sexta-feira, 22 de julho de 2022

Produção de radiofármacos, enriquecimento de urânio, acidentes radioativos e ações terroristas estão entre os temas de debates da SBBN na reunião anual da SBPC

 


A Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN) participa da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá em formato híbrido e presencial de 24 a 30 deste mês de julho na Universidade de Brasília (DF) e também por canais do YouTube da SBPC e de sociedades que promovem atividades virtuais. É um dos eventos mais importantes na área da ciência, promovendo cerca de 200 atividades. Veja a agenda no site da SBBN.

A mesa redonda “Emergências radiológicas: um sistema de resposta para acompanhamento de radioacidentados” terá a presença dos renomados médicos Nelson Valverde, Alexandre Maurmo e Maria Paula Curado que serão apresentados pelo físico Ivan Salati. Será realizada na próxima sexta-feira (29/7), com transmissão pelo canal da SBBN no Youtube. 

Segundo a SBBN, na mesa serão tratados vários temas de relevância para o País. Eis um resumo: “O Brasil domina o ciclo do combustível nuclear e opera dois reatores nucleares de potência em Angra dos Reis, RJ; plantas de enriquecimento de urânio nas Indústrias Nucleares do Brasil em Rezende, RJ e instalações da Marinha na cidade de São Paulo e em Aramar, SP; quatro reatores de pesquisas em SP, MG e RJ, e cerca de quatro mil instalações que utilizam fontes radioativas em medicina, indústria e laboratórios de pesquisas. O transporte de materiais radioativos importados ou produzidos no país alcança os principais aeroportos e rodovias com grande fluxo”. 

Também entram em debate temas como "o planejamento e o preparo para a resposta à exposição não desejada a material radioativo assume importância cada vez maior no cenário global, com ampla visibilidade mundial, como nos eventos públicos de massa, nos quais há a possibilidade de utilização terrorista ou criminosa de agentes nucleares ou radiológicos”. 

A SBBN reitera que é “essencial existir um Sistema de Resposta Médico-Hospitalar estruturado de forma articulada com diferentes organizações que, de acordo com as suas especificidades e mandatos, possam contribuir para uma intervenção coordenada e sistêmica”. Em emergências radiológicas, informa, “além da atuação do setor Saúde no desenvolvimento de ações de vigilância em saúde e no monitoramento ambiental e epidemiológico, é indispensável haver condições para a assistência médica (pré-hospitalar e hospitalar) às pessoas expostas, sob a forma de um sistema específico com esse objetivo, valendo-se dos recursos e estruturas já existentes para a atuação convencional da Saúde, com algumas adaptações”. 

Na próxima terça-feira (26/7), o evento terá mesa presencial, no campus Darcy Ribeiro da universidade de Brasília (DF). O tema a ser debatido será “A política para radiofármacos no Brasil, qualificação de profissionais e investimento em nivação”. 

Radiofármacos são medicamentos usados para realizar exames de imagens, para diagnosticar doenças neurodegenerativas e neoplasias, por exemplo, ou para tratamento de algumas como tireoide, tumores de próstata resistentes à castração, tumores hepáticos, entre outras. 

A SBBN relembra que a política para radiofármacos tem sofrido alterações importantes, tanto em relação ao monopólio da produção de radioisótopos como as regulamentações da Anvisa, relativas aos fármacos. No evento, será discutido o impacto do marco regulatório atual para a produção, distribuição e comercialização no país, principalmente para os pacientes SUS. 

“O desenvolvimento de novos radiofármacos exige não somente produção de radioisótopos, mas também o investimento na translação da pesquisa pré-clínica para a clínica e demanda instalações, equipamentos e recursos humanos qualificados”. E reitera que a simples substituição de importação de produtos já utilizados em outros países, através de adaptação de processos existentes, não representa inovação. 

A SBBN alerta mais uma vez: “Para a verdadeira independência da área, sugere-se investimento em grupos de pesquisas em universidades e em institutos da CNEN, com editais para laboratórios de radioquímica, bioquímica e farmácia. É indispensável a democratização desses procedimentos médicos, pois, até o momento, 75% são realizados na rede privada e 70% são concentrados nas regiões Sudeste e Sul”. 

FOTO: Unidade de enriquecimento de urânio (ARAMAR-SP) - 

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Um comentário:

  1. Que bom que o blog da Tania Malheiros divulgou a reunião anual da SBPC. Evento importantíssimo do qual participei diversas vezes como jornalista da área de Ciências. Parabéns, Tania, por seu trabalho.

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