quarta-feira, 13 de outubro de 2021

INB negocia com empresa, na Alemanha, compra de contêineres para transporte de combustível nuclear

 


A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) está negociando com representantes da empresa Framatome, nas cidades de Frankfurt e Erlangen, na Alemanha, a compra de contêineres para transporte de combustível nuclear; e contratação de uma linha de produção de grades espaçadoras a ser instalada em sua unidade, no município de Resende. Quais combustíveis serão transportados e para onde? E quanto custará a contratação da linha de produção? Quais os valores dos negócios? Por que o Brasil ainda é dependente dessas tecnologias? 

Técnicos da INB têm reuniões agendadas na Alemanha no período de 18 a 24 próximos.  Estará na mesa de negociação a análise da “causa raiz” referente à corrosão encontrada nos tubos de combustíveis (urânio enriquecido) da usina Angra 2, conforme o blog revelou em junho de 2020. 

A causa da oxidação (corrosão) e a responsabilidade pelo problema, além do prejuízo aos cofres brasileiros, são questões nunca reveladas. 

Embora a INB tenha finalizado a produção dos elementos combustíveis para Angra 2, que tem uma parte sob a responsabilidade da Fromatome, a corrosão foi detectada no momento da troca, em junho do ano passado. Para evitar que Angra 2 precisasse permanecer desligada, a Eletronuclear, gestora, com a INB, decidiram utilizar o combustível (urânio enriquecido) que teria sido produzido para Angra 3, também alemã, que estava com as obras paradas desde 2015. Se Angra 3 estivesse em operação, usando o combustível, qual seria a opção para evitar a paralisação de Angra 2? 

GRADES ESPAÇADORAS - 

A montagem dos elementos combustíveis para as usinas nucleares envolve um processo complexo. As pastilhas de urânio são empilhadas em varetas de uma liga super resistente, o zircaloy, informa a INB. Um conjunto destas varetas, mantidas rigidamente por grades espaçadoras, forma o elemento combustível. As usinas Angra 1 e Angra 2 são abastecidas por dois combustíveis diferentes, ambos fabricados pela INB. 

Um elemento combustível permanece no reator durante três ciclos, ou seja, aproximadamente três anos. Após este período eles são armazenados dentro das usinas, nas piscinas de combustíveis usados. A usina Angra 1 (tecnologia Westinghouse), utiliza 121 elementos combustíveis com quatro metros de comprimento, cada um contendo 235 varetas rigidamente posicionadas em uma estrutura metálica, formada por 10 grades espaçadoras, uma grade protetiva, 20 tubos guias e mais um tubo de instrumentação; e dois bocais, um inferior e um superior. 

Na usina Angra 2 (tecnologia Siemens) são utilizados 193 elementos combustíveis com cinco metros de comprimento, cada um com 236 varetas rigidamente posicionadas em uma estrutura metálica, formada por nove grades espaçadoras, uma grade protetiva, 20 tubos guias e dois bocais, um inferior e um superior. 

FOTO: Elementos Combustíveis – Espaçadores – INB – 

Este blog faz JORNALISMO INDEPENDENTE. A sua colaboração é muito importante para a manutenção do trabalho iniciado em 2018. Agradecemos a contribuição. PIX: 21 99601-5849.

 

2 comentários:

  1. Parabéns Tânia! grata pelas infos importantes.

    estamos de olho na INB.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada por comentar! A sua participação é muito importante.

    ResponderExcluir

Em destaque

Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear - Editora Lacre

O livro “Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear”, da jornalista Tania Malheiros, em lançamento pela Editora Lacre, avança e apr...