.
Na semana passada (14/9) a Eletronuclear assinou contrato para complementação do projeto eletromecânico de Angra 3, com o vencedor do processo licitatório: o consórcio liderado pela empresa Themag Engenharia. O trabalho consiste em complementar o projeto de engenharia eletromecânica da usina, utilizando um sistema de computação em modelo 3D.
No prazo de dois anos, deverão ser projetadas as estruturas de tubulação, assim como a colocação de equipamentos elétricos e mecânicos na unidade, graças a tecnologias de última geração disponíveis no mercado – que garantem mais precisão e qualidade no projeto.
No dia último dia 9/9 foram realizados os primeiros testes operacionais da central de concreto do canteiro para viabilizar o início da concretagem da usina, prevista para acontecer no final do mês de setembro, o que marca formalmente o reinício da construção civil, segundo a companhia.
Angra 3 faz parte do pacote do acordo nuclear firmado pelo presidente da República, general Ernesto Geisel, em 1975, na Alemanha, que previa oito usinas, entre outros empreendimentos. As obras que começaram em 1984 e vem se arrastando ao longo de décadas por diversos problemas, como a falta de decisões políticas e recursos, além de denúncias de corrupção, em 2015.
No Relatório Anual 2020 da companhia, no item “riscos e oportunidades”, consta: “Com a retomada do projeto temos previsão de entrar em operação em novembro de 2026”. Agora, a previsão oficial é de que terceira central atômica seja inaugurada em fevereiro de 2028. Com a entrada da planta em operação, a energia gerada pela central nuclear de Angra será equivalente a, aproximadamente, 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e 3% do consumo do Brasil. Angra 3 já consumiu cerca de R$ 7 bilhões e depende de outros R$ 18 bilhões para ser concluída.
FOTO; Angra 3 – Eletronuclear –
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