quarta-feira, 30 de abril de 2025

Projeto Jovem Cientista no IPEN comemora seis anos de criação; reúne físicos, farmacêuticos e aviadora acrobata, restauradora de obras de arte

 


O projeto Jovem Cientista (JC) está comemorando seis anos de criação com o objetivo de elaborar propostas alternativas para conhecimento e divulgação da ciência, com ênfase em desmistificar as ciências nucleares. Ao contrário do passado quando tudo era secreto,  escondido da sociedade, o JC sob o comando da fisica paulista Cibele Bugno Zamboni, desenvolve atividades visando à transparência dos fatos utilizando diversas ferramentas digitais. O BLOG foi em busca de alguns de seus participantes e constatou a diversidade de áreas nas quais atuam. Para se ter ideia, o JC reúne desde Marta Lucia Bognar, restauradora de quadros e aviadora dedicada à acrobacia; a Dalton Giovanni Nogueira da Silva, farmacêutico; além de Maria Gabriela Miquelino Benedito, também farmacêutica; e Thales Zanin dos Santos de Oliveira, fisico. Todos dedicados ao JC, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, onde o projeto vem sendo realizado com sucesso. 

Exemplo feminino no mundo das ciências, desde que foi atraída pelos encantamentos do Universo, membro de entidades nacionais e internacionais, e coordenadora do Laboratório de Espectroscopia e Espectrometria das Radiações (LEE) do IPEN, Cibele comanda o programa e sempre defendeu a transparência das informações no setor nuclear. “Desde que iniciei na área nuclear senti a necessidade de passar esclarecimentos à sociedade. É a única situação em que a condição de gênero não pesou na minha carreira, pois sempre me perguntaram quando eu iria construir uma bomba e não se seria capaz de fazê-lo”, comentou. 

Eis agora depoimentos de participantes do Jovem Cientista: 


AVIADORA ACROBATA – o Brasil não se resume a samba e futebol - 

Marta Lucia Bognar, restauradora de quadros do Museu de Policia Militar do Estado de São Paulo, tem como formação profissional a aviação, pois começou a voar aos 18 anos, como aeronauta na comercial e depois na década de 90, se dedicou à acrobacia aérea na atividade/de wingwalking uma modalidade no setor. Mas paralelamente, fez cursos para formação na área de Conservação e Restauro. 

“Conheci o projeto Jovem Cientista ao frequentar o IPEN em 2022 e tive oportunidade de divulgar o “wingwalking” que envolve técnicas de aerodinâmica. Atualmente, participo no projeto na assessoria de Patrimônio histórico, Artístico e cultural e somos todos voluntários”. 

Para ela, atuar na área cultural é “um desafio sempre muito importante”. E mais ainda pelo constante aprendizado na vida em todas as áreas. “Agradeço a oportunidade de falar sobre o assunto para poder contribuir e incentivar outros estudantes para conhecerem o projeto e participarem com sugestões e temas”. 

E completou: “O país precisa de projetos e oportunidades que possam popularizar a área nuclear e divulgar trabalhos científicos que já são desenvolvidos. O Brasil não se resume a samba e futebol. Nós estamos à disposição”. 

FARMACÊUTICO – combater a desinformação- 


Dalton Giovanni Nogueira da Silva, 45 anos, filho de metalúrgico é farmacêutico de formação e sempre foi apaixonado por ciência e comunicação. No IPEN, começou a sua trajetória na área de pesquisa, especialmente com técnicas analíticas como a fluorescência de Raios X. Em 2017, teve o primeiro contato com divulgação científica participando de um concurso interno, produzindo um vídeo sobre o trabalho que realizava. “A experiência me mostrou como a ciência poderia — e deveria — chegar até as pessoas de forma acessível”.

Conheceu o Projeto Jovem Cientista em 2019, quando ele estava começando no Laboratório de Espectroscopia e Espectrometria das Radiações (LEER). “O que me chamou atenção foi justamente a proposta de desmistificar as ciências nucleares, quebrando o preconceito e o medo que muita gente ainda tem sobre o tema. Como farmacêutico e produtor de conteúdo, vi ali uma oportunidade incrível de unir minha formação com a vontade de comunicar ciência de maneira leve e criativa”. 

