terça-feira, 2 de novembro de 2021

Angra 2 continua desconectada do sistema interligado nacional. Qual é a raiz do problema?

 


O desarme do conjunto turbogerador, que desconectou Angra 2, do Sistema Interligado Nacional (SIN), no último dia 29/10, foi provocado pela atuação automática de um circuito de proteção do gerador elétrico principal. A informação é da Eletronuclear, que a partir de agora deverá informar o que provocou a mencionada atuação automática, que teria sido a raiz do problema.  

A previsão é de que Angra 2 seja reconectada ao SIN até domingo (7/11). 

“O evento não apresentou qualquer risco à segurança da usina, aos trabalhadores da empresa, à população ou ao meio ambiente”, segundo a companhia. Na segunda-feira (01/11), a estatal informou que seus técnicos haviam identificado as causas da falha no gerador elétrico principal de Angra 2 e iniciaram os reparos necessários para o retorno da unidade ao SIN. A questão, segundo especialistas precisa ser mais detalhada. 

ELEMENTOS COMBUSTÍVEIS TRANSFERIDOS - 

A parada mais recente de Angra 2 (29/10) ocorreu dois dias depois (27/10) da conclusão da transferência dos combustíveis usados (urânio) da usina para a Unidade de Armazenamento a Seco (UAS). A atividade de transferência foi iniciada em abril e interrompida por conta do reabastecimento da usina em junho, sendo retomada em seguida. Assim, a estatal começou a retirar combustíveis usados da piscina de Angra 2, que chegou ao limite de sua capacidade, abrindo espaço para os que foram descarregados do reator durante a parada. 

CORROSÃO EM TUBOS - No dia 10 de julho de 2020, a Eletronuclear confirmou a informação divulgada pelo BLOG, sobre problemas ocorridos durante o reabastecimento de combustível (urânio), em Angra 2, que havia sido desligada no dia 22 de junho. Durante a inspeção foi detectada, uma oxidação (corrosão) inesperada no revestimento dos tubos que contém as pastilhas de urânio enriquecido, nos elementos combustíveis da usina. (VEJA AS FOTOS DA CORROSÂO). Os elementos combustíveis são de responsabilidade da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da francesa Fromatome, que também opera na Alemanha. Até hoje nenhuma informação foi divulgada sobre as causas e responsabilidades pelo problema, que deixou a usina parada quase um mês além do tempo previsto. Na semana passada, técnicos da INB viajaram à Alemanha para reuniões com a Fromatome. Na pauta, provavelmente, a corrosão, mais de um ano depois de o problema ter sido revelado. 

Angra 2 é a primeira usina do pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado pelo presidente Ernesto Geisel em 1975. 


A usina começou a ser construída em 1984 e entrou em operação comercial em 2001. FOTO: Detalhes da Oxidação - Usina ANGRA 2 – 

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