Será divulgado nesta sexta-feira (23/7) o nome da empresa ou do consórcio que irá levantar Angra 3 e realizar a parte da montagem eletromecânica da usina nuclear, projeto que envolve um total de investimentos de cerca de R$ 27,11 bilhões, dos quais R$ 17 bilhões serão ainda aplicados, até 2026, data prevista para a inauguração da unidade atômica.
A Eletronuclear fará a análise dos documentos apresentados pelo primeiro colocado na licitação. Caso não haja problema com a documentação, o nome da empresa será divulgado. Mas se alguma irregularidade for encontrada na documentação, a companhia que estiver na segunda colocação será, igualmente, chamada.
O edital para a retomada das obras foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 25 de fevereiro (25/2/2021).
CONSÓRCIO BELGA E ESPANHOL -
No mês passado (29/6), o consórcio belga Angra Eurobras NES, formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda (líder), Tractebel Engineering S.A, e Empresários Agrupados Internacional S.A, - (empresa espanhola de engenharia), venceu a concorrência para a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras. O contrato foi assinado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com modelo proposto pelo BNDES, as obras serão retomadas por meio de EPC (Engineering, Procurement and Construction), modalidade de contratação de serviços de engenharia na qual a construtora contratada ficará responsável ”não só pela execução da obra em si, mas também por eventuais complementos ao projeto de engenharia e pela compra dos materiais e equipamentos necessários à finalização da obra”.
Angra 3 poderá ter um ou mais contratos de EPC, dependendo das recomendações técnicas a serem feitas pelo consórcio. Na época, a superintendente da Área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, Lidiane Delesderrier, informou que o Angra Eurobras NES será responsável também por assessorar a contratação das construtoras.
“Esse cenário vem mudando desde julho de 2019, com o Decreto Presidencial 9.915/2019, que qualificou Angra 3 no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e criou um Comitê Interministerial (CPPI) para acompanhar a elaboração do modelo de negócio da usina. Depois de o CPPI aprovar esse modelo para a nova usina, a Eletrobras aprovou o Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (Afac), no valor de R$ 1,252 bilhão.”, informa a Eletronuclear.
USINA 100% DIGITAL -
Angra 3 vai gerar mais de 10 milhões de MWh por ano, energia suficiente para atender aproximadamente 6 milhões de residências. Será a primeira usina nuclear 100% digital no Brasil.
Angra 3 foi comprada no pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado pelo general Ernesto Geisel, em 1975. As obras da usina começaram em 1984, sempre em ritmo lento.
A última paralisação das obras ocorreu em 2015, após denúncia de corrupção feita pela operação Lava-Jato, que culminou com a prisão do então presidente da Eletronuclear, contra-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso na ocasião.
A própria Eletrobras divulgou o caso e informou, na época, estar realizando investigação independente para apurar a denúncia. Informou também estar comunicando todas as apurações à Justiça. Nada mais foi informado sobre o caso.
OUTRAS USINAS -
Em paralelo à retomada da construção de Angra 3, a Eletronuclear vem desenvolvendo uma série de ações para viabilizar a construção de futuras usinas nucleares no país, de acordo com o Plano Nacional de Expansão de Energia do governo federal.
O estudo considera um mínimo de quatro e um máximo de oito
novas usinas de geração nuclear em operação até o ano de 2050, com uma
capacidade instalada entre 8 GW e 10 GW. A empresa conduz estudos de
localização, conforme determinação do Ministério de Minas e Energia, e em 2021
pretende aprofundá-los.
FOTO: Angra 3 - Acervo Eletronuclear
Mais uma da nossa talentosa Tánia, sempre à frente do noticiário que diz respeito a essa área complexa do setor energético.
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