sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Contaminação por chumbo nas décadas de 60 e 90 condena empresas na Bahia, informa Giannasi

 


A Auditora fiscal e engenheira civil, Fernanda Giannasi, uma das fundadoras da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), torna público um resumo de sentença judicial “memorável com importante condenação por racismo ambiental do escandaloso caso de contaminação por chumbo”, em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, entre as décadas de 1960 e 1990. “O episódio é qualificado, na decisão, como um caso paradigmático de racismo ambiental, ressaltando que o passivo tóxico e os efeitos à saúde recaíram desproporcionalmente sobre populações negras e pobres, historicamente marginalizadas e desassistidas pelo Estado”. 

Giannasi alerta também: “Temos de dar a maior publicidade possível para que este caso paradigmático não seja reformado em instâncias superiores”. Segundo ela, a sentença reconhece a responsabilidade civil e ambiental das empresas Plumbum Comércio e Representações Ltda., Trevisa Investimentos S.A. e Yara Brasil Fertilizantes S.A. (sucessoras da COBRAC – Companhia Brasileira de Chumbo) pelos danos socioambientais causados no município de Santo Amaro (BA),  em razão da contaminação por metais pesados – sobretudo chumbo e cádmio – lançados no ar, no solo e nas águas do Rio Subaé, naquele período. 

A decisão afirma que houve contaminação ambiental e humana em larga escala, atingindo trabalhadores e moradores do entorno da fábrica, pescadores e marisqueiras, além de comunidades periféricas e vulneráveis de Santo Amaro. negras e pobres, historicamente marginalizadas e desassistidas pelo Estado. O racismo ambiental foi reconhecido como dimensão agravante da injustiça socioambiental, reforçando o dever de reparação integral e a necessidade de medidas de justiça ambiental. A juíza prolatora da decisão também critica a chamada “irresponsabilidade organizada”, ou seja, o uso de sucessivas alterações societárias e fusões para escapar da responsabilização ambiental. 

"As empresas foram consideradas solidariamente responsáveis, com base na doutrina do poluidor-pagador e no entendimento do STJ sobre a natureza das obrigações ambientais (Tema 1204/STJ e Súmula 623). Ginnasi informa ainda que a sentença condenou as rés ao pagamento de indenização por danos morais e materiais às vítimas da contaminação, majorada no caso de crianças e pessoas negras. Além disso, determinou a reparação ambiental das áreas afetadas e a criação de um fundo para promoção de medidas de educação e qualificação profissional para as comunidades afetadas."

(FOTO – ARQUIVO PESSOAL) 

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terça-feira, 4 de novembro de 2025

11º Congresso Brasileiro de Carbono conecta ciência, inovação e indústria no CDTN, em BH

 


O Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte (MG), sediará o 11º Congresso Brasileiro de Carbono, evento nacional dedicado à ciência, tecnologia e aplicações dos materiais à base de carbono, a partir desta quarta-feira (05/11) até sexta (07/11). 

Promovido pela Associação Brasileira de Carbono (ABCarb), o congresso reunirá pesquisadores, profissionais da indústria, startups e estudantes em um ambiente de troca e colaboração, voltado à discussão dos mais recentes avanços na produção, processamento, caracterização e aplicação de materiais micro e nanoestruturados, porosos, fibras, compósitos, híbridos e novas formas de carbono. A programação inclui apresentações técnicas, exposição de trabalhos acadêmicos e demonstrações de soluções tecnológicas desenvolvidas em diferentes contextos de aplicação. 

O evento se consolida como um ponto de encontro estratégico entre a pesquisa científica e o setor produtivo, estimulando parcerias e impulsionando avanços tecnológicos em múltiplos segmentos da economia. Os patrocinadores e apoiadores do congresso desempenham papel essencial nesse ecossistema, ao incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e acelerar a transformação de descobertas científicas em soluções reais para a indústria e a sociedade. 

“O Congresso Brasileiro de Carbono reforça o papel estratégico da pesquisa científica nacional e seu impacto direto na competitividade industrial. É um ambiente que estimula colaborações e impulsiona a inovação baseada na ciência”, destaca Guilherme Lenz, presidente da Associação Brasileira de Carbono (ABCarb). E completou: "A 11ª edição do evento marca um novo passo na consolidação do Brasil como referência global no desenvolvimento de tecnologias à base de carbono, com aplicações em saúde, energia, meio ambiente, mobilidade e indústria".

