segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Brasil aumenta a produção de urânio enriquecido


A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) aumenta a produção nacional de urânio enriquecido na próxima sexta-feira, dia 25/11, com a inauguração da 10ª cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio na Fábrica de Combustível Nuclear- FCN, em Resende/RJ. Com a ampliação, a INB finaliza a primeira fase da implantação e reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais. As informações foram divulgadas pela empresa nesta segunda-feira (21/11). 

A entrada em operação da 10ª cascata de ultracentrífugas (equipamentos que enriquecem urânio) permite o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1. Isto correspondendo a um acréscimo de cerca de 5% em relação à capacidade atual. 

A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil, na década de 80, secretamente, pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN). O projeto chamava-se programa paralelo (militar), depois, foi batizado de “autônimo”.  O Brasil estava dominando o ciclo do combustível, do qual poucos países faziam parte. Hoje, de acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.

HISTÓRICO - 

A implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio da empresa, projeto industrial estratégico do Ciclo do Combustível Nuclear, foi iniciada em 2000, em Resende/RJ. Em 2006, foi inaugurada a 1ª cascata de ultracentrífugas, fato que inseriu o Brasil no seleto grupo de países detentores dessa tecnologia.

A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN está sendo realizada, de forma modular, em duas fases. A segunda será composta por trinta cascatas. O projeto para a implantação da 2ª fase, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU) já foi iniciado com o projeto básico, que se encontra em elaboração, e com a solicitação de licenças aos órgãos de fiscalização: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Quando a implantação da Usina estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, até 2037, a demanda de Angra 3, prevista para ser inaugurada em 2027. 

FOTO: Fábrica de Enriquecimento - Resende - Acervo INB - 

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