quarta-feira, 20 de junho de 2018

Destino de Angra III reúne BNDES e Eletronuclear

Uma solução para a retomada das obras da usina nuclear Angra III, com o alongamento do contrato de financiamento da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, é uma das pautas da semana no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O assunto reuniu ontem (19/06), em Brasília, os presidentes do Banco, Dyogo Oliveira e da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. 

"A minha indicação legislativa 5340/18, ao Ministério de Minas e Energia, permitirá a equalização da tarifa de energia elétrica de Angra praticada no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética", comentou o deputado federal Júlio Lopes (PP). Ele acredita que desta forma, a Eletronuclear ficará reequilibrada financeiramente podendo retomar as obras da usina atômica. 

Mas, antes, se faz necessária a negociação com seus credores, lembrou. Na reunião, ficou acertado que uma equipe técnica do BNDES estudará a forma para que a opção não prejudique o sistema elétrico brasileiro. Vale lembrar que a Medida Provisória 814, que, entre outras coisas, autorizava o aumento da tarifa de energia de Angra III perdeu a validade.

A Eletronuclear é uma fonte importante para o Estado do Rio e responsável pelo pagamento dos royalties investidos na Saúde de Angra dos Reis, Mangaratiba, Parati e Rio Claro, frisou o parlamentar.

Angra III é a segunda usina nuclear de um pacote de oito, que faz parte do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, firmado no dia 27 de junho de 1975, no Governo do general Ernesto Geisel. Há cerca de 40 anos, portanto, Brasil e Alemanha festejavam o acordo como "o contrato do século". Na ápoca, em carta escrita de próprio punho, o presidente Juscelino Kubitschek, pediu a amigos que transmitissem felicitações a Geisel sobre o ato, que ele considerava o mais  importante praticado pela Revolução nos últimos 10 anos.

Com o passar do tempo e a falta de decisão na área nuclear, entre outros entraves, as obras da usina foram se arrastando. A parada mais recente de Angra III ocorreu em 2015. A unidade tem 62% das obras concluídas e sobrevive em compasso de espera.

Angra II  - a primeira usina do acordo com a Alemanha - está funcionando e gerando energia elétrica. A primeira usina - Angra I - comprada no final da década de 70, da Westinghouse, norte-americana, também está operando, informou a Eletronuclear.



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