Só depois do Carnaval o
destino da usina nuclear Angra 3 será conhecido, talvez, de uma vez por todas.
Durante mais de um ano as notícias sobre a retomada das obras da central
atômica movimentaram o setor, certo de que Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia, bateria o martelo a favor
do empreendimento. As reuniões do
CNPE
eram noticiadas com grandes expectativas e logo em seguida, adiadas, jogando
baldes de água fria sobre as cabeças de alguns políticos, tecnocratas e
interessados de um modo geral. Agora, só depois das festas do Momo haverá a
definição, em ano de eleição, quando as pressões poderão ser maiores.
O mais
recente adiamento ocorreu em reunião extraordinária do CNPE, no dia 18 de
fevereiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estaria disposto a ter
problemas com a ministra Marina Silva, nada simpática à energia nuclear.
Segundo fontes, o assunto foi retirado da
pauta. O ministro Alexandre Silveira sempre se posicionou favorável à retomada
das obras, visitando, inclusive a central nuclear no ano retrasado.
Na reunião do
CNPE, Silveira apresentou voto pela aprovação da resolução que liberava o empreendimento,
mas não venceu a resistência da área econômica por conta dos altos custos que
envolvem a usina. A Eletronuclear, gestora das usinas, que “vai de mal a pior”
financeiramente. E nem descarta a possibilidade de pedir emprestado ao governo
os cerca de R$ 3 bilhões do fundo do descomissionamento, conforme o Blog divulgou
na semana passada.
EQUIPAMENTOS ESTOCADDOS -
Angra 3 faz parte do acordo
nuclear Brasil-Alemanha, assinado em plena ditadura militar (1975), que já
consumiu pelo menos R$ 8 bilhões; e dependente de mais R$ 23 bilhões para ser
concluída. Abandonar Angra 3 pode representar prejuízos de cerca de R$ 21
bilhões. Não basta aprovar a continuidade das obras, comentou uma fonte. “É
preciso saber claramente e com planejamento assumido com responsabilidade de
onde virão as cifras bilionárias”, comentaram fontes ao BLOG.
Dezenas de equipamentos de Angra 3 estão estocados
há anos na Central Nuclear e outros, na Nuclep, em Itaguaí. Angra 3, se for
concluída até 2031, segundo novas projeções, terá capacidade para gerar 1.350
Megawatts (MW), o equivalente a cerca de 20% da energia consumida na cidade do
Rio de Janeiro, uma vez operando com 100% de sua capacidade, como Angra 2. Já
Angra 1, gera a metade, nas mesmas condições, operado a 100%. O total
representa 3% da energia consumida no Brasil. Vale lembrar que a energia não
fica na cidade do Rio, pois faz parte do Sistema Interligado Nacional
(SIN).
BNDES E CEF – CALOTE? -
Conforme
o BLOG vem divulgando há pelo menos quatro anos, a dívida da Eletronuclear com
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa
Econômica Federal (CEF), era de R$ 6,4 bilhões, por conta de Angra 3. A empresa
deve também a Framatome que estava tocando o empreendimento. O BNDES já
divulgou quer não quer mais participar de Angra 3. A usina tem sido um poço de
problemas, com obras paralisadas por ações judiciais, editais cancelados,
denúncias de corrupção, entre outras.
(FOTOS:
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