Desde o começo o maior aprendizado, disse, foi descobrir como é possível transformar conceitos complexos em conteúdos simples e interessantes — seja em vídeo, tirinha, ou texto curto para redes sociais. “Outra importância é a possibilidade de dialogar com profissionais de várias áreas, o que enriquece demais a experiência”. Ele espera continuar contribuindo para a divulgação científica de forma acessível, aproximando temas como a energia nuclear, saúde e meio ambiente. “O maior desafio é justamente quebrar barreiras e combater a desinformação — principalmente nas redes sociais, onde muita coisa sem base científica circula com facilidade”. 

Para quem está começando, tem uma mensagem: “não tenha medo de explorar novas áreas e de comunicar aquilo que você estuda. A ciência só faz sentido se ela alcançar as pessoas. Se você gosta de ensinar, de falar sobre ciência ou de produzir conteúdo, vá em frente — porque isso transforma vidas e quebra muros”. 

E finaliza: “Acredito muito que o país poderia — e deveria — investir mais em projetos como esse. Divulgar ciência é tão importante quanto produzi-la, porque sem comunicação, o conhecimento fica restrito a poucos. Projetos acessíveis, interdisciplinares, que valorizem a participação de estudantes de todos os níveis, deveriam ser prioridade. Uma sugestão seria criar editais específicos para iniciativas de divulgação científica, incentivar parcerias com escolas e faculdades, e apoiar financeiramente a produção de conteúdo educativo de qualidade. Eu sou prova de como isso faz diferença — não só na formação profissional, mas na forma como a gente enxerga a ciência no dia a dia”. 

FARMACÊUTICA – plantar uma semente de curiosidade. 


Maria Gabriela Miquelino Benedito, 24 anos, filha de policial militar e pedagoga, farmacêutica, formada pelo Mackenzie com bolsa PROUNI, está cursando mestrado em tecnologia nuclear no IPEN/USP. Conheceu o projeto através da Cibele Zamboni, sua coordenadora. “Foi uma ótima oportunidade de participar do projeto e como aluna curiosa, topei”. 

“Em minha formação vi o quanto a divulgação científica abre os olhos do mundo, muitas vezes relacionando coisas do cotidiano com curiosidades que nem imaginamos. Acredito que a divulgação aproxima os jovens da ciência, sendo assim podemos plantar uma semente de curiosidade e fascínio nos nossos futuros cientistas”, comentou. 

Maria Gabriela participa do JC há mais de três anos. “O projeto esteve comigo na transição de aluna de graduação até o momento como mestranda. Meu maior aprendizado é ver como a ciência é vasta. E ainda que por trás de detalhes e curiosidades que nunca imaginamos existam anos de estudos e explicações fascinantes”, comentou. Seu objetivo agora é “fazer com que por meio de tirinhas divertidas ou fatos curiosos, um número maior de pessoas possa abrir os olhos para ciência, pois assim ganharemos espaço em um país que ainda prioriza outros setores”. 

Para os novos participantes do JC, ela tem uma mensagem: “Acho que o amor pelo que se faz te diferencia. Aqueles que possuem uma chama acessa pra qualquer que for a área, não se frustrem quando as coisas parecerem fora de controle”. E os novos projetos? “Existem diversos projetos como USP (Universidade de São Paulo) de Portas Abertas, que oferecem a oportunidade de alunos verem um pouco das oportunidades que existem. Levar seu filho aos museus, ou alguém passeio que explore mais o que São Paulo pode oferecer. Precisamos de mais pessoas que brilhem os olhos pra ciência, precisamos de mais pessoas que lutem por esta causa”, completou. 

FÍSICO – Conhecimento mais democrático - 


Thales Zanin dos Santos de Oliveira, 23 anos, filho de coordenador de obras industriais e dentista aposentada, é formado em Física pelo Instituto Federal de São Paulo (licenciatura) e atualmente é estudante de doutorado em Tecnologia Nuclear no IPEN/USP. Por que ingressou no JC? “Sempre tive interesse em entender melhor o mundo ao nosso redor e, ao longo da minha trajetória, percebi que compartilhar conhecimento é tão importante quanto produzi-lo”. 

Conheceu o projeto JC em 2022, trabalhando diretamente com a diretora do projeto e sua orientadora, Cibele Bugno Zamboni. E não parou mais. Ele acha que a ciência enfrenta grandes desafios para chegar até a população em geral, e iniciativas como o JC ajudam a reduzir essa distância. 

