Uma simulação interna, para
empregados foi realizada no início do mês, mas alguns disseram que não ouviram
a sirene no local onde estavam. Disserem também que estavam sem carros para
deslocamento até o ponto estabelecido para a fuga. “Fomos acionados pelo rádio
até o resgate pela ambulância. “Se a barragem tivesse estourado, teríamos que
fazer o contato psicografado”, ironizaram. Nesta quarta-feira, sirenes serão
acionadas para os moradores de Caldas. O município tem população de cerca de 20
mil pessoas, mas problemas graves na barragem podem afetar outras 30 mil de
Andradas e mais 160 mil de Poços de Caldas.
O Ministério Público Estadual e
Ministério Público Federal (MPF) já entraram no caso desde novembro, quando foi
assinado com a INB o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que dispõe
sobre as medidas emergenciais a serem realizadas pela empresa. Entre as medidas
está a implantação do “Plano de Segurança da Barragem (PSB) e do Plano de Ação
de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM) da Barragem de Rejeitos da
Unidade em Descomissionamento de Caldas”.
O TAC tem uma série de exigências e
caso haja descumprimento, a INB pagará importantes multas. “As instalações, o
solo, as águas e os equipamentos da antiga mineração são permanentemente
monitorados, de modo a proteger o meio ambiente e assegurar a saúde dos
trabalhadores da unidade e dos moradores da região”, assegura a INB. Embora a
empresa afirme estar agilizando as medidas para a solução do problema herdado, as
denúncias de contaminação do meio ambiente continuam.
Funcionários contaram que
após as exigências do MPF, a INB realizou obras para a colocação de tubulação
em local onde havia infiltração - conforme o blog mostrou recentemente -
desviando a água contaminada para a barragem de tratamento, que chega ao meio
ambiente. O problema pode ser visto: efluente da infiltração caindo constante
para o local de tratamento.
SIMULADO -
Todos os órgãos que atuariam numa
situação real vão participar do treinamento que será supervisionado pelo
Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), que pertence ao
Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “O objetivo é orientar quem mora no
caminho da “Lama de Inundação” a uma distância de até 10 quilômetros – área
denominada Zona de Autossalvamento (ZAS) - sobre como agir em uma situação de
emergência”, informou a empresa.
Um carro de som será utilizado para avisar os
moradores e pessoas que estejam passando pelo local sobre o início do
treinamento, marcado para 9 horas. Durante o exercício serão avaliados o tempo
e as ações de resposta dos órgãos que atuam no Plano de Emergência.
O simulado terá a participação, em nível
nacional, da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do
Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Mineração – ANM, do
Ministério da Saúde, do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
– CENAD do Ministério do Desenvolvimento Regional, da Secretaria Nacional de
Proteção e Defesa Civil - SEDEC e da Comissão Nacional de Energia Nuclear –
CNEN. Na esfera estadual, representantes do Gabinete do
Defensor Regional de Direitos Humanos de Minas Gerais – GABDRDH MG. Prefeituras
também participam.
BARRAGEM -
A
Barragem de Rejeitos foi construída no início da década de 80, após a
realização de mapeamento geológico na área escolhida. “O local é constituído de
rochas argilosas, impermeáveis, ambiente este que impede percolações
importantes de efluentes líquidos, em direção às águas subterrâneas naturais. É
importante ressaltar que a barragem não é feita com os rejeitos da mineração”,
informa a INB.
No local, são realizadas
inspeções de rotina. Foi em uma destas inspeções, em agosto de 2018, que a INB
identificou que a água na saída do extravasor estava turva. A empresa afirma que todas as medidas foram
tomadas. O caso levou a assinatura do TAC, que exigiu, entre outras coisas, a
realização do exercício simulado, o primeiro desde a década de 80.
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