segunda-feira, 1 de setembro de 2025

CSN estuda o reator nuclear de pequeno porte (RMRs), informou especialista na Coppe/UFRJ

 


A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no município de Volta Redonda (RJ) está realizando estudos sobre o reator nuclear modular de pequeno porte (RMRs), informou Giovani Machado, sócio-fundador da Episteme Consultoria. A informação foi dada durante o evento sobre energia nuclear na descarbonização da matriz energética brasileira, realizado na Coppe/UFRJ, semana passada. Desde então, o Blog contata a CSN, que não se pronunciou sobre o caso.  

A Rússia é pioneira na produção dos reatores modulares e em maio assinou memorando com o Brasil para desenvolvimento do RMRs. 

Ex-diretor de estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Giovani falou que o estudo da CSN visa reduzir a necessidade de carvão em alto forno. Segundo ele, a energia nuclear vai além da geração elétrica: “Ela assegura confiabilidade, promove descarbonização e permite acoplamento com setores como hidrogênio, indústria térmica, navegação, defesa, data centers, além de gerar transbordamentos tecnológicos e benefícios socioeconômicos”. 

O presidente Getúlio Vargas fundou a CSN em1941 como um marco da industrialização brasileira, voltada para a produção de aço para as indústrias do país. A usina de Volta Redonda (RJ) foi inaugurada em 1946, impulsionando o desenvolvimento do parque industrial nacional. Após décadas de expansão e um período de greves e conflitos, a CSN foi privatizada em 1993, iniciando uma nova fase de modernização, diversificação de atividades, como a criação da CSN Mineração, e internacionalização. 


O professor Aquilino Senra (PEN/Coppe) destacou que a transição energética não será viável sem a participação da energia nuclear, por ser uma fonte despachável e sem intermitências. Ele ressaltou o avanço dos pequenos reatores modulares (SMRs), capazes de gerar até 300 MW, com operação automatizada e transporte facilitado.  Essas tecnologias abrem espaço para aplicações estratégicas, como transporte marítimo – responsável por cerca de 4% das emissões globais –, mineração e data centers. 

DOCUMENTO PARA A COP30 - 

O diretor do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Renato Dutra, reiterou que a política energética é uma política de Estado, guiada pelo trilema: sustentabilidade, segurança e equidade. “A transição precisa ser consistente, sem comprometer a segurança energética e sem agravar a pobreza energética”, disse. 


Neste sentido, sócio do BTG Pactual, Vittorio Perona, destacou para a importância da informação para a sociedade sobre a segurança do programa nuclear. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também esteve representada por Patrícia Nunes, e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) por Márcio Adriano Coelho da Silva, focando na visão integrada entre pesquisa, planejamento e setor produtivo. 

O evento “O Papel da Energia Nuclear na Descarbonização da Matriz Energética Brasileira”, integra uma série de debates organizados pela Coppe/UFRJ rumo à COP 30, abordando temas como mudanças climáticas, segurança energética e inovação tecnológica. “Cada escolha feita, entre os muitos caminhos possíveis para a descarbonização, implica em uma série de consequências, de prós e contras. O que a gente pretende, e esse é o papel da academia, é entender as consequências de nossas escolhas como país”, concluiu Suzana Kahn, diretora da Coppe, que moderou o encontro ao lado do professor Alan Lima, coordenador do Programa de Engenharia Nuclear (PEN). 

(FOTO: COPPE – PARTE DAS INFORMAÇÕES - COPPE) – CSN – GETTY IMAGENS - 

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