“Meu maior aprendizado até agora tem sido perceber como a ciência pode ser mais acessível quando encontramos maneiras certas de comunicá-la. Quero continuar contribuindo para a pesquisa e para a formação de novos cientistas, sempre buscando maneiras de tornar o conhecimento mais democrático”. O físico também acredita que o Brasil deveria investir mais nesse tipo de projeto. “Popularizar a ciência é essencial para o desenvolvimento do país e para garantir que mais pessoas possam se beneficiar do conhecimento gerado nas universidades e centros de pesquisa”. 

E assegura: “Quanto mais incentivo houver, maior será o impacto positivo na sociedade”. 

CIBELE BUGNO ZAMBONI - 

Desde que iniciou o trabalho na área nuclear sentiu a necessidade de passar esclarecimentos à sociedade. Cibele enfatiza que a divulgação cientifica sempre foi estimulada no IPEN e faz parte das atividades desenvolvidas pelo Laboratório de Espectroscopia e Espectrometria das Radiações (LEER), que coordena. “É uma atividade voluntária que teve início em 2005 e conta com a participação dos alunos. Considerando a visibilidade que as redes sociais proporcionam, em 2019 foi criado o Jovem Cientista (JC) e hoje estamos atuando em várias redes sociais com um bom retorno do público”, comenta. 

Com o projeto JC foi o site jovem cientista (www.jovemcientista.com.br) que auxilia na divulgação do material didático disponibilizado pelo LEER, além de ser um facilitador na comunicação com a sociedade. O conteúdo do site envolve quatro menus:  REPORTAGENS onde temas diversos são apresentados em maior profundidade, além abrir espaço para  pesquisadores experientes falarem de sua carreira, desafios e perspectivas no campo de atuação; ENTREVISTAS realizadas por alunos com alunos, onde o estudante tem espaço para discutir seu trabalho; MINUTO NUCLEAR onde conceitos de física nuclear são abordados em vídeos de um minuto e CURIOSIDADES um espaço onde são apresentados temas variados, cujo objetivo é dialogar entre as várias áreas do conhecimento científico. Além do site, todo material produzido é disponibilizado em várias mídias sociais, como o canal do YouTube (Jovem Cientista), o perfil no Instagram (@jovemcientista.com.br) associado a uma página no Facebook (@jovemcientista.com.br), o perfil no TikTok (@jovemcientista.com.br) e ainda pelo LinkedIn e Twiter no perfil pessoal dos editores. 

A dificuldade, segundo ela, é conseguir que os colegas se expressem sem tanto rigor técnico-científico de modo que um público leigo consiga assimilar. “Quando isso é alcançado é muito gratificante para equipe do JC, bem como para os colaboradores e convidados. Mas, a maior dificuldade, sem dúvida, é a obtenção de recursos financeiros. Hoje todos os gastos (registro e hospedagem do site) e investimentos (aquisição de programas de edição, recursos audiovisuais e cursos de comunicação) são oriundos dos participantes do LEER (meu e dos alunos) e de doações de parceiros e colaboradores que nos apoiam nessa iniciativa”. 

A História mostra que o setor nuclear, no passado, era praticamente desconhecido da população. Mas Cibele discorda de tanto segredo. “A informação é fundamental. Tanto os benefícios como os riscos precisam ser esclarecidos, como ocorre com outras áreas. A energia nuclear é estigmatizada pelo seu uso bélico, mas pouco se ensina no meio acadêmico sobre os benefícios e avanços, tanto no âmbito de segurança como de novas tecnologias que podem beneficiar diversas áreas, como saúde, meio ambiente, marinho e aeroespacial, além de disponibilizar metodologias que permitem até cuidar do patrimônio artístico e cultural”. 

Por isso, ela considera importante os esforços dos órgãos de fomento, como a FAPESP e o CNPq, em solicitar ao pesquisador que comunique à sociedade sua pesquisa em linguagem acessível.  Para ela, é uma ação positiva, e deveria ser adotada por toda comunidade cientifica.  “A implantação do Projeto Jovem Cientista e a criação do MINUTO NUCLEAR visam contribuir com a eliminação dessa lacuna. São ações pequenas,  mas se forem propagadas  pela comunidade científica podem reverter este estigma de danoso e prejudicial”. E completou: “Tem uma citação que sempre faço nos seminários que realizo de divulgação cientifica, que  expressa bem o meu objetivo no que diz respeito a área nuclear, que é a seguinte: Energia nuclear não tenha receio, tenha conhecimento”. 