(FONTE: ASCOM CDTN) – COLABORE COM O BLOG – SETE ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE- CONTRIBUA VIA PIX: 21 99601-5849)  

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Falsa contaminação radioativa por césio-137; policiais da reserva e médicos em suposto esquema de fraudes no Tocantins


O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou o Inquérito Civil na última sexta-feira (10/10), para apurar um suposto esquema de fraudes em isenções tributárias concedidas a militares da reserva, entre eles ex-comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, com base em laudos médicos falsos que alegavam contaminação por césio-137, o elemento radioativo envolvido no acidente ocorrido em Goiânia, em 1987. A informação foi divulgada hoje (30/10) pela repórter Elâine Jardim, do Jornal OPÇÃO, do Tocantins. 

A investigação do MPTO , informou a jornalista, começou em 19 de novembro de 2024, após reportagens do Jornal Opção Tocantins, publicadas em outubro e novembro do mesmo ano, que revelaram que oficiais de alta patente do Estado teriam obtido isenção total do imposto de renda e outros benefícios previdenciários, alegando doenças graves supostamente resultantes da exposição ao material radioativo. 

Segundo o inquérito a que a reportagem teve acesso, os militares nunca tiveram contato com o césio-137, nem participaram de missões de socorro na capital goiana. O caso veio à tona após a Operação “Fraude Radioativa”, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás em setembro de 2024, que apontou 134 pessoas envolvidas, incluindo militares de Goiás e do Tocantins, e estimou prejuízos ao erário de mais de R$ 20 milhões em restituições de imposto de renda e processos suspensos. 

Conforme o inquérito da Polícia Civil de Goiás, entre os suspeitos no Tocantins estão cinco ex-coroneis, incluindo Admivair Silva Borges (ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros), Marielton Francisco dos Santos e José Tavares de Oliveira (ex-comandantes-gerais da PM), José Anísio Pereira Braga (ex-corregedor-geral da PM) e Edivan Ribeiro de Souza (ex-comandante da 1ª Companhia Independente da PM e ex-corregedor-geral do Detran). 

O levantamento do Jornal Opção Tocantins indicou que, considerando a aposentadoria de cada coronel da reserva, que atualmente é de R$ 41.408,34, os valores recebidos indevidamente podem ter ultrapassado R$ 5 milhões em outubro de 2024, incluindo restituições retroativas desde 2010, com cada militar recebendo aproximadamente R$ 6.382,09 por mês em benefícios que não teriam direito. 

MEDIDAS - 

A portaria de instauração do MPTO, assinada em 10 de outubro de 2025 pelo promotor Rodrigo Grisi Nunes, titular da 22ª Promotoria de Justiça de Palmas, cita “fatos noticiados” como origem da investigação. O inquérito busca identificar o dano causado ao erário estadual e responsabilizar os beneficiários e eventuais servidores que tenham atuado na liberação das isenções. Foram solicitadas informações à Procuradoria-Geral do Estado (PGE), ao Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros, incluindo: valor total do prejuízo; lista dos militares beneficiados; valores incorporados indevidamente; existência de sindicâncias ou ações de ressarcimento; dados sobre repasses ou compensações à União. Os órgãos têm até dez dias para dar retorno ao MPTO. 

A apuração do MP teve início em 19 de novembro de 2024, com registro de uma “notícia de fato” pelo promotor Vinícius de Oliveira e Silva, e foi reautuado em abril de 2025 antes de ser convertido em inquérito civil. A apuração também investiga improbidade administrativa, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito, além de possíveis danos materiais aos cofres públicos, podendo resultar na devolução dos valores e inelegibilidade dos envolvidos. 

ESQUEMA DE FRAUDES - 

O acidente com o césio-137, em setembro de 1987, causou quatro mortes confirmadas e contaminação de centenas de pessoas. As isenções de imposto de renda são destinadas exclusivamente às vítimas diretas, tornando o suposto esquema de fraudes especialmente grave do ponto de vista moral e jurídico. 

DIREITO DE RESPOSTA - 

No ano passado, o Igeprev-TO afirmou que a restituição do imposto de renda é feita pela Receita Federal, não causando prejuízo ao instituto. O órgão explicou que a isenção de IR é concedida mediante avaliação da Junta Médica Oficial do Estado ou por decisão judicial, como ocorreu com os militares investigados, e que não cabe ao Igeprev investigar eventual fraude nessas decisões. O Jornal Opção chegou a procurar a Receita para comentar o caso, mas não teve retorno. Em outubro do ano passado, o MPTO, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar ainda não haviam iniciado investigações concretas sobre o caso. A defesa dos militares citados não foi localizada pelo jornal. (FONTE: ELÂINE JARDIM – JORNAL OPÇÃO TOCANTINS) -

 MAIOR ACIDENTE RADIOLÓGICO - 


O maior acidente radioativo em área civil do mundo, ocorrido com uma cápsula de césio-137, em Goiânia (GO), completou 38 anos no sábado (13/9/2024), e vale à pena relembrar como se deu a sua descoberta casual,  por um físico natural de Presidente Prudente, interior de São Paulo, que no dia 29 de setembro daquele ano participava de comemoração familiar na cidade, como o Blog já divulgou com exclusividade. O Blog refaz o caminho do acidente conforme relatos preciosos do médico Walter Mendes Ferreira, que há poucos meses foi afastado do cargo de coordenador da unidade de Goiânia, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Depois da reportagem do Blog, ele foi homenageado pelo governo de Goiânia. A homenagem foi divulgada na página oficial da Comissão, que pela primeira vez reconheceu a dimensão da importância dele na história. Na verdade, a atuação de Walter impediu que a tragédia com o césio-137 tivesse desfecho muito pior. 

