quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Grupo Amaná vence as Olimpíadas Nucleares Brasileiras

 


Uma proposta utilizando tecnologias inovadoras como a captura de carbono e a co-eletrólise, combinadas com a energia de um reator nuclear modular para gerar combustíveis sintéticos de alta qualidade; usando água salobra dessalinizada e CO2 capturado diretamente da atmosfera, o complexo de energia demonstra uma produção anual significativa de diesel equivalente, indicando a viabilidade do projeto para o mercado de e-combustíveis. Este foi o projeto vencedor do Hackapower, a última etapa das Olimpíadas Nucleares Brasileiras (ONB). O grupo Amaná é o grande vencedor da competição intelectual, com o projeto intitulado “Complexo de Energia Limpa: Inovação Nuclear com o Uso de SMR para Produção de Combustíveis Sintéticos Utilizando Água Salobra e CO2 da Atmosfera”. 


O grupo campeão é composto por alunos de diferentes universidades brasileiras: Larissa Pinheiro, do curso de Engenharia Nuclear da COPPE – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Iago Gomes, do curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares – Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Isabella Magalhães, do Departamento de Engenharia Nuclear – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Suelen Oliveira, do curso de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear – Instituto Militar de Engenharia (IME) e João Alegrio, da Escola Politécnica – Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Larissa Pinheiro, do curso de engenharia Nuclear da COPPE, comentou: " As ONB representam uma oportunidade única de valorização de novos profissionais e novas ideias, nesse momento em que a energia nuclear vive sua renascença mundial, por ser uma energia limpa capaz de ajudar na transição energética para combater as mudanças climáticas. Aqui no Brasil, ainda há uma visão de que é preciso muitos anos entre atividades profissionais e acadêmicas para que um engenheiro nuclear inicie sua carreira, ideia que por si já é uma tautologia, e ainda mais porque há poucas oportunidades para novos profissionais. Isso não acontece em nenhum outro setor, e também não ocorre fora do Brasil, motivo pelo qual muitos dos meus colegas decidiram sair do país e estão trabalhando na Europa ou nos EUA, por exemplo. Eu já havia apresentado essa ideia em outro concurso internacional, mas ter a chance de desenvolvê-la ao lado de profissionais incríveis, ter o reconhecimento do setor e receber essa medalha é realmente muito gratificante. Esse espaço criado pelas ONB com certeza será um catalisador de inovação para a nuclear no Brasil." 

O anúncio dos vencedores foi feito na semana passada pelo presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha. “O projeto vencedor é um exemplo brilhante de como a criatividade e a inovação podem transformar a indústria nuclear, aproveitando recursos distintos para produzir energia limpa e sustentável. O grupo Amaná exemplifica a criatividade e o compromisso dos jovens talentos em direção a um futuro energético mais limpo”, comentou. Cinco outros grupos participaram da competição. A premiação está prevista para ocorrer durante o Nuclear Legacy, evento do setor, realizado em Brasília, na terça-feira (7/11), com a entrega das medalhas, provavelmente, pela ministra Luciana Santos. 


Para Patricia Wieland, uma das pesquisadoras que faz parte da organização, as Olimpíadas Nucleares Brasileiras “produziram muito mais do que futuros líderes para o setor nuclear do Brasil”. E concluiu: “Esperamos que esse seja só o começo de uma plataforma de inovação para indústria nuclear com uma conexão com academia mais intensa e frutífera. Já temos planos para 2024”. A coordenação da ONB, da Framatome, Eliene Silva, comentou que “a próxima geração de talentos em engenharia nuclear está disposta a abraçar desafios complexos”.

Para o tema energia, a competição contou com mentoria de Leonam Guimarães (diretor técnico da ABDAN) e Karla Lepetitgaland (Eletronuclear). O júri do tema energia foi composto de Carlos Leipner (Global Nuclear Energy Strategy), Alice Cunha (Westinghouse) e Paulo Berquó Sampaio (Instituto de Engenharia Nuclear). 

FONTE: ABDAN – 

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