PERSPECTIVAS -

“Como mencionado, os temas são sugeridos pelos alunos e, dentre as sugestões, já estamos trabalhamos na abordagem dos seguintes tópicos: Conheça o LABGENE (Laboratório de Geração Nucleoelétrica), Uso de Inteligência Artificial no Âmbito das Ciências, Diversidade na Área Nuclear, Energias Alternativas e Micro Reatores, além de manter a divulgação de realizações cientificas por pesquisadores renomados bem como de datas comemorativas no âmbito da ciência”, comentou Cibele. 

COMPARTILHE SEU CONHECIMENTO - 

Se você quiser sugerir um tema ou abordar algum assunto cientifico, já sabe onde atuar. A equipe do Projeto Jovem Cientista aguarda sua colaboração. Conta com um grupo de editores e tem a colaboração de especialistas de diversas áreas. Todo o trabalho de edição e produção é realizado pelos alunos. O projeto é aberto a todo estudante que tenha interesse em atuar em qualquer atividade de divulgação cientifica propondo temas, criando vídeos e conteúdo para mídias sociais bem como propondo novas ideias para projeto. 

Para participar do projeto o estudante entra em contanto pelo e-mail: jovemcientista.contato@gmail.com ou pelas redes sociais, e expõe sua ideia. Se aprovada pela equipe de editores e colaboradores terá todo apoio técnico e cientifico para execução. Cito algumas participações interessante, como a de uma aluna do ensino médio que enviou um vídeo sobre visão ocular para divulgação cientifica. O material foi aprovado e divulgado no Instagram do JC (@jovemcientista.com.br). Outra participação interessante foi de um grupo de alunos de Radiologia, da Faculdade Estácio-Carapicuíba, que produziu vídeos sobre alguns mitos sobre radiação, e o material de divulgação foi disponibilizado no Instagram do JC. Desde a implantação do projeto JC mais 70 pessoas, entre estudantes e pesquisadores, já participaram de alguma atividade. “Venha fazer parte de projeto”, convida Cibele. 

O IPEN pertence à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

(FOTOS: ACERVO PESSOAL) – 

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terça-feira, 29 de abril de 2025

Acabou a greve na Central Nuclear de Angra; avisos prévios suspensos; prejuízo diário de R$ 5 milhões

 


Acabou a greve dos trabalhadores da Eletronuclear, na Central Nuclear de Angra dos Reis, iniciada em 8/4, decisão tomada durante assembleia realizada na tarde desta terça-feira (29/4), com praticamente todas as reivindicações concedidas. Os avisos prévios foram suspensos. Segundo os sindicatos, a partir de maio os empregados vão receber 3,69% de aumento retroativo a maio de 2024, e mais o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) acumulado de 1º de maio de 2024 a 30 de abril de 2025, que deve ficar em torno de 5%.  A companhia informou que o prejuízo diário foi de R$ 5 milhões. 


A compensação pelos 16 dias parados ocorrerá mediante a execução de atividades e metas previamente acordadas no processo de extensão da vida útil de Angra 1, que está desligada desde o dia 4/4, para a troca de combustível (urânio enriquecido), entre outras centenas de atividades, envolvendo 1.300 profissionais contratados, entre ele, 283 estrangeiros, informou a companhia. 

A Eletronuclear compromete-se a converter o Programa de Desligamento Complementar (PDC) proposto este ano, em Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Também foram suspensas as taxas que seriam cobradas aos moradores das vilas. 

A companhia se comprometeu ainda a reembolsar os trabalhadores o equivalente a 300 kilowatts de energia por mês e a 30 metros cúbicos de água igualmente/ mês. E a manter o valor da taxa de ocupação que é lançado a débito e a credito nos contracheques dos trabalhadores, até 1º de maio de 2026, próxima data-base da categoria.

(FOTO: SINDICATOS - Central Nuclear de Angra - Eletronuclear) – 

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quarta-feira, 23 de abril de 2025

Eventos climáticos extremos ainda afetam instalações com material radioativo. MCTI e Ibama prestam informações exclusivas ao Blog

 

Rio de Janeiro, 23 de abril de 2025 -Danos provocados por vendaval, no dia 31 de dezembro de 2023, paralisam até hoje as atividades de lavra na mina do Engenho, da Unidade de Concentração de Urânio (URA), em Caetité, na Bahia, da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A informação do BLOG foi confirmada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A área de produção do concentrado de urânio foi a mais danificada. Esta é uma prova de que eventos climáticos extremos podem afetar instalações que operam com material radioativo. 

