A Polícia Federal (PF) prendeu, preventivamente, nesta quarta-feira (17/9), o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o ex-diretor da PF e atual diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo de Melo Teixeira. Os agentes federais também estão cumprindo a 79 mandados de busca e apreensão.


Advogado
especialista em direito ambiental, Trivellato foi assessor de Resolução de
Conflitos da diretoria da ANM entre 2020 e 2022, quando assumiu a
Superintendência de Ordenamento Mineral e Disponibilidade de Áreas. Em maio de
2023, foi indicado para assumir, interinamente, a diretoria da ANM, voltando a
integrar a diretoria colegiada em dezembro de 2023. Rodrigo Teixeira ingressou
na PF em 1999, tendo ocupado várias posições de liderança na instituição,
incluindo a Superintendência em Minas Gerais, que assumiu em 2018, e a
Diretoria de Polícia Administrativa (2023/2024). Ele também foi secretário
adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte (2019-2022); secretário
adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (2015-2016) e presidente
da Fundação do Meio Ambiente de Minas Gerais (2016-2018).
Por determinação da Justiça Federal, os investigados que ocupam cargos públicos serão cautelarmente afastados do exercício de seus cargos e funções. Todos os investigados deverão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa. Segundo a PF, os investigados fraudavam autorizações e licenças ambientais que usavam para extrair, irregularmente, minério de ferro de locais tombados e próximos a áreas de preservação, “com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos”.
Ainda de acordo com a PF, para obter as autorizações e licenças ambientais, os principais articuladores do esquema corrompiam servidores públicos em vários órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle ambiental e de mineração, como a ANM. “A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades. Além disso, utilizou diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas”, conforme a PF informou em nota.
Os investigadores estimam que o grupo faturou ao menos R$ 1,5 bilhão ao longo do tempo, a mesma quantia que a Justiça Federal em Minas Gerais determinou o bloqueio das contas dos investigados. Além de Trivellato e Teixeira, outros 20 investigados, cujos nomes não foram confirmados, foram alvos de mandados judiciais de prisão preventiva. Em nota, a Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que tomou conhecimento da operação da PF pela imprensa e que ainda não foi oficialmente comunicada sobre as determinações judiciais que deve cumprir.
“Até o momento, não houve comunicação oficial à agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes”, diz a agência, destacando que, sempre que formalmente demandada, e observado o devido processo legal e a necessidade da continuidade do serviço regulatório, mantém o compromisso de colaborar com as autoridades. Também em nota, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que não se manifesta sobre processos em andamento que envolvam seus colaboradores. “Reiteramos nosso compromisso com a ética, a legalidade e a transparência, e permanecemos à disposição para colaborar com as autoridades competentes”, declarou a SGB.
(FONTE E FOTO: PF – Agência Brasil) –
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