O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou ontem (09/10) o valor da nova tarifa para a usina nuclear Angra III. O preço de energia, que servirá de referência para as próximas etapas do projeto, passou de R$ 244,00 MWh para R$ 480,00 por MWh. O valor anterior, considerado defasado, não remunera os investimentos feitos pela Eletronuclear, nem o custo do financiamento, inviabilizando a retomada das obras, paralisadas em 2015, por alguns problemas, como denúncias de corrupção a partir da Operação Lava-Jato.
A decisão do Conselho é a maior injeção de ânimo para o setor elétrico, que defende a continuidade das obras junto aos dois candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O valor total previsto para o investimento, segundo a Eletronuclear, é de cerca de R$ 21 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões já foram realizados. Para concluir a usina, portanto, o governo terá que investir mais R$ 14 bilhões, com ou sem parceiros.
Angra III tem 65% de suas obras civis concluídas, se o novo governo decidir pela conclusão, iniciando a mobilização do canteiro de obras em janeiro de 2020, o cronograma da Eletronuclear considera que a usina ficará pronta em 2025. Há conversações com a chinesa China National Nuclear Corporation, a russa Rosatom, e a francesa EDF.
"A retomada das obras da usina é uma questão de sobrevivência não só para a Eletronuclear, mas para o uso da energia nuclear no Brasil. Se não tivermos um sócio, o empreendimento fica inviável", ressaltou recentemente o presidente da empresa, Leonam dos Santos Guimarães.
Angra III foi comprada pelo acordo Brasil-Alemanha, assinado pelo general Ernesto Geisel, em Bonn, no dia 27 de junho de 1975, que previa a construção de oito usinas nucleares, entre outros empreendimentos. Por diversos problemas, entre eles, a falta de decisão política e de recursos, apenas Angra II foi construída e está em funcionamento. Angra I, foi comprada da Westinghouse, empresa norte-americana, entes do acordo.
(Leia mais sobre as usinas nucleares em "Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear", da jornalista, pela Editora Lacre)
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