Segundo o MCTI, a INB continua implementando ações “remediadoras na área das bacias de processo, também afetada pelo evento climático extremo”. E mais: “Uma das bacias continua inoperante devido à manutenção pendente”.  


A URA já foi alvo de diversas denúncias ao longo de sua entrada em operação, no ano 2000. Há décadas, moradores e entidades civis denunciam vazamento de material radioativo contaminando o meio ambiente, por exemplo. Agora, a partir do vendaval, a URA continua a sua trajetória contabilizando mais danos.  Segundo o MCTI, em relação às atividades da mina, as INB comunicaram à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – que legisla, fiscaliza e executa – “a suspensão temporária das operações de lavra na Mina do Engenho, com a justificativa de que houve o acúmulo elevado de minério estocado no pátio de britagem da instalação”. Daí, as atividades de lavra permanecem suspensas, informou o Ministério. 


Conforme o BLOG mostrou com fotos exclusivas, nas áreas que deveriam estar protegidas, estão guindastes, motores, cobertos com telhas do cancerígeno e amianto, que continuam quebradas. 

IBAMA VISTORIA - 

Em nota, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que está acompanhando a URA, por meio de “vistorias técnicas in loco”. E acrescentou: “Apesar de as atividades estarem paralisadas, o Ibama mantém comunicação direta e constante com a empresa a respeito da necessidade de implementação das medidas exigidas na licença ambiental”. 

URÂNIO VAI PRA RÚSSIA - 

A unidade ocupa uma área de 1.700 hectares, localizada em uma província onde estão identificados 17 depósitos minerais. Na URA está implantada a única mineração de urânio em atividade no país. Nela são realizadas as duas primeiras etapas do ciclo do combustível nuclear: a mineração e o beneficiamento do minério, que resulta no produto chamado concentrado de urânio ou yellowcake

Este material beneficiado há cerca de cinco seguia para a URENCO (consórcio de empresas formados pela Inglaterra, Holanda e Alemanha) para ser enriquecido. Mas desde então, o yellowcake segue para a Internexco GmbH, do grupo Rosatom, da Rússia, que realiza o enriquecimento. Enriquecido, volta ao Brasil, pelo Porto do Rio, rumo a INB, em Resende, onde é transformado em patilhas e depois, segue para a central Nuclear de Angra a fim de alimentar os reatores de Angra 1 e angra 2. É um negócio que movimenta cifras extraordinárias. 

(FOTOS – Exclusivas do BLOG – e Acervo Comunicação INB) – 

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terça-feira, 22 de abril de 2025

Morre a pioneira da medicina nuclear no Brasil: Constância Pagano Gonçalves da Silva.

 




Pioneira da medicina nuclear no Brasil, Constância Pagano Gonçalves da Silva, morreu ontem (21/4) aos 97 anos, em São Paulo.  Na década de 50, enquanto as mulheres eram desencorajadas a seguir a carreira cientifica, inspirada pela notável Marie Curie, Constância ingressou no então Instituto de Energia (IEA), atual Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde foi responsável por estruturar a primeira radiofarmácia pública do país e liderar a produção nacional de radioisótopos (medicamentos para diagnosticar e combater o câncer), como o iodo-131. 

A experiência na França, em 1961, onde estagiou foi fundamental, pois lá  ela se especializou na produção de radioisótopos. De volta ao país, liderou por décadas a divisão de radioquímica, além de coordenar a construção do complexo de laboratórios, inaugurado em 1975, essencial para o fornecimento de insumos à medicina nuclear em todo o Brasil, foi responsável  por implantar sistemas de qualidade e estimular o desenvolvimento de novos radiofármacos, como o fluorodesoxiglicose (FDG). 

Com mestrado em Tecnologia Nuclear e doutorado em Química Inorgânica, Constância liderou equipes técnicas e formou gerações de profissionais na área nuclear. Em 1998, como chefe do Departamento de Processamento de Material Radioativo do IPEN, comandava mais de 50 colaboradores, sempre com entusiasmo e espírito inovador. Após sua aposentadoria, foi agraciada com o título de Pesquisadora Emérita do Instituto. 

