quarta-feira, 13 de maio de 2020

Brasil exporta urânio para a Argentina


Pela terceira vez, desde 2016, reatores nucleares da Argentina serão alimentados com urânio enriquecido brasileiro. Esta semana, a Indústria Nucleares do Brasil (INB), realizou a exportação do urânio, enriquecido a 4,15%, na forma de pó de UO2 destinado aos reatores nucleares de Atucha e o modular Carem-25. Desta vez, o volume da exportação e o valor do negócio não foram divulgados.   A carga saiu no dia 7 de maio da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende/RJ, e foi entregue a Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar) nesta segunda-feira (11).  
As exportações anteriores ocorreram em 2016 e 2018. Na primeira, foram entregues 4.100 Kg de urânio enriquecido de 1,9%, 2,6% e 3,1% no valor de USD 4.378.190,00. Na segunda, o montante vendido foi de 1.500 kg de pó de U02, a 4,15%. Nas duas operações o valor global foi de USD 1.755.000,00. Na época, a direção da empresa informou que visava se firmar como fornecedor qualificado da Conuar, de olho em futuros negócios. 
Um quarto lote de urânio enriquecido, deve ser exportado para a Argentina no final deste ano ou no início de 2021, segundo a INB. O Brasil detém uma das maiores reservas de urânio do mundo: há décadas as autoridades do setor informavam que o País possuía a quinta maior reserva, mas hoje estaria ocupando o sétimo lugar nesse ranking. O potencial pode ser maior, mas é desconhecido por falta de pesquisas. 
Segundo o presidente da INB, Carlos Freire Moreira, o Brasil, com as reservas de urânio que possui e o domínio completo do ciclo do combustível, visa exportar com o maior valor agregado possível. 
O governo brasileiro anunciou o domínio do ciclo do combustível em 1988, no Centro Experimental de Aramar, da Marinha, em São Paulo. Dominando a tecnologia do enriquecimento de urânio, o Brasil ingressou no restrito clube do Átomo. 
O urânio enriquecido é combustível para alimentar reatores de usinas nucleares destinados a geração de energia elétrica, estando no porcentual de cerca de quatro por cento. Com o urânio enriquecido a partir de 20%, dependendo da quantidade, o país pode alimentar bombas atômicas. Ao longo dos anos, o governo brasileiro vem declarando o uso pacífico da energia nuclear.   

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