O Ministério de Minas e Energia deverá destinar recursos de pesquisa e desenvolvimento para a conclusão dos estudos visando o mapeamento de novos sítios para a implantação de futuras usinas nucleares no Brasil. O prazo para a liberação dos recursos é de 60 dias. A Articulação Antinuclear, que reúne dezenas de entidades civis no país, tem promovido diversas manifestações contra a intenção do governo de construir novas usinas, como as já anunciadas para o Nordeste.
Mas a decisão do governo está em andamento. Especialistas projetam investimentos de cerca de US$ 50 bilhões em um período de 30 anos, o que representa cerca de R$ 300 bilhões em três décadas, o equivalente a R$ 10 bilhões por ano, apenas para as novas plantas nucleares. A possibilidade de construção de oito usinas nucleares até 2050 no Nordeste, assumirá “papel estratégico na retomada econômica pós-pandemia do coronavirus (Covid-19)”, asseguram.
As informações estão sendo divulgadas por especialistas que vão participar do XII Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN) este ano, e que já participaram no ano passado. As metas fazem parte do Plano Nacional de Energia – PNE 2050, que poderá gerar forte movimentação de recursos no setor nuclear, segundo eles. Isso, além da expectativa de investimentos de R$ 15,5 bilhões na retomada das obras da usina nuclear Angra 3, cujo edital foi divulgado no Diário Oficial da União (DOU), em 25 de fevereiro.
A coordenação do SIEN divulgou há pouco que a medida que determina o prazo de 60 dias para a conclusão dos estudos sobre o mapeamento para as novas usinas já foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro e publicada no DOU. “O mapeamento de novos locais para abrigar as próximas usinas atômicas é um tema central nas discussões do setor nuclear”, garantiram.
A resolução aprovada pelo presidente também definiu
a nova orientação estratégica para ações de Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação no setor de energia. De acordo com o texto, a energia nuclear será um
dos temas que ganhará prioridade no recebimento de recursos. As novas usinas
brasileiras e os possíveis sítios que vão abriga-las estão na agenda do XII SIEN
2021, marcado para agosto.
Além disso, também ganharão especial destaque as pesquisas envolvendo hidrogênio, biocombustíveis, armazenamento de energia, geração termelétrica sustentável, transformação digital e minerais estratégicos para o setor energético. O texto traz ainda a determinação para que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) realize estudos sobre o setor de energia.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, outras medidas de
médio e longo prazos estão sendo elaboradas por meio de articulação com o
Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação para estimular a inovação em
energia e mineração. “Para tanto, os ministérios estão concebendo uma estrutura
de governança para lidar com esse desafio, possibilitando que a discussão possa
ser feita de forma estruturada e coordenada pelas pastas, ampliando o diálogo
com instituições e associações setoriais, indústria e sociedade civil”,
explicou o MME, em comunicado.
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