Nascida em Cravinhos, interior do Estado de São Paulo, graduou-se em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP (1951), obteve o mestrado em Tecnologia Nuclear pela Escola Politécnica da USP (1970) e o doutorado em Química Inorgânica pelo Instituto de Química da USP (1974). Teve também atuação inestimável na formação acadêmica de profissionais da área, orientando diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do IPEN/USP. 

ISOLDA COSTA - IPEN



“Seu legado permanecerá vivo na ciência brasileira, inspirando novas gerações de pesquisadores. O IPEN se solidariza com seus familiares, amigos e colegas neste momento de perda irreparável. A Dra. Constância era rigorosa e exigente, qualidades que a levaram à excelência. Mas, ao mesmo tempo, era uma incentivadora, como toda grande mulher à frente de seu tempo. Formou toda uma geração de pesquisadores no IPEN, além de lutar pelo avanço do Brasil em uma área essencial, a medicina nuclear. 

O trabalho de qualquer pioneira é árduo e muitas vezes só é plenamente reconhecido anos depois. Por isso, é nosso dever exaltar essa grande pesquisadora e gestora", declara Isolda Costa, diretora e superintendente do IPEN. 

FRANCISCO RONDINELLI - CNEN


"Constância Pagano foi mais do que uma referência científica — foi exemplo de entusiasmo, pioneirismo e compromisso com a ciência pública. Sua trajetória deixa uma marca profunda na história da medicina nuclear brasileira. Seu legado seguirá nos inspirando”, afirmou o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior. 

Em nota oficial, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) também prestou tributo à pesquisadora: “Ao longo de mais de 60 anos de dedicação, liderou com excelência a radiofarmácia do IPEN/CNEN, sempre guiada pela responsabilidade com a saúde dos pacientes”, ressaltou a médica Elba Etchebehere. “A Medicina Nuclear Brasileira tem profundo orgulho da história e do legado deixado por essa grande radioquímica.” 

(FOTO/FONTES: CNEN – IPEN - Revista Brasil Nuclear (ano 5, nº 17, abr-set 1998), da Associação Brasileira de Energia Nuclear – ABEN). 

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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Na China, aquisição de ativos da Eletronuclear, construção de infraestrutura nuclear e produção de radioisótopos na agenda de Alexandre Silveira

 


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está na China. Nesta segunda-feira (21/04), ele se reuniu com representantes da China General Nuclear Power Group (CGN Power), a terceira maior companhia de energia nuclear do mundo, que também desenvolve projetos de energia eólica e solar no Brasil. Além disso, as colaborações podem abranger “a construção de infraestrutura nuclear e aquisição de ativos da Eletronuclear”, gestora das usinas Angra 1 e Angra 2, que operam; e Angra 3, com obras paradas, com futuro incerto. 

O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, já comunicou ao ministro que está deixando o cargo, o que deverá ocorrer até o final do mês. Desde o dia 8/4, os funcionários da Central Nuclear de Angra estão em greve devido às demissões e outras medidas de austeridade. Os serviços essenciais estão mantidos nas usinas nucleares.

Na China, na agenda de parcerias, estão a capacitação técnica com programas de intercâmbio e estágios para profissionais, além de aplicações nucleares não energéticas, como a produção de radioisótopos, a cargo do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN); da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)-, além da irradiação industrial. 

Também segundo a assessoria do MME, durante o encontro, realizado na cidade de Shenzhen, o ministro debateu oportunidades de cooperação com o país na cadeia nuclear voltada à geração de energia limpa. A agenda incluiu ainda uma visita à Usina Nuclear Daya Bay. Com a sétima maior reserva de urânio do mundo, Alexandre Silveira articula parcerias internacionais para o melhor aproveitamento do potencial nuclear brasileiro. 

A estatal chinesa, referência mundial em tecnologia e operação de usinas nucleares, é também um importante player no desenvolvimento de projetos eólicos e solares no Brasil. Entre os projetos da CGN no país, o principal destaque é o HUB de energia renovável no estado do Piauí, que se consolida como uma iniciativa estruturante. Com capacidade instalada total de 1,4 gigawatts (GW), o HUB reúne projetos de energia eólica e solar e receberá um investimento aproximado de R$ 3,2 bilhões para a ampliação de sua capacidade atual. O projeto foi incluído no Novo PAC do Governo Federal e foi preliminarmente recomendado para o portfólio de projetos de cooperação sino-brasileira pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC). 

