O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu homologar integralmente os termos do acordo firmado entre a União e a Axia (ex-Eletrobras) no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.385, sobre a governança da companhia. A homologação marcou a saída da ex-estatal da energia nuclear, era aguardada para que o governo possa avançar com processos ainda pendentes, como uma emissão de debêntures de R$2,4 bilhões que ajudará financeiramente a Eletronuclear, praticamente quebrada, com dívidas bilionárias.
Um dos maiores desafios é a manutenção do programa para prorrogar por mais 20 anos a vida útil de Angra 1, decisivo para o governo.
E a divida de R$ 6,4 bilhões da Eletronuclear com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF) por conta de empréstimos para Angra 3? Segundo um especialista da área nuclear, a solução será renegociar as dívidas para pagar depois, se a usina for concluída.
OS VOTOS
O placar foi de seis votos para a homologação integral, contra quatro que votaram para validação apenas o trecho referente aos assentos da União nos conselhos da Axia. Houve unanimidade no plenário para julgar a representação parcialmente procedente, declarando como constitucional o trecho da Lei de Desestatização da Eletrobras que era questionado na ação, considerado o ajuste feito pelo acordo.
O acordo também marcou a saída da Axia do negócio de energia nuclear, desobrigando a empresa de novos investimentos em projetos como o de Angra 3 e permitindo a venda da participação minoritária da empresa na estatal Eletronuclear, que opera as usinas Angra 1 e Angra 2, desde que autorizado pela ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, controlada pela União através do Ministério de Minas e Energia).
Na prática, os termos do acordo já se tornaram realidade, com a Axia incluindo em seu conselho três indicados da União e tendo vendido sua fatia na Eletronuclear para o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
FUNDO DE DESCOMISSIONAMENTO -
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(Foto: Eletronuclear) –
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