quinta-feira, 17 de outubro de 2024

CNEN DIVULGA NOTA: "concentrações de urânio nas águas dos poços de comunidade no Ceará são de origem natural"

 

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) acaba de divulgar nota garantindo que não há problemas de contaminação por urânio nas águas de poços na comunidade de Trapiá, em Santa Quitéria, no Ceará. Eis a nota: 

“A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão regulador do setor nuclear, vem esclarecer informações veiculadas por programa televisivo do Estado de Ceará acerca da não potabilidade da água na comunidade de Trapiá e sua associação com o Projeto Santa Quitéria (PSQ), relativo à mina de urânio em processo de licenciamento pela CNEN. O PSQ é um empreendimento do Consórcio Santa Quitéria, que visa à extração e ao beneficiamento de urânio e fosfato em Santa Quitéria, localidade com significativa concentração natural de urânio. Importante destacar que a Mina ainda não se encontra em operação, estando no início do processo de licenciamento e possuindo apenas autorização do local onde poderá vir a operar no futuro. Assim, a CNEN pode afirmar que as concentrações de urânio presentes nas águas subterrâneas no entorno do empreendimento são de origem natural, não tendo qualquer relação com o PSQ. O Urânio possui dois tipos de toxidez, a radiológica e a química, sendo a química mais restritiva que a radiológica. O controle da toxidez química é realizado considerando o limite de concentração de urânio de 0,03mg/L (Portaria GM/MS n° 888/2021) e da toxidez radiológica, por meio do nível de referência de dose de 1mSv/a (Anexo L da Norma CNEN 3.01/2024). Esses valores são utilizados pelo Ministério da Saúde, autoridade competente para o estabelecimento de critérios de potabilidade da água. A CNEN está acompanhando a situação e colaborando com as autoridades responsáveis pelas ações relacionadas aos poços de água em Trapiá/CE” .

A CNEN NÃO INFORMOU, MAS O CONSÓRCIO SANTA QUITÉRIA É UMA PARCERIA DO GRUPO GALVANI COM A INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL (INB).   

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Urânio encontrado em água de poços no Ceará assusta população, entidades civis e governo

 


Uma grande concentração de urânio (material radioativo) podendo chegar a oito vezes acima do normal, foi encontrada na água extraída de poços que abasteciam o distrito de Trapiá, em Santa Quitéria, no Ceará. Trata-se de resultados de testes encomendados pelo Governo do Estado que indicaram os dados, que geraram bastante surpresa. A reportagem assinada por Thiago Rodrigues, foi publicada em primeira mão pelo jornal A VOZ, do Ceará, na segunda-feira (14/10). As informações foram apresentadas na ocasião em uma audiência pública na comunidade, que reuniu a Secretaria de Saúde municipal e estadual, Defesa Civil entre outras instituições. 


Os dados não estão completos; é necessário saber desde quando há essa contaminação, de onde veio, se há ligação com o material da jazida de Itataia (distante 90km em linha reta) e qual potencial danoso. A medição indicou que o grau encontrado em algumas amostras pode chegar de sete a oito vezes acima do parâmetro normal. Como medida de emergência, todos os poços foram interditados. 

O pedido feito pelas autoridades é que a população consuma apenas da adutora, que deve começar a funcionar a partir desta semana ou de outras fontes legalizadas. Até lá, Trapiá segue sendo abastecido com caminhões-pipa de água potável da Companhia local. “Paralelo a isso, um trabalho de investigação mais minucioso será feito nos próximos dias. Uma equipe do Ministério da Saúde, em parceria com a Sesa, será enviada ao distrito, onde submeterá a mais análises e exames nos moradores, para verificar se houve contaminação com o material. Observando a série histórica de anos anteriores, a Secretaria de Saúde não identificou casos de câncer ou alguma anormalidade de doenças na região, que levantasse suspeita”. 