LEIA NO BLOG A MATÉRIA EXCLUSIVA – 13/09/2024 - Acidente radioativo em Goiânia com césio-137 faz 37 anos. Físico paulista autônomo descobriu por acaso.

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terça-feira, 28 de outubro de 2025

Amianto: André Mendonça pede vistas e atrasa processo pelo banimento, por Fernanda Giannasi

 


“Mais uma vez o Supremo Tribunal Federal (STF) se omite em defender a VIDA: o ministro André Mendonça, pediu vista ontem (27/10)  no julgamento da inconstitucionalidade da lei Caiado, que permite a exploração do cancerígeno amianto goiano para fins de exportação. Isto ocorreu quando já havia cinco votos depositados, confirmando a ilegalidade de tal lei, que se trata de uma aberração jurídica e que confronta diretamente decisão de 2017 do próprio STF, que baniu o amianto do território nacional. É acintoso o pedido de vista em matéria por demais debatida na Suprema Corte do país, deixando claro a quem servem alguns destes ministros. Na prática, o pedido de vista suspende o julgamento por, no mínimo três meses, e joga para as calendas a retomada desta decisão, isto é o fechamento da mina da SAMA, que poderia salvar inúmeras vidas expostas no trabalho da mineração, transporte e a exportação do minério por nossos portos. BANIR O AMIANTO: QUESTÃO DE VIDA OU MORTE!”. 


FERNANDA GIANNASI - 

Auditora fiscal e engenheira civil, a mais atuante e premiada ativista na luta pelo banimento do amianto no Brasil, é uma das fundadoras da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), recebeu vários prêmios como o “Faz a Diferença”, do jornal O Globo, em 2017. 

(FOTOS - ANDRÉ MENDONÇA - STF - FERNANDA GIANNASI - ACERVO ABREA) - 

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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

AXIA Energia é a nova identidade da Eletrobras

 


Uma semana depois de anunciar a venda de sua participação na Eletronuclear, gestora das usinas nucleares, para o grupo J&F, a Eletrobras comunica ao mercado a sua nova identidade: “Eletrobras passa a se chamar AXIA Energia”. E chega como “a maior empresa de energia renovável do Hemisfério Sul, responsável por 17% da capacidade de geração nacional e 37% do total de linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN”).

SEGUNDO O COMUNICADO: 

“A companhia continuará sendo a maior geradora de energia renovável do país e líder na transmissão, com ambição de crescimento inorgânico por meio da participação nos leilões setoriais e resiliência de seus ativos, com um plano que praticamente triplicou o valor de investimentos nos últimos anos. O foco estratégico é o de uma empresa que passa a oferecer a seus clientes e ao mercado uma visão de energia que vai além da commodity, com soluções completas que catalisem resultados e atendam às necessidades de negócio dos clientes. “AXIA Energia representa nossa visão de futuro: uma empresa preparada para os desafios de um mundo em transição, com foco em inovação, performance sustentável e excelência. Buscamos o novo com respeito à história que construímos até aqui. Somos a única empresa capaz de buscar o novo a partir de uma trajetória de grandeza, impacto e engenharia do setor elétrico nacional. Não entregamos apenas megawatts, entregamos energia com propósito. Isso passa por disciplina, inteligência na alocação de capital e excelência organizacional e se ancora em um time de talentos que enxerga o desafio da companhia e do momento do setor”, afirma Ivan Monteiro, presidente da AXIA Energia. Construção da nova marca. O processo de construção da identidade da AXIA Energia começou há cerca de um ano e envolveu entrevistas com públicos estratégicos, pesquisas de opinião e alinhamento com os objetivos de longo prazo da companhia. “AXIA é a expressão de uma transformação profunda. Pela primeira vez, essa companhia atuará em um mercado competitivo, onde será necessário conquistar e manter clientes. Acreditamos que a marca ajuda a acelerar essa transição”, explica Leandra Peres, diretora de Comunicação da AXIA Energia.  “AXIA é também uma forma de honrar o nosso legado, nossas pessoas e uma história única, que nos coloca hoje como a maior empresa de energia renovável do Hemisfério Sul. Só uma empresa que tem o nosso DNA seria capaz de fazer essa mudança a partir de um lugar de tanta potência”, completa. A nova identidade será incorporada gradualmente em todos os canais, comunicações e ativos da companhia, em todas as regiões do país. A capacidade instalada de AXIA Energia é 100% renovável, reforçando o compromisso da empresa com a transição energética. AXIA possui 81 usinas, sendo 47 hídricas, 33 eólicas e uma solar. 

