sexta-feira, 3 de junho de 2022

Cerca de 7.400 litros de rejeitos radioativos, incluindo de um navio de 1950, da Marinha, foram armazenados este ano no CDTN, em MG

 




Cerca de 7.400 litros de rejeitos e de fontes radioativas, fora de uso, estão armazenados no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em Belo Horizonte (MG), desde o início do ano. O CDTN recebeu também rejeitos de um navio da década de 50, descomissionado pela Marinha Brasileira, que retirou da embarcação tinta de trítio (raro isótopo de hidrogênio radioativo) e um elemento radioativo. A Marinha não informou o nome e a história do navio, nem qual foi o material radioativo retirado do navio. O material do navio chegou ao CDTM em abril. Foram 14 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos. 

Os rejeitos armazenados são derivados de diversas aplicações da energia nuclear, informou o CDTN. Outros quatro tambores de 200 litros também foram recebidos procedentes do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO/CNEN), com detectores de fumaça e para-raios radioativos. O CDTN recebeu ainda 19 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos sólidos provenientes do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN). 

“O recebimento de rejeitos radioativos no CDTN é uma das atribuições legais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e também envolve atividades de tratamento e acondicionamento dos materiais, posteriormente armazenados de forma segura nas instalações do Centro, aguardando alternativas para deposição final no país”, informou a entidade. O material está armazenado no Depósito de Rejeitos Tratados e Fontes Fora de Uso – DFONTE, construído em 1995. 

DEPÓSITO DEFINITIVO: ACORDO COM A FRANÇA - 

Conforme o BLOG anunciou no dia 27 de outubro de 2020, em entrevista exclusiva com a engenheira nuclear do CDTN, Clédola Cassia Oliveira de Tello, o CDTN/CNEN, realiza projeto para implantação da instalação de deposição dos rejeitos radioativos de baixa e média níveis de atividade, com participação da empresa Francesa Agence Nationale pour la gestion des Dechets Radioactifs (ANDRA). 

“Diversos países possuem empresas públicas que têm a responsabilidade da gerência dos rejeitos radioativos, incluindo a deposição. Na França, a gerência de rejeitos radioativos está a cargo da empresa ANDRA, que foi responsável pela construção de dois repositórios, L’Aube e CIRES, na França e colaborou e colabora com a construção de outros em países da Europa e da Ásia. Uma vez que o conceito selecionado para o nosso repositório, conforme recomendado pelas normas brasileiras, é semelhante ao de L’Aube, e tendo ANDRA experiência comprovada na área, ela foi contratada para a elaboração do projeto conceitual. Este projeto está pronto e terá sua versão final tão logo se tenha o local para a construção do repositório”, comentou Clédola na época.

 O CDTN reiterou para o blog nesta sexta-feira (3/6) a continuidade da participação da ANDRA. 

“Este Repositório armazenará os rejeitos radioativos tratados provenientes da utilização da energia nuclear no Brasil nos campos da indústria, medicina, pesquisa, geração de energia e meio ambiente, bem como do descomissionamento de instalações radioativas e nucleares”. 

E mais: “Prevê-se um período de operação da instalação de 60 anos e de vigilância, após seu fechamento, de 300 anos. O conceito da instalação foi desenvolvido com o apoio da empresa francesa de gestão de rejeitos radioativos ANDRA e a seleção do local para sua instalação se encontra em andamento”, finalizou o CDTN. 

FONTES DE INFORMAÇÃO: EM FOCO/MARINHA e CDTN – 

FOTO: CDTN/CNEN. 

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