A Petrobras informou nesta sexta-feira (01/02) que está trabalhando no detalhamento do Plano de Ação de Resposta à Emergência, específico para atuação nas consequências de incêndio, como o ocorrido domingo (27/01) em sua instalação "Terminal Industrial e Multimodal da Serra", em Vitória (ES). Segundo a Petrobras, o plano está em fase final de consolidação para protocolo e aprovação junto a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). “O incêndio atingiu a tenda de lona onde era guardado o Material Radioativo de Ocorrência Natural (NORM), rompendo tambores nos quais estava armazenado, sendo derramado no chão de cimento”, informou a Comissão.
De acordo com o trabalho feito pelos técnicos, a medição não
apresentou valores acima dos níveis permitidos. Também foram coletadas amostras
de água e solo para serem analisadas em laboratório. Servidores da Diretoria de
Radioproteção e Segurança (DRS) e do Instituto de Radioproteção e Dosimetria
(IRD), da CNEN, realizaram ainda levantamento radiométrico no entorno da área
afetada. A Comissão informou, ainda, que continuará acompanhando o desdobramento
dessa ocorrência.
Petrobrás responde ao Blog:
O Plano de Ação de Resposta à Emergência é específico para
atuação nas consequências do incêndio ocorrido, logo, não havia como ser
elaborado previamente, nem tão pouco é previsto na legislação para a operação
normal. Desde a ocorrência do incêndio, a Petrobras já vinha trabalhando no
detalhamento deste plano, que se encontra em fase final de consolidação para
protocolo e aprovação junto à CNEN.
O que é material
radioativo de ocorrência Natural (NORM)
O paradoxo da radiação (Leonam dos Santos Guimarães)
Publicado originalmente em 10 de setembro de 2010
A radioatividade natural existe na Terra desde que o planeta se formou. São cerca de 60 radionuclídeos presentes na natureza. Eles são encontrados no ar, água, solos, rochas e minerais, bem como nos alimentos e no nosso próprio corpo. Cerca de 90% desta radiação ambiental provem de fontes naturais, sendo a maior delas o gás radônio. Alguns locais no mundo, chamados de Áreas de Alta Radiação de Fundo, High Background Radiation Áreas ( HBRAs) têm, anomalamente, altos níveis de radiatividade naturais, muito superiores à média do planeta.
O paradoxo da radiação (Leonam dos Santos Guimarães)
Publicado originalmente em 10 de setembro de 2010
A radioatividade natural existe na Terra desde que o planeta se formou. São cerca de 60 radionuclídeos presentes na natureza. Eles são encontrados no ar, água, solos, rochas e minerais, bem como nos alimentos e no nosso próprio corpo. Cerca de 90% desta radiação ambiental provem de fontes naturais, sendo a maior delas o gás radônio. Alguns locais no mundo, chamados de Áreas de Alta Radiação de Fundo, High Background Radiation Áreas ( HBRAs) têm, anomalamente, altos níveis de radiatividade naturais, muito superiores à média do planeta.
A geologia e geoquímica das rochas e dos minerais encontrados
nessas áreas têm a maior influência na determinação de onde está alta radiação
natural aparece. HBRAs extremas são encontradas principalmente em regiões
tropicais, áridas ou semiáridas, como Guarapari (Brasil), sudoeste da França,
Ramsar (Irã), partes da China e Costa do Kerala (Índia). Em certas praias do
sudeste do Brasil, especialmente no sul do estado do Espírito Santo, os
depósitos de areias monazíticas são abundantes.
Os níveis de radiação externa nas
areias da praia negra correspondem a quase 400 vezes o nível normal de radiação
de fundo no mundo. Estas areias da costa brasileira têm vários minerais
radioativos, dentre eles monazita, zircônio, torianita e columbita-tantalita,
bem como minerais não radioativos, incluindo ilmenita, rutilo, pirocloro e
cassiterita.
No sudoeste da Índia, ao longo dos
570 km de extensão da costa do estado de Kerala, há também grandes jazidas de
areias ricas em monazita, com elevada radiação natural. Os depósitos de
monazita são ainda maiores do que aqueles encontrados no Brasil, mas a dose externa
de radiação é, em média, semelhante às verificadas em nosso país.
Ramsar, uma cidade no norte do Irã,
tem os mais altos níveis de radiação natural no mundo. Exposições tão elevadas
como 260 mGy/ano já foram registrados em Ramsar. A unidade de radiação ionizante
utilizada aqui, grays por ano, corresponde a 1 Joule de energia transferida a 1
kg de tecido vivo (o miligray, mGy, que é um milésimo de gray, é mais comumente
usado). Uma exposição de corpo inteiro a uma dose uniforme de 3-5 Gy mataria
50% dos organismos vivos expostos num período de 1 a 2 meses.
A característica mais interessante em
todos estes casos é que estudos epidemiológicos mostram que as pessoas que
vivem nestes locais HBRAs não parecem sofrer qualquer efeito adverso sobre a
saúde como resultado de suas exposições elevadas à radiação. Pelo contrário, em
alguns casos os indivíduos que vivem nestas HBRAs parecem ser ainda mais
saudáveis e viver mais do que aqueles em locais de controle que não são
classificados como HBRAs. Estes fenômenos colocam muitas questões intrigantes
para os geólogos, físicos e médicos.
Texto
extraído do site da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), creditado
a Leonam dos Santos Guimarães, presidente da Eletronuclear/ Portal do Meio
Ambiente (Rede Brasileira de Informação Ambiental - Rebia)
Justo o que eu procurava sobre levantamento radiometrico. Muito obrigada
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