VISTORIA FAZ UM ANO - 

A preocupação com a mina de urânio, localizada em Santa Quitéria, com área de influência direta em Itatira, Catunda e Boa Viagem, municípios localizados no Sertão Central cearense, reuniu no dia 20 de setembro de 2023 representantes da Fiocruz Ceará, por meio da Coordenação de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (CAAPS), da área de Saúde e Ambiente e do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). Os relatos sobre doenças como câncer e outras questões relacionadas à saúde chamaram a atenção pela gravidade. O BLOG também encontrou vídeos nas redes sociais respaldando a preocupação dos envolvidos na questão. 

Com 10 anos de atuação, o movimento nacional surgiu no Pará em luta contra a Vale e hoje atua em 14 estados brasileiros, incluindo o Ceará. O grupo não se coloca contrário à mineração, mas busca que a prática esteja a serviço da população, com respeito ao meio ambiente. A Mina pertence a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Considerada a quarta maior mina de urânio do mundo, a de Santa Quitéria esteve embargada pelo Ibama por comprometer questões como a saúde e a água, segundo os participantes da reunião. Na reunião realizada no ano passado, foram apresentadas duas grandes demandas para a Fiocruz: a preocupação com a água e com a saúde. 

Para ter ideia, segundo os dados apresentados pelo grupo, um terço do território do estado do Ceará está envolvido em processos minerários e isso representa uma extensão muito considerável de terras para a exploração, por exemplo, do cobre”, avaliava Fernando Carneiro, pesquisador da Fiocruz Ceará. Outra preocupação da comunidade relatada pelos representantes do MAM é a percepção no aumento significativo de diversos tipos de cânceres na região, principalmente no raio próximo à mina, maior que em outras regiões do Ceará. 

Já há uma preocupação se, nas condições ambientais atuais, com a radiação natural, se já há efeitos na saúde, além do temor com que a possível exploração da mina viria a prejudicar mais ainda essa população”, informava Vanira Pessoa, coordenadora da CAAPS. Além do câncer, eles falaram muito do medo das malformações fetais e da incidência de casos de abortos espontâneos e partos prematuros que também percebem na população local”, acrescenta. Dentre as solicitações para parceria entre a Fiocruz Ceará e o MAM, o desenvolvimento de um estudo epidemiológico de base na população de área de influência da mina para avaliar impactos futuros na saúde, em caso de reativação. Além deste estudo, também sugeriu a formação para o SUS no território, tanto para agentes comunitários e populares quanto para profissionais da Estratégia Saúde da Família, buscando identificar esses impactos na saúde com o avanço da mineração. 

FOTO/FONTE: MATÉRIA DE ABERTURA JORNAL A VOZ – REPORTAGEM DE THIAGO RODRIGUES – 

SEGUNDA FONTE, EM 20/09/2023 - FIOCRUZ CEARÁ – MINA/ INB – JORNAIS LOCAIS –

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Produção de pastilhas de urânio normaliza com a chegada de 200 sapatilhas; problema "bizarro" continua sem explicação

 


A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) confirmou a informação divulgada ontem pelo BLOG sobre a paralisação da produção de pastilhas de urânio por conta da falta de sobressapatos, espécie de sapatilha usada por trabalhadores da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ). Segundo a INB, o trabalho foi normalizado ontem (16/10), à tarde, quando a FCN recebeu 200 pares de sobressapato. A empresa não informou o motivo da falta do material em área altamente estratégica. 

O uso do equipamento é obrigatório em áreas como a de produção de pastilhas de urânio e estava em falta, como constatou a Comissão Nacional de Energia Nuclear durante uma vistoria. Em virtude do problema, a CNEN paralisou a produção. A INB informou que até amanhã, sexta-feira, (18/10), novos lotes da "sapatilha" chegam à fábrica. 

Segundo a empresa, a paralisação não acarretará prejuízo de produção ou financeiro, sem explicar de que forma, já que a produção ficou parada quase três dias.

