sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Presidente da INB admite que acusada de racismo e transfobia é sua amiga e madrinha de casamento

 


O Presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Carlos Freire Moreira, admitiu, em audiência à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, anteontem (30/11), que a funcionária em cargo de confiança, Claudia Rangel Guimarães, investigada por denuncia de racismo e homofobia, é sua amiga e madrinha de casamento, e que vai aguardar o resultado das investigações. 

A Comissão pretendia esclarecer, em audiência pública,  as graves denúncias de racismo e transfobia feitas por Claudia contra um candidato aprovado em concurso, inicialmente recusado pela acusada, conforme denúncia publicada pelo blog no dia 27 de setembro: “Racismo e transfobia provocam indignação nas Indústrias Nucleares do Brasil em Resende”, é o título da matéria. Nos dias seguintes, outras matérias foram divulgadas no Blog e na mídia em geral. 

“Negro e veado” traria “vergonha à empresa” foi a justificativa da funcionária para tentar adiar a contratação do profissional aprovado em concurso público. 

Claudia foi afastada temporariamente, porque responde a sindicâncias contra ela. Na época, foram gravados vídeos com a Claudia desafiando as práticas contra o racismo. Não havia mais condições de Claudia permanecer na INB, porque o vídeo foi amplamente divulgado nas redes sociais, após a denúncia do BLOG. A realização da audiência foi solicitada pelo deputado Áureo Ribeiro, do Solidariedade/RJ. 

Foi o vice-presidente do Sindicato dos Mineradores de Brumado e Microrregião, Lucas Mendonça, que formalizou a denúncia de racismo e transfobia contra a Claudia - que ocupava o cargo de chefia da Gerência de Comunicação Institucional da INB - junto à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADIP) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro. 

Funcionários que presenciaram as ofensas, inclusive negros, fizeram a denúncia à Ouvidoria e ao Conselho de Ética, além da diretoria de finanças e administração, mas foi em vão.  Houve prevaricação. Segundo Mendonça, o crime de racismo e transfobia vinha sendo mantido em sigilo pela empresa, mas já se tornara público entre os empregados que estão indignados. 

O caso ocorreu dentro da Unidade da INB, em Resende, na Rodovia Presidente Dutra KM 330 – em Engenheiro Passos. 

No dia 28 de setembro, o blog publicou: “INB confirma denuncia de racismo e transfobia praticados contra profissional negro transgênero. “A INB “não coaduna com nenhum ato de discriminação de gênero, identidade sexual, raça e etnia, condição física, classe social, procedência geográfica, estado civil, idade, religião, cultura e convicção política”, informava a empresa. E acrescentava: “Este princípio basilar está fixado no Item 2.1.2 do Código de Ética, Conduta e Integridade da empresa”. O BLOG publicou outras matérias sobre o caso. 

Funcionários da INB estão revoltados também com as regalias a uma outra funcionária, com cargo de confiança e salário de R$ 23 mil, que pouco aparece na empresa, pois comanda uma loja, no bairro do Leblon. E que seria casada com um outro funcionário afastado da INB. 

FOTO: INB – RESENDE – 

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