O Ministério de Minas e Energia (MME) retoma a pesquisa para definir os possíveis locais onde serão instaladas as plantas nucleares previstas no Plano Nacional de Energia (PNE-2050). O Ministério espera concluir os estudos nos próximos 24 meses, quando então o governo definirá os possíveis locais. As informações estão sendo divulgadas pela coordenação do XII Seminário Internacional de Energia Nuclear (XII SIEN), que será realizado em agosto, no formato online.
Alguns especialistas e pesquisadores têm manifestado opiniões sobre os locais mais adequados e vão debater o assunto durante o XII SIEN. Já confirmaram presença o Chefe do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Eletronuclear, Marcelo Gomes; o Presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Carlos Mariz; o Diretor da Atomo Radioproteção e Segurança, Gian Maria Sordi; e como moderadora a 2ª Diretora-Tesoureira da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), Adélia Sahyun.
No início do ano foi divulgo que o MME estava prestes a destinar recursos de pesquisa e desenvolvimento para a conclusão dos estudos visando o mapeamento de novos sítios para a implantação de futuras usinas nucleares no Brasil. O prazo para a liberação dos recursos era de 60 dias, mas nada foi informado depois.
A Articulação Antinuclear, que reúne dezenas de entidades civis no país, continua promovendo diversas manifestações contra a intenção do governo de construir novas usinas, como as já anunciadas para o Nordeste.
Especialistas projetam investimentos de cerca de US$ 50 bilhões em um período de 30 anos, o que representa cerca de R$ 300 bilhões em três décadas, o equivalente a R$ 10 bilhões por ano, apenas para as novas plantas nucleares. A possibilidade de construção de oito usinas nucleares até 2050 no Nordeste, assumirá “papel estratégico na retomada econômica pós-pandemia do coronavirus (Covid-19)”, asseguram.
As metas fazem parte do PNE 2050, que poderá gerar forte movimentação de recursos no setor nuclear, segundo eles. Isso, além da expectativa de investimentos de R$ 15,5 bilhões na retomada das obras da usina nuclear Angra 3. O edital foi divulgado no Diário Oficial da União (DOU), em 25 de fevereiro.
Na semana passada, o BNDES realizou a licitação vencida por consórcio belga e espanhol. Já Eletronuclear promoveu sessão pública para a escolha de empresas que vão atuar no empreendimento. Angra 3 começou a ser construída em 1984, pelo acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em 1975.
A retomada das obras tem sido criticada por ambientalistas da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (SAPE), entre outras entidades antinucleares, que consideram a energia nuclear perigosa para a população e o meio ambiente.
FOTO: Angra 3 - acervo Eletronuclear
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