O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais um ano de sobrevida para a indústria do amianto, a Sama, do Grupo Eternit, no Estado de Goiás, explorar o cancerígeno amianto, que já havia sito banido de todo o território nacional. O ministro contradisse decisões do colegiado do STF, proibindo a exploração do mineral, nocivo à saúde e vida de brasileiros. O amianto, conhecido como fibra assassina, já foi considerado pelo Senado francês “a catástrofe sanitária do século XX”, lembrou a auditora fiscal Fernanda Giannasi, fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA).
De acordo com informações do STF, trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, tendo por objetivo a Lei estadual 20.514/2019, “que autoriza para fins exclusivos de exportação, a extração e o beneficiamento o amianto da variedade crisotila no Estado de Goiás".
Enquanto o STF prolonga a exploração da fibra mineral cancerígena no Brasil, por mais um ano, no mínimo, na quinta-feira (8/6) um Tribunal Italiano sentenciou o bilionário suíço Stephan Schmidheiny, ex-dono da multinacional ETERNIT, a 12 anos de prisão, após condená-lo sob a acusação de homicídio culposo agravado, relacionado à morte de centenas de pessoas por exposição ao amianto, lembrou Giannasi.
TRAGÉDIA EM OSASCO -
O caso do amianto é tão grave que no final do ano passado a Prefeitura de Osasco, em São Paulo, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (SETRE), em parceria com a ABREA, inaugurou um memorial em homenagem às vítimas do cancerígeno amianto. Delegações nacionais e internacionais participaram do evento. O memorial tem um painel com o nome de mais de 600 pessoas que morreram em virtude da exposição ao amianto.
Além da Árvore-Pulmão, com sete metros de altura, o Memorial terá um painel com o nome de mais de 600 pessoas que morreram em virtude da exposição ao amianto. “Nesta tragédia do amianto, os obreiros entregavam inocentemente o seu cotidiano ao trabalho, que acreditavam estar garantindo o seu sustento e de suas famílias e, por conseguinte, a vida. A cada dia, entretanto, estavam sendo lentamente envenenados. Esta contradição cruel é o que a Árvore-Pulmão expressa”, lembrou Hermusch.
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