terça-feira, 26 de outubro de 2021

Angra 3: contrato para a retomada das obras está pronto para ser assinado

 


Está pronto o contrato para o início das atividades no canteiro de obras da central nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), conforme o blog apurou nesta terça-feira (26/10). Para ser assinado com o consórcio vencedor, a Eletronuclear, gestora das usinas, aguarda apenas a autorização do Conselho da holding Eletrobras. Do ponto de vista legal, está tudo concluído para a retomadas das obras, colocando um ponto final no enredo iniciado a partir do acordo nuclear Brasil-Alemanha, em 1975. 

Desde o dia 22 de julho último, em sessão pública, quando a Eletronuclear declarou o consórcio vencedor, é grande a expectativa. Venceu a licitação o consórcio composto por Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz para contratar a empresa que retomará as obras de Angra 3 no âmbito do Plano de Aceleração do Caminho Crítico da usina. O resultado foi divulgado após a documentação do licitante ter sido avaliada e aprovada. 

O lance vencedor foi de R$ 292 milhões, o que representa um deságio de aproximadamente 16% em relação ao valor de referência estabelecido pela Eletronuclear. No total, duas companhias e cinco consórcios participaram da sessão de abertura das propostas, realizada em 29 de junho. 

Entre as principais medidas que constam no Plano de Aceleração do Caminho Crítico está a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3. Além disso, será feita uma parte importante da montagem eletromecânica, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, da ponte polar e do guindaste do semipórtico. O índice atual de conclusão da construção de Angra 3 é de 65%. A Eletronuclear prevê que a usina entre em operação em novembro de 2026. 

EMPRESA ESPANHOLA - 

Para resgatar um pouco a história recente de Angra 3, lembremos que o consórcio Angra Eurobras NES, formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda (líder), Tractebel Engineering S.A, e Empresários Agrupados Internacional S.A, - empresa espanhola de engenharia), venceu a concorrência para a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras da usina nuclear. 

Em junho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou o contrato com o consórcio. A Eletronuclear devia R$ 6,6 bilhões ao BNDES e a Caixa Econômica Federal (CEF) por conta de Angra 3. A usina já consumiu cerca de R$ 7 bilhões dos cofres públicos desde o início de sua construção em 1984; e precisaria de mais R$ 15 bilhões para ser inaugurada em 2026.

“O consórcio terá a atribuição de definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos”. A contratação do consórcio faz parte dos serviços técnicos que o BNDES presta à Eletronuclear — proprietária da usina — desde 2019, visando estruturar o modelo jurídico, econômico e operacional de parceria junto à iniciativa privada, para a construção, manutenção e exploração de Angra 3. 

De acordo com modelo proposto pelo BNDES, as obras serão retomadas por meio de EPC (Engineering, Procurement and Construction), modalidade de contratação de serviços de engenharia na qual a construtora contratada ficará responsável ”não só pela execução da obra em si, mas também por eventuais complementos ao projeto de engenharia e pela compra dos materiais e equipamentos necessários à finalização da obra”. Angra 3 poderá ter um ou mais contratos de EPC, dependendo das recomendações técnicas a serem feitas pelo consórcio contratado. 

Segundo Lidiane Delesderrier Gonçalves, superintendente da Área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, o Angra Eurobras NES será responsável também por assessorar a contratação das construtoras. "Esse assessoramento, que incluirá a avaliação das propostas técnicas das empresas proponentes, é considerado de suma importância para garantir um processo seletivo bem-sucedido, atraindo empresas de reconhecida qualidade técnica", afirmou. 

Angra 3 vai gerar mais de 10 milhões de MWh por ano, energia suficiente para atender aproximadamente 6 milhões de residências. 

Formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda. (líder), Tractebel Engineering S.A. e Empresários Agrupados Internacional S.A., o consórcio terá a atribuição de definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos.  

O grupo Tractebel, cuja história começa no século XIX, tem experiência em vários países do mundo na atuação com energia nuclear. A espanhola Empresários Agrupados, empresa de engenharia, criada em 1971, é atuante no setor de geração de energia elétrica, com experiência na implantação de usinas nucleares. 

“A contratação do consórcio, composto por empresas com vasta experiência em assessoramento à implementação de usinas nucleares no mundo, permitirá que se projete ao mercado a confiança necessária para atrair parceiros construtores de primeira linha e uma ampla gama de agentes financiadores no Brasil e no mundo”, explica Leonardo Cabral, diretor de Privatizações do BNDES. Angra 3 é a segunda usina comprada no pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha, em 1975. Terá potência instalada de 1.405 MW e cerca de 82.000 metros quadrados de área construída, o equivalente a dez campos de futebol. 

FOTO: Angra 3 – Eletronuclear/Eletrobras. 

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Um comentário:

  1. esse desgoverno vai ser cassado e toda sua corja ilegal que autoriza esses absurdos. como assim o processo de angra 3 está legal se não temos deposito radioativo definitivo, condicionante pras obras iniciarem?

    Angrenses mexam-se para essa causa, é mais lixo radioativo vindo pra Angra. Acordem.

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