 As pastilhas são usadas nas recargas de urânio enriquecido que abastecem as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, da Eletronuclear. Técnicos do setor nuclear disseram ao BLOG que ficaram “abismados” com o problema "bizarro", fruto da falta de responsabilidade e de profissionalismo da direção da INB, que deixou o material acabar, colocando em risco a segurança das instalações e dos trabalhadores. 

A FCN é um conjunto de unidades industriais dedicadas ao processamento de quatro etapas do ciclo do combustível nuclear. O primeiro é o enriquecimento isotópico de urânio, seguido da reconversão, e, por fim, a produção de pastilhas e a montagem do combustível que abastece os reatores das usinas nucleares de Angra dos Reis. 

(FOTO: INB) - 

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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Falta de sapatilhas paralisa a produção de pastilhas de urânio para usinas nucleares

 


A área de fiscalização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) suspendeu a produção de pastilhas de urânio (altamente radiativas) da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ), após constatar a falta de “sobressapato”, espécie de sapatilha de proteção usada pelos trabalhadores para a entrada e permanência no local estratégico. 

A aquisição do material teria sido travada pelo setor de compras da INB, mas o uso é obrigatório em setores como o de manipulação e produção de pastilhas, que integram as recargas de urânio enriquecido a até 5% para as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, da Eletronuclear, em Angra dos Reis. 

A percepção sobre a falta das sapatilhas começou na noite de anteontem (segunda-feira) e se espalhou por vários setores da empresa. O BLOG tentou contato com a CNEN e a INB, sem retorno. A paralisação da produção das pastilhas continua hoje (16/10), enquanto técnicos da CNEN monitoram as instalações em Resende. O presidente da INB, Adauto Seixas, não se pronunciou sobre o caso, nem sobre os prejuízos que a interrupção pode causar à produção dos combustíveis para as centrais nucleares. No setor nuclear, a história acabou se transformando em piadas e memes. 

FÁBRICA NA FLORESTA - 

A tecnologia de enriquecimento de urânio da INB foi desenvolvida pela Marinha Brasileira, no Centro Experimental de Aramar, em São Paulo. E repassada à INB.

De acordo com as formações oficiais da INB, a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) é um conjunto de unidades industriais dedicadas ao processamento de quatro etapas do ciclo do combustível nuclear: o enriquecimento isotópico de urânio, a reconversão, a produção de pastilhas e a montagem do combustível que abastece os reatores das usinas nucleares. O combustível nuclear - ou Elemento Combustível - é uma estrutura metálica, com até 5 metros de altura, formada por um conjunto de tubos, chamados varetas dentro das quais são colocadas pastilhas de urânio enriquecido entre 2 e 5%. 

Os elementos combustíveis produzidos pela INB para as usinas de Angra dos Reis são de diferentes tecnologias, e por isso cada usina necessita de quantidades diferentes de elementos combustíveis. Angra 1 necessita de 121 elementos combustíveis, cada um deles contendo 235 varetas, 369 pastilhas por vareta; Angra 2 necessita de 193 elementos combustíveis, cada um deles contendo 236 varetas, 384 pastilhas por vareta. 

Em uma área de 600 hectares, a FCN abriga a área administrativa da empresa, o Horto Florestal e as atividades relacionadas ao ciclo do combustível nuclear em quatro unidades industriais: FCN Reconversão - produção de pó de dióxido de urânio (UO2); FCN Pastilhas - produção de pastilhas de dióxido de urânio (UO2); FCN Componentes e Montagem - fabricação de componentes e a montagem do elemento combustível Usina de enriquecimento isotópico de urânio. 

(FOTO – INB) – 

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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Para verificar "possível vazamento de material radioativo" de submarino nuclear norte-americano técnicos monitoram litoral fluminense

 


A fim de verificar “possível vazamento de material radioativo”, a passagem do submarino nuclear norte-americano USS “Hampton”, na última semana, por Itaguaí (RJ), mobilizou técnicos brasileiros a monitorar o local e a realizar exames radiológicos. Além do monitoramento diário no período de permanência da embarcação no Brasil, foram coletadas amostras da água e de sedimentos do leito marinho, atualmente em análise por técnicos do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), segundo a Marinha do Brasil. A coleta ocorreu no entorno da base de submarinos na região. O submarino é equipado com um reator nuclear, que dispensa a necessidade de reabastecimento e, por isso, o permite manter-se submerso e em operação por mais tempo. 


“Qualquer defeito nas máquinas de propulsão, no entanto, pode ter consequências desastrosas para a população e o meio ambiente”. O USS “Hampton” visitou o País após sua participação no exercício multinacional “Unitas LXV”, no qual o Brasil também esteve presente com a Fragata “Liberal”, em setembro deste ano, no mar do Chile. “A tecnologia nuclear é um setor estratégico para a defesa nacional e o seu desenvolvimento é um compromisso da Marinha. Porém, é uma atividade que envolve riscos, que precisam ser tratados da maneira adequada. Esse monitoramento faz parte de um protocolo de segurança nuclear, que contribui para prevenir a contaminação radiológica proveniente de navios”, explica o Superintendente de Relações Institucionais e Comunicação Social da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade da Marinha, Vice-Almirante Antônio Capistrano de Freitas Filho.

A Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade é um órgão de assessoramento direto ao Comandante da Marinha e tem por tarefas principais regular, licenciar, fiscalizar e controlar submarinos, navios de superfície, plataformas ou embarcações que empreguem reatores nucleares como fontes de energia próprias ou para terceiros, especialmente nas águas jurisdicionais brasileiras, com o propósito de proteger as tripulações, a população, o patrimônio e o meio ambiente, contra os efeitos indesejáveis das radiações ionizantes. 


Segundo o diretor do IRD, André Quadros, o Instituto realizou coleta de amostras de água e de sedimentos do leito marinho para análise. destacando a capacitação de profissionais da instituição e a disseminação do conhecimento técnico-científico em radioproteção, uma de suas missões. Em maio, o porta-aviões USS “George Washington”, também da Marinha norte-americana, fundeou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ), marcando o encerramento do exercício conjunto “Southern Seas”. Na ocasião, foram realizadas medições do ar, da água e de sedimentos marinhos, além dos tripulantes licenciados (autorizados a desembarcar) e de material descartado, com o apoio do IRD. 

(FOTOS E FONTES: MARINHA DO BRASIL E IRD – LILIAN BUENO) –

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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Ibama faz visita técnica em área contaminada com material radioativo da INB, em Caldas (MG)

 


Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram nos dias 1 e 2 deste mês vistoria técnica de avaliação do processo de emissão de licença de operação para o descomissionamento da unidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caldas (MG). A unidade é fruto de um projeto do governo militar, de extrair urânio abrindo a primeira mina – a mina da cava – entre as décadas de 70 e 80, que resultou em contaminação radioativa de rios, bacias, solo, por exemplo, além de gerar medo às populações da região, com a construção de duas barragens de rejeitos. 


Alguns lugares na região nunca mais poderão ser utilizados, segundo especialista em geologia. As instalações armazenam milhares de tambores com torta II (material radioativo) que a INB está tentando vender. No passado, a China manifestou interesse, mas o negócio não foi efetivado. O do Ibama objetivo é realizar “a análise ampla de tudo que é necessário para então elaborar um projeto fidedigno com prazos e orçamentos, aonde esteja tudo mapeado, para facilitar a gestão e a regulação constantes”, disse o Coordenador Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestre, Edmilson C. Maturana. 


Segundo o Ibama, a previsão para emissão da licença é até o final de outubro. Os próximos passos envolvem o refinamento dos prazos e prioridades de todas ações para o descomissionamento. Poderá, informou o Ibama, haver desdobramentos em exigências que entrarão como condicionantes da licença a entrar em vigência. O grupo de trabalho dedicado do Ibama envolve 13 profissionais especializados provenientes das áreas de flora, fauna, remediação ambiental, ciências sociais e gestão. 

(FOTO: BLOG ) – 

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Exercício simulado de incêndio será realizado na Central Nuclear de Angra nesta sexta (11/10)

 


Um exercício simulado de incêndio será realizado na Central Nuclear de Angra, nesta sexta-feira (11/10), a partir das 10h, informou a Eletronuclear. O exercício terá a participação da Brigada de Incêndio da empresa e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). 

“É importante alertar à população que a movimentação a ser observada neste dia será uma simulação e não uma situação real de incêndio”, informou a companhia. O exercício acontece duas vezes por ano e a localidade da Central Nuclear; e a próxima edição será no Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos de Baixa e Média Atividade (CGR). 

Segundo a Eletronuclear, a atividade visa o treinamento de procedimentos da companhia e do CBMERJ, além de familiarizar os profissionais da instituição parceira com as instalações da Central Nuclear, facilitando o atendimento em situações emergenciais. Além disso, o simulado também promove a integração entre as duas equipes para ações conjuntas futuras. 

(FOTO- ELETRONUCLEAR) – 

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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Angra 1: operando com 100% de sua potência desde às 17h25. Queimadas levaram ao desligamento das linhas de transmissão ontem.

 


A Eletrobras informa que, em virtude de queimadas ocorridas no estado do Rio de Janeiro, as linhas de transmissão que ligam a cidade de Angra dos Reis - onde estão localizadas as usinas nucleares -  à Zona Oeste do Rio de Janeiro (LT 500 kV Angra / Zona Oeste) e à cidade de Nova Iguaçu (LT 500 kV Angra / Nova Iguaçu) foram automaticamente desligadas pelo correto funcionamento dos equipamentos de proteção. Segundo a Eletrobras, as linhas foram religadas em oito minutos e não houve nenhuma perda de carga ou impacto no fornecimento para consumidores. 

Contudo, segundo a Eletronuclear ontem (02/10), o problema na linha de transmissão foi o motivo da redução da potência da usina nuclear Angra 1, sem mencionar a questão das queimadas. Às 18h desta quinta-feira (03/10), a Eletronuclear informou que Angra 1 voltou a operar às 17h25 com 100% de sua potência. 

(FOTO: ELETRONUCLEAR) – 

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Angra 1: problemas em linha de transmissão da Eletrobras reduzem potência da usina nuclear

 


A usina Angra 1 reduziu a potência nesta quarta-feira (02/10), às 10h08, devido à abertura dos disjuntores de saída para as linhas de transmissão de 500kV da Eletrobras, segundo a Eletronuclear, gestora das centrais nucleares. 

A companhia informou que a abertura dos disjuntores ocorreu em função de problemas nas linhas de transmissão de propriedade da Eletrobras. 

“Sem ter como escoar toda a energia produzida por Angra 1, ocorreu a imediata e segura redução da geração de energia”, informou a Eletronuclear. A Eletronuclear informou também que a carga de Angra 1 foi reduzida de 642 MWe para 22 MWe de forma a alimentar os barramentos auxiliares de operações e segurança da usina.

 “Às 11h09, após a normalização das linhas de transmissão, foi iniciada a subida de potência da usina Angra 1, processo que leva em média, 24 horas, para atingir 100% de carga”. 

(FOTO: Eletronuclear) – 

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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Extração de terras raras: degradação do solo e contaminação das águas, em artigo de José Edilberto da Silva Resende e Isabel Spina

 


As terras raras são elementos fundamentais para a fabricação de tecnologias verdes, como turbinas eólicas, veículos elétricos e painéis solares, pilares na redução da dependência de combustíveis fósseis. Contudo, a extração desses minerais levanta sérios questionamentos ambientais, desde a degradação do solo até a contaminação de águas subterrâneas, o que pode impactar profundamente ecossistemas locais, como o de Poços de Caldas, conhecido por suas fontes termais e riquezas naturais. A questão foi abordada no 1º Simpósio de Terras Raras, realizado pela Comissão de Direito Ambiental da OAB Poços de Caldas em 25 de setembro; os debates sobre a exploração desses minerais essenciais continuam a reverberar. 


Com a participação de mais de 100 pessoas, entre empresários, pesquisadores, organizações sociais, cidadãos e representantes do poder público, o evento destacou os desafios e as oportunidades da mineração de terras raras, especialmente no Planalto de Poços de Caldas. Nesta semana, um dos produtos mais esperados pós-simpósio foi lançado: um e-book gratuito que compila as apresentações dos especialistas e as respostas às perguntas formuladas pelos participantes, tanto previamente quanto durante o evento. 

A publicação visa aprofundar a compreensão do tema, oferecendo ao público em geral um material acessível que aborda as diversas perspectivas discutidas no simpósio. Um dos focos principais da obra e dos debates foi a necessidade de ampliar a publicização dos impactos potenciais da mineração de terras raras no Planalto de Poços de Caldas. 

Com o Brasil detentor de 16% das reservas globais de terras raras, mas ainda não produtor desses elementos, a questão levantada é se o país conseguirá se posicionar como protagonista na transição energética global. Isso sem comprometer seus recursos naturais e hídricos, cruciais para a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades locais. 

O simpósio evidenciou que a conciliação entre a demanda por esses minerais e a preservação dos recursos naturais ainda está indefinida. A resposta pode estar em práticas de mineração sustentáveis e em uma fiscalização rigorosa, que minimizem os danos ambientais. No entanto, a pressão para atender à transição energética global coloca o Brasil em uma encruzilhada: como avançar nessa indústria sem prejudicar o meio ambiente? 

A publicação do e-book reforça a urgência de uma discussão contínua e aprofundada sobre o tema. A Comissão de Direito Ambiental da OAB Poços de Caldas enfatiza que, para garantir uma exploração responsável de terras raras, é necessário um diálogo constante entre governo, sociedade e setor privado. Só assim será possível mitigar os impactos e garantir que os benefícios econômicos da mineração sejam distribuídos de forma justa, sem comprometer o futuro das gerações vindouras. 

O simpósio também abordou a questão da concentração da produção mundial em poucos países, como a China, e a urgência de o Brasil investir em uma cadeia produtiva própria de terras raras. A exploração desses minerais no Planalto de Poços de Caldas, se feita com responsabilidade, pode trazer benefícios econômicos consideráveis. Mas, como destacado no simpósio, a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental devem ser prioridades absolutas. 

O e-book está disponível para download gratuito e inclui as apresentações dos palestrantes, bem como as respostas às perguntas feitas antes e durante o evento. A obra é uma contribuição essencial para o debate sobre a exploração de terras raras e seus impactos ambientais, e oferece uma visão aprofundada dos desafios e oportunidades que esse setor traz para o Brasil. Acesse o link: https://drive.google.com/file/d/1yMq-jjq4P6-pHnAsdi9vaMBXXWjcIasH/view

AUTORES 

José Edilberto da Silva Resende: Advogado atuante nas causas ambientais e terceiro setor. Vice-presidente da Comissão de direito ambiental e da Construção da Subseção Poços de Caldas- MG.   Pós-graduação em Biopsicologia, conselheiro do Comitê de Bacias do Rio Grande e presidente do Comitê de Bacias dos Afluentes do Rio Grande- GD-06 – Mogi/Pardo; voluntário e membro do conselho de administração da Associação Poços Sustentável. 

Isabel Spina: Advogada, especialista em Penal e Processo Penal pela PUC/MG, pós-graduanda em Direito Ambiental, ESG e Sustentabilidade Corporativa, presidente da Comissão de Direito Ambiental e da Construção/ Subseção Poços de Caldas.

FOTOS: ARQUIVOS PESSOAIS - 

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