A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) confirmou as informações publicadas pelo blog sobre a contratação na Alemanha de uma linha de produção de grades espaçadoras a ser instalada em sua unidade, no município de Resende (RJ). A empresa admitiu que é obrigada realizar a importação, para a “montagem final do Elemento Combustível para atender à demanda das usinas nuclear de Angra 2 e, futuramente, Angra 3”, da Eletronuclear.
A INB acabou anunciando seus planos futuros: a instalação de uma linha de fabricação de grades espaçadoras na Fábrica de Componentes da INB em Resende, “um dos projetos de nacionalização, parte do planejamento estratégico da empresa para os próximos anos”.
A tecnologia dos combustíveis para as usinas nucleares do tipo PWR, utilizada pelo Brasil, usa um componente metálico denominada grade espaçadora. Esta peça tem a função de posicionar e sustentar as varetas combustíveis que contém o material nuclear (sob forma de pequenas pastilhas cilíndricas).
“A INB quer substituir tecnologias importadas para a completa produção em território nacional, reduzindo riscos logísticos e cambiais no suprimento destes componentes até então importados”, informou a empresa.
Sobre as negociações da estatal com a empresa Framatome, nas cidades de Frankfurt e Erlangen, na Alemanha, para a compra de contêineres destinados ao transporte de combustível nuclear, a INB respondeu que está prestando suporte à Eletronuclear. “Visamos obter as especificações técnicas para a aquisição de mais contêineres de transporte de combustíveis nucleares (projetos Angra 1 e Angra 2 e Angra 3, no futuro, entre as instalações em Resende e a Central Nuclear de Angra dos Reis (RJ).
“Os novos embalados permitirão reduzir a quantidade de transportes rodoviários entre as unidades industriais, otimizando custos e também reduzindo a interferência nas rodovias utilizadas, possibilitando a redução da quantidade de comboios em tráfego durante os períodos de recargas dos reatores”.
A estatal também respondeu sobre a investigação da “causa raiz” que provocou corrosão em tubos de combustíveis (urânio enriquecido) da usina Angra 2, denunciada pelo blog no ano passado. A INB informou que estudos técnicos foram contratados pela Eletronuclear junto à Framatome. Na qualidade de fabricante dos combustíveis nucleares para as usinas nucleares nacionais, a empresa está acompanhando as “ações diligentes e os respectivos desdobramentos”. Aguardamos as informações sobre as causas e os prejuízos financeiros causados pela corrosão.
FOTO: Material nuclear transportado de Resende para a central nuclear de Angra.
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