Servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), responsáveis por vistorias em barragens, como em duas instalações com problemas no Planalto de Poços de Caldas (MG), podem retomar na terça-feira (4/7) a greve realizada esta semana (de 27 a 29/6), contra o sucateamento do órgão. “Com o sucateamento da ANM, a questão não é se teremos outra tragédia envolvendo rompimento de barragem, mas quando”, alerta Ricardo Peçanha, diretor da Associação dos Servidores da Agência Nacional de Mineração (ASANM).
A greve poderá acontecer novamente porque não houve retorno do governo federal às reivindicações dos servidores. A paralisação total, que pede a reestruturação da ANM, a abertura de novos concursos e a equiparação salarial frente às outras agências reguladoras, terminou hoje. A partir de amanhã, apenas serviços considerados essenciais, como o de segurança de barragens, serão retomados.
MARIANA E BRUMADINHO -
A ANM é responsável por regular e fiscalizar todos os mais de 125 mil empreendimentos de mineração em operação no país – entre eles as barragens de rejeitos como as que romperam em Mariana (MG), em 2015, e Brumadinho (MG), em 2019, deixando centenas de mortos e causando prejuízos ambientais irreparáveis.
MOMENTO CRÍTICO -
De acordo com Ricardo Peçanha, a agência enfrenta atualmente um dos momentos mais críticos da sua história, operando com o menor contingente de servidores dos últimos 50 anos. “São mais de 125 mil empreendimentos para apenas 664 servidores. Com o efetivo atual da ANM, seriam necessários mais de 36 anos para fiscalizar todas as áreas de mineração no Brasil”, disse Peçanha.
OUTRA TRAGÉDIA -
“Nesse contexto de sucateamento e completo abandono da ANM, a questão não é se teremos outra tragédia envolvendo rompimento de barragens, por exemplo, mas quando. Esse é um alerta que estamos fazendo há muito tempo e que tem sido reiteradamente ignorado pelo governo federal”. Os servidores informaram que farão nos próximos dias atos de protesto no Congresso, na praça dos três poderes e nas unidades regionais da ANM espalhadas por todo o país.
“Não se trata da luta de um sindicato, ou de uma categoria, o fortalecimento da Agência Nacional de Mineração vai beneficiar todos os brasileiros, porque significará um maior controle de barragens, um combate mais rigoroso e efetivo ao garimpo ilegal e a defesa do meio ambiente e dos nossos recursos minerais. Fortalecer a ANM é fortalecer o Brasil”, finalizou Ricardo Peçanha.
FONTE/FOTO: DIVULGAÇÃO ASANM –
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