segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Ministro anuncia retomada de estudos visando identificar sítios para usinas nucleares

 


O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reiterou nesta segunda-feira (29/11), que o MME está trabalhando na retomada dos estudos de localização de novos sítios nucleares, em parceria com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), do sistema Eletrobras. A meta, disse o ministro, é “intensificar esse trabalho para que tenhamos a identificação de áreas preferenciais, que permitam ao Governo propor ao Congresso Nacional a implantação de novas centrais nucleares, importantes para o desenvolvimento e segurança do sistema de energia elétrica do Brasil”. 

O ministro participou da abertura da décima edição da International Nuclear Atlantic Conference - INAC-2021- (Conferência Internacional Nuclear do Atlântico), realizada pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), no formato virtual. Bento Albuquerque afirmou também que o setor nuclear vai começar uma nova etapa da atividade de regulação, fiscalização e licenciamento, de forma independente, com as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo para a expansão do setor energético no País. 

“Destacamos a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), que terá grandes desafios com a retomada do Programa Nuclear Brasileiro e a expansão esperada em todos as áreas desde a mineração até a aplicação final na energia elétrica, no Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) da Marinha; na fabricação de radiofármacos, na radiação de alimentos, e no futuro o reator multipropósito, que vai concentrar as pesquisas  relacionadas a todos os setores”, comentou. 

A cerimônia de abertura contou com a participação do presidente da ABEN, Carlos Henrique da Costa Mariz; Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da International Atomic Energy Agency (IAEA); Wiliam  Magwood, diretor-geral da Nuclear Energy Agency (NEA); Marco Antonio Saraiva Marzo, secretário da Agência Brasileira-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC); e Sérgio Freitas de Almeida, secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). 

O tema da Conferência é “Tecnologia nuclear: redução da nossa pegada de carbono e aumento da qualidade de vida". Trata-se de uma iniciativa multidisciplinar e visa promover uma discussão sobre o papel essencial da ciência nuclear e da tecnologia de todas as suas aplicações em benefício e desenvolvimento da sociedade. 

O presidente da ABEN, Carlos Moriz, prestou homenagem ao ex-presidente da Associação, Rogério Arcuri Filho, que faleceu vítima de Covid-19, em 11 de maio de 2021. 

Segundo Mariz, o INAC está em sintonia com as preocupações da sociedade com o aquecimento global, conforme metas do Acordo de Paris. “Compreendemos o grande papel que a geração nuclear tem como forte alternativa para produção de energia de base, com mínima emissão de gases de efeito estufa e em substituição à produção com combustíveis fósseis”, assunto amplamente discutido na recente COP-26, em Glasgow”. “Destacamos a importância do setor nas aplicações na medicina, agricultura, produção de alimentos, no combate às pragas, na proteção dos nossos mares, por exemplo”, comentou Mariz. 

O diretor-geral da International Atomic Energy Agency (IAEA), Rafael Mariano Grossi, reiterou a importância do debate sobre esses temas, argumentando que existem milhares de pessoas no mundo que ainda não têm acesso à eletricidade. “Aliviar a pobreza tem que fazer parte do nosso plano, e isso significa que a demanda por energia vai crescer, e que a demanda por energia nuclear vai aumentar, sendo necessário desenvolver ações para aumentar matrizes energéticas com baixo teor de carbono”. disse Grossi. Depois, completou: “Precisamos que a matriz energética consiga fazer duas coisas em simultâneo, evitar poluentes que causam mudanças climáticas e doenças respiratórias e fornecer combustível de forma confiável a um custo acessível para impulsionar o crescimento econômico”. 

FOTO: Usina Angra 3 - Eletronuclear - 

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2 comentários:

  1. Será que é preciso construir mais usinas nucleares? O país não poderia investir mais em outras fontes de energia limpas como a solar e a eólica? O que dizem os especialistas?

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  2. Agradecemos a sua participação. A sua opinião será sempre bem vinda. Obrigada.

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