De acordo com a assessoria do MME, além do HUB no Piauí, a CGN Brasil opera sete complexos eólicos e três solares, distribuídos pelos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. “Também estão em desenvolvimento projetos de energia solar em Minas Gerais e iniciativas voltadas à produção de hidrogênio verde na Bahia”. 

As oportunidades de parceria com a estatal chinesa incluem transferência de tecnologia e cooperação em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), com instituições como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), universidades brasileiras e outras entidades. 

LEIA NO BLOG: Alexandre Silveira na China, presidente da Eletronuclear deixando o cargo e trabalhadores em greve, publicada ontem (20/04/2025). 

FOTO e FONTE: MME). 

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domingo, 20 de abril de 2025

Alexandre Silveira na China; presidente da Eletronuclear deixando o cargo; trabalhadores da central nuclear de Angra dos Reis em greve

 




O presidente da Eletronuclear, advogado Raul Lycurgo Leite, deixa o cargo até o final do mês. O comunicado foi feito ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que está na China desde o dia 19/4, com agenda em vários setores incluindo “tratativas com a estatal CGN para diversificar a matriz nuclear brasileira”. O ministro já vinha detonando a Eletronuclear há algum tempo. 


A saída de Lycurgo é de conhecimento de todo o setor nuclear, falta apenas o comunicado oficial. Lycurgo é procurador federal desde 2002, tendo sido cedido para a Eletronuclear. Advogado de formação, ele tomou posse no dia 18/12/2023, sucedendo Eduardo Grand Court, profissional de marketing, na presidência desde outubro de 2022. Court estava em viagem pela Europa convidado por “lobistas’, quando soube da demissão. Lycurgo assumiu o cargo para cumprir o mandato de Court, de três anos. 

Segundo fontes, Lycurgo não quer um segundo mandato. Ele teria colocado algumas condições, como a conclusão de Angra 3 e o ajuste financeiro da empresa, ambos incertos.  Lycurgo também está muito desgastado: iniciou um plano de austeridade na empresa, anunciando a demissão de funcionários antigos, experientes, entre outras medidas, como cobranças de taxas de moradias. A greve, iniciada no dia 8/4, continua sem acordo no dissidio coletivo. Embora o movimento tenha se encerrado na sede, no Rio, continua com piquetes na Central nuclear de Angra. Segundo os Sindicatos, os serviços essenciais envolvendo a segurança das usinas estão mantidos.


A Companhia contratou cerca de 1.300 profissionais, dos quais pelo menos 280 estrangeiros para a execução de centenas de atividades, entre elas, a mais complexa: a troca de combustível (urânio enriquecido) de Angra 1.  O valor do investimento não foi divulgado.  Angra 1 vai passar cerca de três meses desligada (sem gerar energia). Apenas Angra 2 está operando, gerando 1.350 Megawatts, o equivalente a 20% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro.  Energia esta que faz parte do Sistema Integrado Nacional (SIN). 

EMPRESA DETONADA -

 “A Eletronuclear virou uma empresa problema para o país. Não é uma empresa saneada, dinâmica, enxuta, eficiente para cumprir o seu mister. Vamos ter que achar uma solução para a Eletronuclear. Vamos ter que pensar juntos: o parlamento brasileiro e a política pública do Executivo para mudar a questão da Eletronuclear. Para fazer uma obra de R$ 28 bilhões, sem gestão, é extremamente temerário. Então, essa é uma preocupação, até uma angústia do ministro de Minas e Energia do Brasil”. 

Em agosto do ano passado, a declaração do ministro Alexandre Silveira, foi durante audiência na comissão de Minas e Energia da Câmara, provocou espanto nos bastidores do setor. O que pretendia o ministro ao deixar clara a sua visão tão pessimista sobre o destino da companhia, comentaram alguns especialistas e técnicos experientes que conhecem bem a história da empresa. Na época. na bolsa de apostas, mesmo indignados, alguns comentaram que Silveira podia estar pensando em fatiar a estatal, criada em 1997, para gerir as usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, em operação, e Angra 3, sem destino certo. 

Em 2023, o ministro visitou o canteiro de obras da central nuclear em Angra dos Reis, defendendo arduamente o final das obras Angra 3; a extensão da vida útil de Angra 1, por mais 20 anos, e até mesmo a instalação de usinas nucleares na Amazônia. Fato é que havia consenso entre os técnicos no sentido de que o ministro podia estar tentando jogar um balde de água fria sobre as certezas em torno no término de Angra 3, que ele mesmo defendia com ardor.  “O discurso do ministro lembra aqueles que precederam uma privatização”, comentou um executivo. Lycurgo já estaria limpando as gavetas, segundo fontes.  

