O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está na China. Nesta segunda-feira (21/04), ele se reuniu com representantes da China General Nuclear Power Group (CGN Power), a terceira maior companhia de energia nuclear do mundo, que também desenvolve projetos de energia eólica e solar no Brasil. Além disso, as colaborações podem abranger “a construção de infraestrutura nuclear e aquisição de ativos da Eletronuclear”, gestora das usinas Angra 1 e Angra 2, que operam; e Angra 3, com obras paradas, com futuro incerto.
O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, já comunicou ao ministro que está deixando o cargo, o que deverá ocorrer até o final do mês. Desde o dia 8/4, os funcionários da Central Nuclear de Angra estão em greve devido às demissões e outras medidas de austeridade. Os serviços essenciais estão mantidos nas usinas nucleares.
Na China, na agenda de parcerias, estão a capacitação técnica com programas de intercâmbio e estágios para profissionais, além de aplicações nucleares não energéticas, como a produção de radioisótopos, a cargo do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN); da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)-, além da irradiação industrial.
Também segundo a assessoria do MME, durante o encontro, realizado na cidade de Shenzhen, o ministro debateu oportunidades de cooperação com o país na cadeia nuclear voltada à geração de energia limpa. A agenda incluiu ainda uma visita à Usina Nuclear Daya Bay. Com a sétima maior reserva de urânio do mundo, Alexandre Silveira articula parcerias internacionais para o melhor aproveitamento do potencial nuclear brasileiro.
A estatal chinesa, referência mundial em tecnologia e operação de usinas nucleares, é também um importante player no desenvolvimento de projetos eólicos e solares no Brasil. Entre os projetos da CGN no país, o principal destaque é o HUB de energia renovável no estado do Piauí, que se consolida como uma iniciativa estruturante. Com capacidade instalada total de 1,4 gigawatts (GW), o HUB reúne projetos de energia eólica e solar e receberá um investimento aproximado de R$ 3,2 bilhões para a ampliação de sua capacidade atual. O projeto foi incluído no Novo PAC do Governo Federal e foi preliminarmente recomendado para o portfólio de projetos de cooperação sino-brasileira pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC).
De acordo com a assessoria do MME, além do HUB no Piauí, a CGN Brasil opera sete complexos eólicos e três solares, distribuídos pelos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. “Também estão em desenvolvimento projetos de energia solar em Minas Gerais e iniciativas voltadas à produção de hidrogênio verde na Bahia”.
As oportunidades de parceria com a estatal chinesa incluem transferência de tecnologia e cooperação em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), com instituições como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), universidades brasileiras e outras entidades.
LEIA NO BLOG: Alexandre Silveira na China, presidente da Eletronuclear deixando o cargo e trabalhadores em greve, publicada ontem (20/04/2025).
FOTO e FONTE: MME).
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Brasil na contramão 😐
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