Uma mega construção cercada de
curiosidades, números e soluções tecnológicas impressionantes. Falo de Angra 3,
que está entre os casos mais emblemáticos da lista de obras inacabadas, Brasil afora.
Há mais de três décadas em construção, começou m 1984, a terceira usina nuclear
brasileira passou por uma série de paralisações, a mais recente aconteceu em
2015, quando o governo federal se viu sem recursos para toar a obra.
Além
disso, as obras de Angra 3 são investigadas pela operação Lava-Jato por crimes
como corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A previsão é que as
obras sejam retomadas em julho de 2021. Não se sabe quando a usina entrará em
operação. Seguramente Angra 3 será apontada, com folga, como a usina nuclear mais
cara do mundo e a que mais tempo levou para ser concluída. Vexame histórico
para a área nuclear brasileira.
No Município do Rio de Janeiro, que vive uma
sucessão interminável de maus governos, existem 68 obras atrasadas ou
inacabadas. A informação consta de um relatório elaborado pela Secretaria
Municipal de Obras e que foi entregue à uma comissão da Câmara dos Vereadores.
Uma dessas obras causa enorme desconforto à massa trabalhadora da Cidade.
Trata-se da obra inacabada do corredor Transbrasil, na Avenida Brasil. Herança
deixada por administrações passadas.
Ao analisar a proposta de Orçamento Geral
da União (OGU), o Congresso Nacional se deparou com um problema preocupante e
velho conhecido dos brasileiros, as obras inacabadas pelo país afora. Segundo o
Tribunal de Contas da União (TCU) existem cerca de 14 mil obras inacabadas em
todo o país. Obras, que certamente, iriam melhor muito a qualidade de vida de
muitos brasileiros.
Há dispositivos constitucionais, que a grande parte da
população desconhece, que asseguram o princípio da supremacia do interesse
público, ou o que diz a Lei 8.666/93 no seu artigo 78: “Constituem motivos para
rescisão do contrato: (...) XII – razões de interesse público, de alta
relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e
exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato”.
Pode-se até
considerar um exagero reclamar da população de uma cidade a falta de interesse
por conhecer e saber aplicar os meios de cobrança do poder público, através de
instrumentos legais como o Ministério Público, ou até mesmo ação popular.
Todavia, é importante alertar os cidadãos que são eles, na qualidade de
contribuintes, que pagam as obras contratadas pelas Prefeituras, Estados e
União. O cidadão, portanto, tem todo direito, de cobrar a conclusão de qualquer
obra pública da Cidade onde vive, pois todas estão subordinadas ao orçamento,
feito com base nos recursos arrecadados de todos os contribuintes, sem o qual
não existiriam administradores nem obras nem serviços, de que a população
precisa.
Orçamento público tem tudo a ver com o nosso dia a dia. Grande parte
do que é arrecadado pelos governos sai do bolso do cidadão, direta ou
indiretamente. Repassamos parte do que ganhamos para os governos em forma de
impostos indiretos, aqueles que estão embutidos no preço das mercadorias e das
tarifas de serviços públicos.
Há também os impostos diretos, como o imposto de
renda, que é pago por milhões de pessoas quando receberam o salário ou quando
prestam serviço para uma empresa ou para outras pessoas.
Tudo isso deve ficar
claro na cabeça do contribuinte, como didática da cidadania, matéria escolar a
que se dá pouca – ou nenhuma – atenção. Resultado: a falta de interesse
coletivo paralisa os Municípios, os Estados e o País. Da mesma forma, milhares
de obras públicas, que no passado eram iniciadas e construídas no seu tempo,
como Brasília e a Ponte Rio/Niterói, hoje, desafiam o tempo, algumas viram ruínas
e caem no esquecimento, quando não deviam. (Mário Moura - Jornalista)
Como dizia Aureliano Chaves, o vice que falava, obra inflacionária e obra parada...
ResponderExcluirComo dizia Aureliano Chaves, o vice que falava, obra inflacionária e obra parada...
ResponderExcluirMatéria muito esclarecedora. Talvez
ResponderExcluirseja bom inforar, num outro momento
como um cidadão comum pode proceder para exigir a continuidade de uma obra.
Matéria muito esclarecedora. Talvez
ResponderExcluirseja bom inforar, num outro momento
como um cidadão comum pode proceder para exigir a continuidade de uma obra.