quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Cerca de 17 mil toneladas de material radioativo até hoje sem solução

 


Cerca 17. 190 toneladas de material radioativo da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) terão que armazenados longe da população. Um total de 3.500 toneladas de Torta II (material radioativo, fruto do processamento químico de areias monazíticas) está hoje armazenado em sete silos numa área de 300 mil metros quadrados, no Sitio São Bento, na Unidade de Estocagem de Botuxim (UEB), município paulista de Itu. O material é proveniente da Usina de Santo Amaro (Usam) da Nuclemon, desativada em 1992, após denúncia de contaminação radioativa em trabalhadores feita pela imprensa.

O legado radioativo da Nuclemon, que deixou centenas de funcionários contaminados é a “herança maldita” que o governo, através da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vem prometendo resolver. 

A Associação Nacional dos Trabalhadores da Produção de Energia Nuclear (ANTPEN) luta desde 2006, data de sua fundação, para que esse contingente de contaminados seja indenizado. O máximo que conseguiu foi a liberação de um plano de saúde para o tratamento de câncer e outras doenças graves das vítimas. Muitos já morreram. 

A INB tem sido cobrada sobre a sua posição em relação ao destino da Torta II e de todo o lixo produzido durante esses anos em suas unidades. A estatal acenou com uma solução junto ao Ministério Público Federal, conforme o blog divulgou com exclusividade em 27 de agosto. 

A ideia da estatal era de que cerca de 1,3 mil tonelada de Torta II da Usina de Interlagos (USIN), que ocupa uma área de 60 mil metros quadrados, fosse transferida para a sua unidade em Caldas, Minas Gerais, já repleta de material radioativo; Buena, no município de São Francisco de Itabapoana (RJ); e por último, em Botuxim.  "Na Unidade em Descomissionamento de Caldas (UDC), em Minas Gerais, estão estocadas 12.500 toneladas do material. No depósito de Interlagos, na capital de São Paulo, estão cerca de 590 toneladas de Torta II. Na UDSP ainda se encontram, aproximadamente, mais 600 toneladas de outros materiais (classificados como objetos contaminados na superfície – OCS), que são resíduos do próprio descomissionamento”. São informações da INB, divulgadas nesta quarta-feira (06/10). A estatal garante que tenta resolver o problema. 

Leia no blog outras matérias sobre o assunto. FOTO: Unidade - Caldas - INB - 

Este blog faz JORNALISMO INDEPENDENTE. A sua contribuição é muito importante para a manutenção do trabalho iniciado em 2018. Agradecemos a contribuição. PIX: 21 99601-5849.


4 comentários:

  1. Excelente matéria sempre denunciandoos perigos com o uso e manuseio da energia nuclear.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A sua participação muito nos honra! agradecemos imensamente. Contamos sempre com a sua leitura e avaliação.

      Excluir
  2. É impressionante: o ser humano foi à Lua, turistas passeias em volta da Terra, temos inteligência artificial, mas não conseguimos resolver o problema do armazenamento de material radioativo, sem que haja risco de contaminação. Tânia sempre atenta, que bom.

    ResponderExcluir
  3. Muito obrigada pela mensagem sempre incentivando o trabalho do blog. Uma honra contar com a sua participação!

    ResponderExcluir

Em destaque

Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear - Editora Lacre

O livro “Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear”, da jornalista Tania Malheiros, em lançamento pela Editora Lacre, avança e apr...