A Eletrobras divulgou nesta quinta-feira (25/6),
comunicado a seus acionistas e ao mercado em geral, informando que “soube pela
imprensa” que a força-tarefa da Operação Lava Jata da Polícia Federal iniciou,
nesta data, a Operação Fiat Lux, que, segundo noticiado, “envolve supostas
fraudes na controlada Eletronuclear”. A Companhia avisou que está acompanhando
o assunto e manterá o mercado informado. A PF e o Ministério Público Federal estão
investigando fraudes e propinas relacionadas a Eletronuclear, gestora das usinas
nucleares Angra 1 e Angra 2, mas o caso foca em torno das obras da usina Angra
3, paralisadas em 2015, por conta das denúncias iniciais.
A operação coloca
mais uma vez os holofotes sobre propinas que teriam sido cobradas após a
Eletronuclear ter empossado o contra-almirante Othon Pinheiro como presidente.
O militar chegou a ser preso na época, reafirmando sempre a sua inocência e
alegando estar sendo vítima de perseguição.
As investigações iniciadas nesta
quinta-feira visam o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (MDB), que
comandou a pasta entre 2005 e 2007, e o ex-deputado federal Aníbal Gomes
(DEM-CE). As autoridades cumprem 12 mandados de prisão temporária e 18 de busca
e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal,
disseram PF e MPF. "A Lava Jato pediu também o sequestro de bens dos
envolvidos e suas empresas pelos danos materiais e morais causados, no valor de
207,8 milhões de reais", informaram os procuradores em nota.
A PF infirmou
que as investigações tiveram como base delação premiada de dois lobistas
ligados ao PMDB, que foram presos em 2017. Segundo procuradores, há
"vantagens indevidas" em pelo menos seis contratos da Eletronuclear. Investigações
internas realizadas pela Eletronuclear, no final de 2016, registraram cerca de
141 milhões de reais como custos associados à prática de corrupção na obra de
Angra 3.
A estatal informou na época que a investigação descobriu "cartel
e propinas que teriam sido pagas por certos empreiteiros e fornecedores",
além de "propinas utilizadas para financiar pagamentos indevidos a
partidos políticos, funcionários eleitos ou outros funcionários públicos".
O esquema de corrupção teria a participação de empresas sediadas no Canadá,
França e Dinamarca, levando o MPF a acionar a Justiça dos países mencionados.
As
apurações desta quinta-feira ainda são um desdobramento de fases anteriores da
Lava Jato sobre corrupção na Eletronuclear, incluindo da operação
"Descontaminação", de 2019, que chegou a prender o ex-presidente
Michel Temer, liberado dias depois.
FOTO: Equipamentos para Angra 3 - ARQUIVO NUCLEP - ITAGUAI
Muito bom, Tânia, sempre informando com muita objetividade.
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