sexta-feira, 3 de maio de 2024

Angra 1 e 2: elementos combustíveis usados (urânio) são transferidos para UAS; estimada em US$ 50 milhões

 


Começou esta semana a segunda etapa de transferência de elementos combustíveis usados (urânio irradiado) das usinas Angra 1 e Angra 2, para a Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), na Central Nuclear de Angra. A operação confirmada há pouco pela Eletronuclear abre espaço para novas recargas nas piscinas das unidades. Segundo fontes, os elementos combustíveis passam pelo crivo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com sede em Viena, na Áustria, liderada pelas grandes potências, como os Estados Unidos, por conta de suas aplicações além do ciclo da produção de energia elétrica, podendo servir como plutônio. Em 2018, a previsão era de que a UAS custaria cerca de US$ 50 milhões. 


A Eletronuclear frisou que os combustíveis usados “não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda contêm grande potencial energético que pode ser reaproveitado no futuro, destacando que países como a Rússia, França e Japão já reciclam esse material. A primeira fase de transferência começou no dia 26 de abril e está prevista para terminar no dia 30 de setembro. Serão transferidos apena os elementos de Angra 2. Segundo a Eletronuclear, a movimentação dos combustíveis de Angra 1 para a UAS acontecerá em 2025 e em 22026, quando a segunda fase estará concluída. Esta ação permitirá, assegurou a companhia, que os combustíveis usados serão transferidos para os cascos de armazenamento, construídos em aço e concreto, abrindo espaço nas piscinas para receber novos elementos. Assim, a companhia espera aumentar a vida útil das duas piscinas. De angra 1, em 20 anos; e de Angra 2, em mais 10 anos, segundo Júlio Cesar dos Santos, coordenador da segunda campanha da UAS.  


BRASIL CONSTRÓI DEPÓSITO PARA COMBUSTÍVEL NUCLEAR DE ANGRA 1 E ANGRA 2. A notícia foi divulgada pelo BLOG no dia 4 de agosto de 2018. 

Cerca de US$ 50 milhões era a previsão na época sobre o custo do empreendimento. A vencedora da concorrência para a construção foi a Holtec, com sede em Camden, Nova Jersey, nos Estados Unidos. A Holtec é fornecedora de equipamentos e sistemas para a indústria de energia, especializada na concepção e fabricação de peças para reatores nucleares. 

Participaram da licitação e perderam as empresas americanas Nac e Areva. O governo tem que construir a UAS, porque o esgotamento da capacidade de armazenamento das piscinas, onde o combustível fica depositado, ocorrerá em julho de 2021, no caso de Angra 2I; e em dezembro do mesmo ano, em Angra I. A UAS terá capacidade para armazenar o combustível até 2045”, afirmavam as fontes ao BLOG.

 FOTO 1: Retirada dos elementos combustíveis da piscina de resfriamento durante a primeira campanha de transferência em 2022. 

FOTO 3: Visão panorâmica da central nuclear em abril de 2023, com a UAS no canto inferior. 

F0TO 2: UAS, em 2022. FOTOS DA ELETRONUCLEAR – 

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