(FOTOS: Sindicatos - Eletronuclear - MME) – 

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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Toneladas de urânio enriquecido chegam da Rússia ao Porto do Rio rumo a Resende (RJ)

 


Cerca de 14 toneladas de urânio enriquecido importados da Rússia chegaram nesta quarta-feira (16/4) ao Porto do Rio de Janeiro acondicionados em nove cilindros distribuídos em três contêineres e seguiram para a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). Também integrava a carga um contêiner com três tambores metálicos contendo nove tubos de amostras do material, utilizados para controle de qualidade e rastreabilidade do urânio. 

Gestora das usinas nucleares, cabe à Eletronuclear, que está com sérios problemas financeiros - anunciando demissões de empregados -, pagar à INB pelas recargas. Há cerca de cinco anos, cada recarga custava cerca de R$ 280 milhões. Quando opera com 100% de sua potência sincronizada ao Sistema Integrado Nacional (SIN), Angra 2 pode produzir 1.350 Megawatts, o equivalente a 20% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. 


Inaugurada em 2001, Angra 2 faz parte do pacote do acordo nuclear Brasil Alemanha, firmado em 1975. Em Resende, o urânio enriquecido que acaba de chegar da Rússia passa por outro processo, transformando-se em forma de pastilhas inseridas em varetas de zircaloy. São os chamados elementos combustíveis transportados normalmente em caminhões para a central nuclear em Angra dos Reis, para alimentar os reatores das usinas nucleares, desta vez, Angra 2. Em Angra 2, esse reabastecimento ocorre a cada 14 meses, quando um terço dos elementos combustíveis do reator é substituído, previsto acontecer em setembro. 

Qual a origem do urânio que a Rússia acaba de devolver enriquecido a INB? Até onde se tem notícias pode ter sido extraído na mina de Caetité, na Bahia, parte da Unidade de Concentração de Urânio (URA), da INB, onde é transformado em yellowcake (pasta amarela). 

Em seguida, o segundo passo do ciclo do combustível. O processo consiste na transformação do yellowcake em hexafluoreto de urânio (UF6), um composto que tem como propriedade passar para o estado gasoso em baixas temperaturas. Na forma de gás é realizada a etapa de enriquecimento, o que o Brasil ainda não faz em escala industrial. 

Ou todo o processo foi feito na Rússia? Embora domine todo o ciclo do combustível, o País ainda tão possui condições para a realização de todo o processo, como a transformação do urânio em forma de gás e o mais complexo: o enriquecimento na quantidade e teor (cerca de 4%) necessários para alimentar os reatores de Angra 1 e Angra 2. Nesta quarta-feira, a operação altamente complexa, do Porto do Rio até Resende, contou a participação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSIPR), por meio do Departamento de Coordenação de Assuntos Nucleares (DCANuc), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Cesportos-RJ e Guarda Portuária do RJ. 

CONTRATO RENOVADO?  URÂNIO, DO PORTO DE SALVADOR À RÚSSIA - 

Há cerca de um mês, a INB firmou contrato com a Internexco GmbH, do grupo Rosatom, da Rússia, para a exportação temporária para processamento no exterior de até 275 mil kg de concentrado de urânio (U3O8) produzidos na URA. Pelo contrato, serão realizadas as duas etapas de beneficiamento: conversão e enriquecimento. Os valores nunca são revelados. Se a Rússia acaba de devolver esta semana o urânio já enriquecido, conclui-se que este é um outro contrato. 

“O produto final beneficiado será devolvido, até dezembro de 2027, na forma de UF6 enriquecido a 4,25% e será utilizado na fabricação do combustível nuclear, que abastece a central nuclear de Angra dos Reis”. A empresa está planejando a logística para operações terrestres no Brasil, a contratação do transporte marítimo internacional do porto de Salvador até a Rússia, e o licenciamento da exportação. Desde o início das entradas em operação das usinas, o Brasil depende da importação das duas etapas do combustível para os reatores. Todo o processo envolve investimentos grandiosos, para a manutenção dos reatores nucleares das usinas. 

(FOTOS – INB – Resende - Varetas de zircaloy - URA/Caetitê)

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