A Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), recém formada, divulgou nesta terça-feira (07/10) que está acompanhando a situação do trabalhador da Unidade de Concentração de Urânio (URA),, em Caetité, na Bahia, que caiu dentro de uma das células com material radioativo e químico na quarta-feira da semana passada (1/10), A ANSN informou que está “coletando informações e realizando as ações de fiscalização cabíveis no âmbito de sua atuação”.
Informou também que a empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), operadora da URA, está conduzindo investigação interna e, conforme os procedimentos estabelecidos, deverá apresentar relatório detalhado à Autoridade sobre o evento. A organização foi comunicada. “do evento não usual, envolvendo um operador da instalação”. Só depois de o fato ser noticiado pelo Blog no dia 3/10, a INB divulgou nota interna de esclarecimento.
“A comunicação inicial ocorreu algumas horas após o evento, ocasião em que foi informado que um trabalhador, durante atividade operacional nas células de reextração, sofreu uma queda no interior de um compartimento contendo solvente orgânico descarregado”, divulgou hoje a ANSN. O órgão, do Ministério de Minas e Energia (MME), reproduziu praticamente as mesmas informações da INB. Mas segundo a literatura disponível, é importante lembrar que, problemas de saúde de pessoas contaminadas, muitas vezes, se manifestam tempos depois. “O operador (trabalhador) foi imediatamente socorrido, encaminhado para higienização e posteriormente submetido à monitoração pelo Serviço de Proteção Radiológica da unidade, que não detectou contaminação radiológica nem observou indícios de ingestão ou incorporação de material proveniente do compartimento”, declarou a ANSN.
E Mais: “Posteriormente, o trabalhador foi atendido pelo serviço médico da instalação e encaminhado para avaliação em hospital, onde também foi submetido a exames. Segundo informações da unidade, por recomendação médica, o operador permaneceu em observação por uma noite, recebendo alta no dia seguinte, após novos exames e avaliação médica”.
MINA DE PROBLEMAS -
A lista de problemas da URA é conhecida. Em dezembro de 2024 a planta para a produção de urânio foi paralisada quando uma ventania, destelhou galpões e telhas que caíram sobre tanques. Na época, segundo a INB uma parte do telhado da AA-170 que cobre a área de estocagem de tambores, foi danificada, sendo que fragmentos de telhas e blocos caíram dentro da próprio AA-170, causando danos e exposição de um dos tambores. Fragmentos de telhas perfuraram duas mantas, a superior e inferior, na bacia de processo TQ 140, causando infiltração de efluentes contendo urânio para o selo de argila da própria bacia. Espera-se que os reparos tenham sido realizados.
Na ocasião, a informação do BLOG foi confirmada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A área de produção do concentrado de urânio foi a mais danificada. Esta é uma prova de que eventos climáticos extremos podem afetar instalações que operam com material radioativo. Segundo o MCTI, a INB continuava implementando ações “remediadoras na área das bacias de processo, também afetada pelo evento climático extremo”. E mais: “Uma das bacias continuava inoperante devido à manutenção pendente”. Os problemas foram resolvidos?
LEIA NO BLOG:
03/10/2025 – Trabalhador cai em célula no setor de extração de urânio da INB na Bahia;
06/10/2025 – Empregado da INB acidentado teve contato com materiais radioativo e químico, denuncia SINDMINE;
13/01/2024 - Vendaval paralisa planta de produção de urânio de Caetité;
(FOTOS: INB E EXCLUSIVAS BLOG) –
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