(FOTO: Eletrobras/Axia) – Colabore om o blog – sete anos de jornalismo independente – contribua via PIX: 21 99601-5849 – contato: malheiros.tania@gmail.com

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Exercício simulado de emergência na Fábrica de Combustível Nuclear acontece com a cadeira de presidente da INB em disputa

 


Com a exoneração de Marcelo Xavier de Castro, da presidência da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o governo realiza o exercício simulado de emergência, na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), nesta terça-feira (21/10) até quinta-feira (23/10), pela primeira vez com este cargo vazio. Funcionário da INB, o engenheiro Marcelo foi nomeado para a presidência em agosto, indicado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), para substituir Adalto Seixas, indicado do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mas não esquentou na cadeira, porque Hugo Leal votou contra o governo, na Medida Provisória (MP 1303), visando aumentar a arrecadação.

Fontes do setor comentaram que todos os parlamentares que se posicionaram contra o governo, terão seus apadrinhados desligados de cargos de comando. O diretor administrativo da Nuclebras Equipamentos Pesados (NUCLEP), Marcelo Andreetto Perillo, que teria sido nomeado por outro parlamentar que votou contra a MP 1303, também foi exonerado, informou o repórter Robson Rodrigues do Valor Econômico. 

Já o presidente interino da Eletronuclear, Sinval Zaidan Gama, comunicou esta semana a sua renúncia aos cargos de presidente interino e diretor técnico da empresa, por motivos de ordem pessoal. Segundo nota da empresa - agora também sob o comando da J&F, Sinval apresentou a renúncia na segunda-feira (13/10), mas somente no dia 17/10 foi divulgada. Até o momento os três cargos continuam vagos e a disputa para ocupá-los aumenta todo o dia. 

(FONTES – VALOR ECONÔMICO jornalista Robson Rodrigues, de SP;  – ELETRONUCLEAR – INB)- Colabore com o blog – sete anos de jornalismo independente – contribua via pix: 21 9960105849

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Fiscalização em barragens, pilhas de rejeitos e ações contra garimpos ilegais estão prestes a parar, alerta a ANM

 


A fiscalização em barragens, pilhas de rejeitos e empreendimentos de mineração, além de ações contra garimpos ilegais está prestes a ser paralisada este mês. O alerta é da Agência Nacional de Mineração (ANM) que acaba de enviar comunicação oficial aos ministérios que compõe a Junta Executiva Orçamentaria do Governo Federal informando que não dispõe de recursos suficientes para garantir a continuidade de suas atividades legais a partir deste mês de outubro de 2025. 

O documento, referente ao Processo nº 48051.008972/2025-30, descreve um cenário de colapso orçamentário que compromete a execução de fiscalizações, a gestão do setor mineral e a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

A ANM registra bloqueio de R$ 5,9 milhões em seu orçamento e déficit adicional de R$ 3,2 milhões em despesas a reconhecer, o que inviabiliza deslocamentos de equipes, pagamento de contratos e manutenção de sistemas críticos. Entre os impactos diretos, estão a suspensão de fiscalizações em barragens, pilhas de rejeitos e empreendimentos de mineração; paralisação de ações contra garimpos ilegais; e redução estimada de até 18% na arrecadação anual da CFEM — o que representa cerca de R$ 900 milhões a menos para a União, estados e municípios.

No documento, a diretoria alerta que o quadro ameaça a capacidade institucional da autarquia e pode levar à suspensão de novos processos minerários, diante da impossibilidade de atendimento às demandas do setor regulado. O ofício solicita o desbloqueio dos valores contingenciados e a suplementação orçamentária urgente, reforçando que a falta de estrutura financeira compromete o cumprimento das obrigações legais e regulatórias da ANM.

A entrada de 250 novos servidores “veio trazer alivio” a parte dos processos de trabalhos da instituição “Porém sua ambientação, compra de novos equipamentos e mobiliário e capacitação não veio acompanhada  de implemento orçamentários, o que gerou um gasto superior da ANM, criando a situação de alto valor de recursos em reconhecimento de dívida”.   

É a ANM que fiscaliza as barragens com material radioativo de Caldas (MG) que várias vezes correu o risco de rompimento, segundo as autoridades locais. As barragens são de responsabilidade da Indústrias Nucleares do Brasil INB), que mantém no local instalações de material radioativo, herança da ditadura militar. 

(FOTOS: INB - BLOG) –

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