Continua o mistério sobre o desaparecimento de duas ampolas com 8 gramas cada de urânio enriquecido armazenadas em uma sala sem condições de segurança, na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município de Resende (RJ), conforme o BLOG divulgou ontem (16/8) com exclusividade. A sala de origem onde estavam inicialmente um total de 17 ampolas, é totalmente inapropriada: não possui câmeras, nem sistema de segurança para monitorar o ambiente, facilitando a ação criminosa. O desaparecimento foi constatado por um empregado da empresa no momento da transferência para outro local.
Nesta quinta-feira (17/8), a direção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), se reuniu com técnicos da INB, exigiu uma série de explicações, mas a Comissão não pode multar a empresa, pois não tem esta atribuição legal. A atribuição caberá à Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), criada em 2021, que não saiu do papel. A INB tenta amenizar o problema do desaparecimento das ampolas, mas especialistas do setor criticaram a empresa que visa expandir o enriquecimento de urânio e a abertura de minas “numa desorganização constante como esta do sumiço de material tão importante”, comentaram.
A INB divulgou nota sobre o caso, com informações já divulgadas ontem pelo BLOG.
Eis a nota:
“Em referência ao noticiário recente veiculado na imprensa, a Indústrias Nucleares do Brasil – INB esclarece que, após uma transferência interna entre áreas de armazenamento na Fábrica de Combustível Nuclear – FCN, em Resende/RJ, realizada em julho, foi detectada pela inspetoria residente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) a ausência de dois tubos contendo amostras testemunho de hexafluoreto de urânio (UF6). A empresa destaca que os tubos possuem massa de aproximadamente 8 gramas de UF6 cada um e que, em relação aos riscos radiológicos, a liberação parcial ou total do conteúdo dos dois tubos não acarreta danos à saúde de um indivíduo do público em geral ou de um indivíduo ocupacionalmente exposto. Seguindo os protocolos de salvaguarda, a CNEN foi formalmente comunicada e acompanha as ações em andamento no âmbito da empresa. A INB vem concentrando todos os seus esforços para a localização das amostras, com atuação das equipes de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares, Proteção Física, Proteção Radiológica e Operação e Manutenção da Planta Química. A INB informou o evento ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR) e à Polícia Federal. A empresa instaurou processo administrativo e busca identificar melhorias para que eventos como este não voltem a ocorrer. Sobre as amostras - Cada cilindro de urânio utilizado na produção dos elementos combustíveis para as recargas das usinas de Angra tem armazenada uma amostra, denominada amostra testemunho. Esta amostra passa a integrar o inventário físico de material nuclear, verificado durante inspeções das agências internacionais (Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA e Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares - ABACC).
FOTO: FCN –
COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO
INDEPENDENTE – CONTRIBUA COM O NOSSO TRABALHO – FAÇA UM PIX – 21 996015849. CONTATO: malheiros.tania@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário