A Eletronuclear informa que Angra 1 está operando a 100% de potência desde às 02h58 desta sexta-feira (19), após manutenção em uma bomba de água do sistema secundário da usina. A unidade precisou reduzir carga para 65% às 12h36 desta quinta-feira (18), em função do desligamento da bomba que apresentou perda de pressão na sucção de água. “O evento não gerou impacto negativo ao meio ambiente, aos trabalhadores e à população”, informou a Eletronuclear. A licença para o funcionamento de Angra 1 expira em dezembro de 2024.
VAGA- LUME -
Angra 1 foi um dos empreendimentos mais criticados do governo militar. Nasceu em plena ditadura. Cientistas defendiam que o Brasil construísse o seu próprio reator, mas foram vencidos. Comprada em 1970 da norte-americana Westinghouse, depois de uma série de adiamentos, foi inaugurada em 1981, ou seja, nove anos após o início de sua construção. Outros entraves fizerem com que a usina entrasse em operação comercial em 1985. Dados oficiais do governo naquela época estimavam que Angra 1 custara US$ 2 bilhões. Isso, sem levar em conta os gastos com a manutenção e os reparos de equipamentos. Ao longo dos anos a central atômica já foi desligada pelo menos 50 vezes por problemas técnicos, defeitos em equipamentos e ações judiciais. Por causa desse acede e apaga, a usina ganhou o apelido de “vaga-lume”.
DESMONTE PREVISTO HÁ DÉCADAS -
As previsões sobre a necessidade de desligar Angra 1 têm décadas. Em 1994, a usina estava sob a responsabilidade de Furnas Centrais Elétricas, quando diretores da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) previam que a central atômica poderia durar 24 anos, ou seja, até o ano de 2018. O então assessor de segurança ambiental de Furnas, Edgar Kircher, avaliava que o desmonte deveria ocorrer até 2008. Para técnicos da CNEN na ocasião, o governo deveria - já naquela época - começar a planejar o desmonte da usina, pois as paralisações viraram rotina.
BOLSA DE APOSTAS -
Desde 2018, conforme o BLOG anunciou, a Eletronuclear – criada em 1997 – planeja a prorrogação da vida útil de Angra 1 por mais 20 anos. Custaria cerca de R$ 3 bilhões pelo menos, mas não há caixa para o sonho de um grupo que defende a tese da necessidade da usina. Angra 1 pode gerar 654 Megawatts quando opera com 100% de sua potência: o equivalente a 10% da energia consumida na cidade do Rio de Janeiro. O setor nuclear oficial, liderado por políticos, entidades e empresas de negócios nacionais e internacionais, defende a todo o custo a possibilidade de esticar a vida do “vaga-lume” por mais duas décadas, mas nos bastidores da bolsa de apostas há muitos que duvidam.
(FOTO - ELETRONUCLEAR )-
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