Ações maliciosas contra instalações nucleares do Brasil estão registradas no primeiro Relatório Nacional das Ameaças à Segurança Físico Nuclear (Renasf) elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), concluído recentemente. “A ABIN realiza o acompanhamento de grupos ou indivíduos com capacidade e intenção de cometer ações maliciosas contra instalações nucleares selecionadas, como sabotagem e obtenção ilegal de agentes selecionados, descritas no Renasf”, informou o diretor-adjunto da ABIN, Victor Felismino Carneiro.
Segundo ele, a iniciativa atesta “o compromisso do Brasil em adotar as recomendações e boas práticas internacionais na área de segurança física nuclear, e é condizente com o avançado estágio de desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), principal beneficiado do projeto”, complementou.
O Renasf é o primeiro levantamento nacional sobre o tema e documento fundamental para o país elaborar a Ameaça Base de Projeto (ABP) de suas instalações nucleares, cumprindo as recomendações e boas práticas preconizadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O documento insere-se na atividade principal da Inteligência: “a produção e difusão de conhecimentos relativos a fatos ou situações que possam resultar em ameaças ou riscos à salvaguarda da sociedade e do Estado”, comentou o diretor-adjunto.
Integram o Grupo de Trabalho de Avaliação de Ameaças do Programa Nuclear Brasileiro, colegiado instituído pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI): a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), os Ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, a Eletronuclear, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis e os Governos dos Estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo.
“A elaboração do Renasf é fruto da cooperação entre essas instituições. O Renasf constitui um marco na área de proteção física nuclear do Brasil. Trata-se da primeira vez que o Brasil dá início a processo de avaliação nacional de ameaças às instituições nucleares. Sua grandiosidade e complexidade são reveladas pelo fato de nenhum país da América Latina tê-lo concluído”.
FOTO: Central Nuclear de Angra – ABDAN.
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