A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) está intensificando as cobranças a empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) sobre o desaparecimento de duas ampolas contendo urânio enriquecido produzido pela Urenco (consórcio de empresas da Alemanha, Holanda e Inglaterra) armazenadas na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), conforme o blog divulgou com exclusividade na quarta-feira (16/8). Embora a INB tenha afirmado que o fato havia sido comunicado à CNEN, isto não é verdade. Foi a CNEN que descobriu o sumiço das ampolas ao realizar uma vistoria na sala inadequada onde havia apenas 17 de um total de 19 ampolas contabilizadas anteriormente. Mesmo sem poder multar a INB, pois não tem esta atribuição, a CNEN está exigindo “um plano de ações imediatas que possam garantir melhorias no âmbito da proteção física, vigilância e gerenciamento de rejeitos da instalação”.
De acordo com a CNEN, “ficou evidente a necessidade de atuação imediata” para promover mais segurança e proteção na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da INB. O plano será submetido à avaliação dos técnicos da Comissão. O assunto foi discutido ontem (17/8) na sede da CNEN no Rio de Janeiro, em reunião convocada pela Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da CNEN, em razão do extravio de ampolas do tipo P10 contendo amostras de cilindros com material de hexafluoreto de urânio (UF6).
Estiveram reunidos técnicos e membros da alta gestão de ambas as instituições. Pela CNEN, representantes da Coordenação Geral de Reatores e Ciclo do Combustível, da Coordenação de Instalações do Ciclo do Combustível, inspetores residentes da CNEN na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), assessores da DRS, além dos chefes das divisões de rejeitos e proteção física. A INB foi representada pela Diretoria Técnica de Enriquecimento Isotópico (DTE), Diretoria de Produção do Combustível Nuclear (DPN), Gerência de Segurança Empresarial e Proteção Física (GSEMP.F) e presidência da empresa.
CNEN PEDE AJUDA PARA LOCALIZAR AMPOLAS -
Durante o mês de julho, a empresa INB realizou a transferência interna de ampolas do tipo P10 entre áreas de armazenamento na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ). Estas ampolas são pequenos tubos contendo amostras dos cilindros com material de hexafluoreto de urânio (UF6), utilizado na fabricação dos combustíveis das Usinas Nucleares de Angra 1 e Angra 2. São amostras testemunho para a comprovação do material contido nos respectivos cilindros.
“Após a atividade de transferência, o inspetor residente da DRS\CNEN, da área de salvaguardas nucleares, identificou a ausência de duas unidades, pertencentes ao lote testemunho da 15⁰ Recarga de Angra II, com 8 gramas de urânio enriquecido a 4,25% em cada ampola. Já no início do mês de agosto, depois de esgotar as tentativas de encontrar o material, a INB comunicou a Polícia Federal, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, e à CNEN”. É aqui que a CNEN acaba revelando a inverdade da INB. Afinal, foi a Comissão que descobriu o sumiço das ampolas.
A Comissão está divulgando fotos de ampolas similares e pedindo ajuda para a sua localização. “Solicita-se a quem encontrar dispositivo semelhante ao da foto, entrar imediatamente em contato com a CNEN por meio dos números (21) 98368-0763 e (21) 98368-0734, com atendimento 24 horas por dia (dias de semana, fins de semana e feriados).
FOTO: CNEN –
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Horrorizada com essa irresponsabilidade. Que a sociedade não deixe pra lá essa afronta. Localizar as ampolas, multar e processar a empresa com rigor.
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