O consórcio Angra Eurobras NES, formado pelas empresas belgas Tractebel Engineering Ltda (líder), Tractebel Engineering S.A, e a espanhola Empresários Agrupados Internacional S.A, venceu a concorrência para a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras da usina nuclear Angra 3. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de assinar o contrato com o consórcio.
Ao longo dos anos, a Eletronuclear, subsidiária da holding Eletrobrás, acumulou uma divida de cerca de R$ 6,6 bilhões ao BNDES e a Caixa Econômica Federal (CEF) por conta de Angra 3. A usina já consumiu cerca de R$ 7 bilhões dos cofres públicos desde o início de sua construção em 1984; e precisaria de mais R$ 15 bilhões para ser inaugurada em 2026. “O consórcio terá a atribuição de definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos”, informou o BNDES.
A contratação do consórcio faz parte dos serviços técnicos que o BNDES presta à Eletronuclear — proprietária da usina — desde 2019, visando estruturar o modelo jurídico, econômico e operacional de parceria junto à iniciativa privada, para a construção, manutenção e exploração de Angra 3.
De acordo com modelo proposto pelo BNDES, as obras serão retomadas por meio de EPC (Engineering, Procurement and Construction), modalidade de contratação de serviços de engenharia na qual a construtora contratada ficará responsável ”não só pela execução da obra em si, mas também por eventuais complementos ao projeto de engenharia e pela compra dos materiais e equipamentos necessários à finalização da obra”.
Angra 3 poderá ter um ou mais contratos de EPC, dependendo das recomendações técnicas a serem feitas pelo consórcio contratado, informou a Eletronuclear. Segundo Lidiane Delesderrier Gonçalves, superintendente da Área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, o Angra Eurobras NES será responsável também por assessorar a contratação das construtoras.
"Esse assessoramento, que incluirá a avaliação das propostas técnicas das empresas proponentes, é considerado de suma importância para garantir um processo seletivo bem-sucedido, atraindo empresas de reconhecida qualidade técnica", afirma. Angra 3 vai gerar mais de 10 milhões de MWh por ano, energia suficiente para atender aproximadamente 6 milhões de residências.
Formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda. (líder), Tractebel Engineering S.A. e Empresários Agrupados Internacional S.A., o consórcio terá a atribuição de definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos.
Segundo o BNDES, o grupo Tractebel, cuja história começa no século XIX, tem experiência em vários países do mundo na atuação com energia nuclear. A espanhola Empresários Agrupados, empresa de engenharia, criada em 1971, é atuante no setor de geração de energia elétrica, com experiência na implantação de usinas nucleares.
“A contratação do consórcio, composto por empresas com vasta experiência em assessoramento à implementação de usinas nucleares no mundo, permitirá que se projete ao mercado a confiança necessária para atrair parceiros construtores de primeira linha e uma ampla gama de agentes financiadores no Brasil e no mundo”, explica Leonardo Cabral, diretor de Privatizações do BNDES.
Angra 3 é a segunda usina comprada no pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha, em 1975. Angra 3 terá potência instalada de 1.405 MW e cerca de 82.000 metros quadrados de área construída, o equivalente a dez campos de futebol.
FOTO: Angra 3 - Acervo Eletrobras/Eletronuclear.
Tem muito trabalho pela frente. rsrsrsrsr
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