sexta-feira, 14 de março de 2025

Ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares em debate esta semana

 



Rio de Janeiro, 14 de março de 2025 - 


O Estado-Maior do Exército (EME) promoveu o Seminário sobre as Estratégias Globais e Nacionais para a Mitigação de Ameaças Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares (QBRN): Desafios, Políticas e Inovações. O evento aconteceu dias 11 e 12/3, em Brasília, debatendo diversos temas tais como ataque terrorista, riscos emergentes, neutralização de explosivos, inclusive o acidente com uma cápsula de césio-137, em Goiânia, em 1987. 

O seminário reuniu representantes das três Forças Armadas, das Forças Auxiliares, do Poder Executivo, de entidades federais, do Governo do Distrito Federal e de exércitos de países sul-americanos, entre outras autoridades. A abertura do evento, no Auditório Marcello Rufino (localizado no EME), foi feita pelo Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que comentou a respeito da importância da discussão do tema: 

“O Exército vivencia o Programa Força 40, buscando remanejar as capacidades da Força para o cumprimento de sua missão constitucional da melhor maneira. Uma das capacidades fundamentais é a Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear. Nesse sentido, abrimos uma série de eventos e esse seminário é um dos principais”. 

Em 2025, o Brasil sediará dois eventos importantes, a Reunião do BRICS e a COP30, esse último com mais de 150 Chefes de Estado. “Então, vemos a dimensão da nossa responsabilidade. No cenário complexo do mundo de hoje, temos que estar preparados”, lembrou. Também presente, o Chefe do EME, General de Exército Richard Fernandez Nunes, destacou a longa história de atuação do Exército Brasileiro no setor e a busca pela evolução. 

“Já na década de 20 do século passado, por conta do que foi observado na 1ª Guerra Mundial (1914-1918), quando agentes químicos foram usados em profusão e causaram milhares de baixas, iniciávamos as instruções de guerra química. Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), criamos o primeiro curso de guerra química, em 1943, no então Centro de Instrução Especializada, no Rio de Janeiro. Fomos avançando na doutrina, até chegarmos ao acidente em Goiânia com o Césio-137, um divisor de águas, ampliando a nossa visão para outras ameaças. Hoje, temos um Batalhão no Rio de Janeiro e uma Companhia em Goiânia, participamos com sucesso em grandes eventos e seguimos na busca constante pela evolução”. 

ARTEFATOS EXPLOSIVOS - 

Além das palestras no Quartel-General do Exército, a programação do seminário contou com atividades no Batalhão da Guarda Presidencial, na tarde de 11 de março. Naquela Unidade, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar demonstrações das capacidades de DQBRN, executadas pelo 1º Batalhão DQBRN (sediado no Rio de Janeiro) e Companhia DQBRN (sediada em Goiânia-GO), e de Neutralização de Artefatos Explosivos (EOD, na sigla em inglês), por parte de militares do 2º Batalhão Ferroviário (com sede em Araguari-MG), além de uma exposição de materiais empregados em missões dessa natureza. 

DESAFIOS “VUCA”IMPREVISÍVEIS - 

Segundo o Exército, “em um cenário global marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (VUCA), a segurança nacional enfrenta desafios cada vez mais imprevisíveis”. O Seminário sobre Estratégias Globais e Nacionais para a Mitigação de Ameaças QBRN reuniu representantes das forças de segurança do Brasil e de países vizinhos para fortalecer a preparação e a resposta diante de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares. “A volatilidade das ameaças modernas exige que as forças de defesa estejam constantemente prontas para reagir a incidentes que podem ocorrer de forma inesperada, seja por acidentes industriais, ataques terroristas ou crises sanitárias”. Daí, o evento destacou a necessidade de estratégias dinâmicas, com simulações práticas e troca de informações entre órgãos de segurança. 

INCERTEZA SOBRE O FUTURO - 

“A incerteza sobre o futuro e a imprevisibilidade de eventos QBRN reforçam a importância da cooperação internacional e da inteligência estratégica”. Palestras ministradas por especialistas da Argentina, Colômbia, Equador e Paraguai abordaram como cada país vem se preparando para “riscos emergentes, evidenciando a necessidade de redes colaborativas e protocolos integrados”. De acordo com a página do Exército, a complexidade das ameaças QBRN exige uma abordagem multidisciplinar. 

No seminário, representantes do Exército, Polícia Federal, Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Energia Nuclear debateram como diferentes setores precisam atuar de maneira coordenada para “minimizar danos e proteger a população”. 

INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA - 

Por fim, a ambiguidade das situações de crise reforça a necessidade de líderes capacitados e decisões baseadas em informação qualificada. As apresentações da ABIN e do GSI-PR demonstraram como a inteligência estratégica pode reduzir riscos e guiar respostas eficazes diante de cenários incertos. 

(FONTE/ FOTO – EXÉRCITO) – 

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