sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN) debate a comunicação no setor

 


“Comunicação” foi tema de debate ontem (10/11) no XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro, que teve início na terça-feira (08/11). Participaram os jornalistas Ana Paula Freire Artaxo, coordenadora dos projetos de divulgação cientifica do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e Rodrigo Polito, mestrando em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED) pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Ana Paula falou sobre a importância de a comunicação da área nuclear privilegiar a ciência que fundamenta o setor e coloca o Brasil na condição de pioneiro em pesquisas e soluções inovadoras nas aplicações da tecnologia em benefício da sociedade. A partir da valorização da ciência para a comunicação da área, mencionou um segundo desafio: como falar de ciência, da ciência nuclear, para a sociedade, enfatizando o uso pacífico? 

“O jornalismo científico, que é uma subárea da divulgação científica, ajuda, mas não resolve. É preciso atuar nas bases, introduzindo a área nuclear nos currículos de ensino fundamental e médio. Mas não o ensino de ciências nos moldes em que é feito em muitas escolas”, comentou. Ela acredita que é preciso tocar as pessoas, mostrar que a energia nuclear e tecnologias estão presentes no dia a dia. “É uma alfabetização científica, considerando que a área é vista com desconfiança e (pre)conceito, a partir de um pré-construído de energia nuclear como sinônimo de bomba atômica e de acidente em reatores de potência, como Chernobyl e Fukushima”. 

Rodrigo Polito é jornalista especializado nos mercados de energia elétrica e petróleo e gás natural. Foi repórter na revista Brasil Energia e no jornal Valor Econômico e, desde 2020, é consultor editorial da MegaWhat, plataforma de inteligência e informação para o mercado de energia. Ele acredita que a fonte nuclear é uma alternativa diante do aumento do aquecimento global. 

“Precisamos escolher nossas batalhas. Se a batalha hoje é conter o aquecimento global e minimizar os efeitos da mudança climática, a fonte nuclear é uma alternativa que precisa estar dentro dessa discussão. Não se pode descartar a fonte nuclear para depois discutir mudanças climáticas”. Na avaliação do jornalista, para uma melhor comunicação entre as empresas e a sociedade sobre os benefícios da energia nuclear, é necessário haver investimentos e recursos para uma estrutura de comunicação por parte das empresas. 

“Não pode ser uma ação isolada, inconstante, e sim estrutural. A internet e as redes sociais também são um canal importante para a difusão de informações relativas à fonte nuclear”, finalizou. O debate foi mediado e apresentado por Tania Malheiros. Todo o evento está disponível no canal do Youtube do SIEN. 

FOTO:  Diego Rodrigues/Realizar Estúdio, para Casa Viva-SIEN. 

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