Sabotagem. É o que pode ter ocorrido a partir do furto de duas fontes com césio 137, registrado na semana passada, na AMG Mineração, localizada no município de Nazareno, em Minas Gerais. Uma das fontes foi retirada de um cano de cinco metros de altura, e a outra de dentro de uma tubulação, para onde as câmeras não estariam apontadas. Imagens em toda a empresa estão sendo analisadas. A mineradora operava com onze fontes e 16 armazenadas em contêineres. As fontes continuam desaparecidas.
Interesses comerciais não estão descartados A mineradora tem negócios com materiais especiais como óxidos de nióbio, ligas especiais de alumínio, zircônio, entre outros de grande valor no Brasil e exterior. Além disso, planejava investir cerca de R$ 1,2 bilhão em uma planta de lítio (elemento químico), utilizado na produção de remédios para combater doenças como a depressão. No ano passado, a empresa planejava expandir a produção da mina de Volta Grande para 130 mil toneladas por ano, escreveu Mara Bianchetti para o Diário do Comercio de 13/5.
A própria mineradora registrou o caso à polícia e à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na sexta-feira passada (30/6). Segundo técnicos da área nuclear, as fontes são de baixa atividade e em matriz de cerâmica. Conforme relato de especialistas ao BLOG, “não são esperados efeitos severos a possível exposições às pessoas e ao meio ambiente”. No entanto, alertaram que “caso alguém permaneça em contato com a fonte por longo período de tempo, pode ocorrer danos à saúde e até mesmo adquirir doenças como o câncer”.
POR QUE O USO DE FONTES -
Segundo especialistas do setor nuclear, a mineradora usa fontes de césio 137 em diversos pontos, como em tubulações dentro de onde havia passagem de minérios, para medir densidade. A CNEN informou que a instalação está enquadrada no grupo 3A da norma CNEN NN 6.02, sendo caracterizada como instalação de baixo risco. “A instalação em seu processo de licenciamento submeteu plano de proteção radiológica descrevendo, entre outras coisas, os controles de acesso e aspectos de segurança da instalação. Esses aspectos foram considerados satisfatórios e a instalação foi autorizada a operar”.
Qual a possibilidade de correlação desse caso com o acidente em Goiânia, em 1987? “As fontes envolvidas neste evento são cerca de 300 mil vezes menos intensa do que a fonte do acidente de Goiânia. Como mencionado antes, por ser feita em matriz cerâmica, o material não se dispersará no meio ambiente. No entanto, ressalte-se que a CNEN continua acompanhando as investigações para a recuperação dos dispositivos”, garantiu a Comissão.
FOTO: AMG – site da empresa e Diário do Comércio –
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